Leia quem quiser

o que tem no porão?

Mais uma tentativa falha. Por sorte acabou antes mesmo de começar, mas a sensação de perder, ou de ter falhado está aqui. Eu sei que não perdi nada, mas sinto que perdi algo, talvez o meu tempo, ou a minha dignidade... Eu falhei comigo mesma, fingindo estar no controle. Me forcei a acreditar em algo que não era verdade, a achar que eu não iria cair nesse buraco de novo.
É pedir muito que as coisas dêem certo de alguma forma? Não precisa ser perfeito, não precisa ser como nas histórias ou algo irreal... Eu só queria algo meu, algo que eu pudesse olhar e saber que tem esperança de melhora ou de futuro.
Tô cansada de recomeços, de tentar de novo e de novo e ter sempre o mesmo resultado: o aprendizado. Mas eu realmente tô aprendendo? Até agora só vi o quanto as pessoas podem te machucar, mesmo elas mesmas não percebendo ou querendo. Achei que tava começando a não me importar com essas coisas, até aparecer algo que acelerasse meu coração quebrado... Não era forte, não era um sentimento como o amor, era algo como a esperança que pudesse dar certo de verdade.
Eu gosto das minhas versões antigas, tão animadas com o que sentiam. Aproveitando sem essa ansiedade gritante e dolorida que vai aumentando a cada dia se tornando sufocante e sombria. A eu de antes sabia quando parar, ela conseguia parar e não voltava aos mesmos erros... Já eu... A eu de agora, parece estar descendo as escadas de um porão escuro e com cheiro de morte esperando encontrar algo decente no final. Mesmo sabendo que ao chegar no fim das escadas vai morrer junto com o que deve estar apodrecendo a anos no local.
Talvez eu ache uma lâmpada no meio das escadas, uma lanterna ou alguém me chame de volta pra cima... É uma chance pequena e eu pareço não querer isso agora, iluminar o caminho parece como enfrentar eu mesma e as minhas escolhas e ter que lutar e superar isso para poder sobreviver. Mesmo agora desabafando com o celular, escrevendo um texto enorme que ninguém vai ler, ou vai... Não sei, mesmo botando esse sentimento pra fora, parece que não é o suficiente. Eu preciso e quero mais. Ou em breve chego ao final das escadas e não vai ter como voltar atrás.