Roseira

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Me joguei em um campo de rosas ignorando os espinhos abaixo das flores. Enchi meus braços de pequenos machucados pra te dar o mais belo buquê. Arranhei minhas pernas e pés na busca pelas melhores rosas. Perdi o ar, o caminho, me perdi.
A ida foi dolorosa, a procura pelo melhor para você foi sufocante, o resultado foi o que VOCÊ pediu mas quando voltei para te entregar, você sumiu.
Perdi tempo, sangue, fôlego, sorrisos, energia... Minha paz.
Nem ao menos posso ficar com as rosas, eu não aguento o peso delas. Não achei nenhuma bonita o suficiente pra me arriscar a levar pra casa sozinha. Além disso, eu não consigo sair daqui. Meu corpo enfraqueceu por causa do processo árduo e mortal que me envolvi.
Sinto que vou morrer sem te ver novamente, que vou ser engolida por essas flores maléficas e me juntar a terra que alimenta esses espinhos dolorosos.
No processo de decomposição, começo a ouvir a voz de cada flor que arranquei, rindo, zombando, xingando e amaldiçoando minha alma. As que ainda estão plantadas me acolhem, me abraçam e dizem que um dia eu possa alegrar você, sendo uma rosa cheia de espinhos como elas são agora.

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