Dia IV

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Ironicamente, tudo o que Enid tinha trazido para o hospício eram livros de terror e lendas, então era tudo o que ela tinha para se distrair, já que o seu celular tinha descarregado e ela não iria descer pra carregar de jeito nenhum.

Então ela pegou um livro sobre demonologia e começou a ler.

"Humanos com alma maligna são escolhidos por demônios para se tornarem novos demônios"

"Humanos que se tornaram demônios só podem ser salvos pelo amor verdadeiro, porque não existe tal coisa"

Enid ouviu estrondos e fechou o livro. Definitivamente, ela odiava aquele lugar, nunca devia ter aceitado o que Ajax disse, ela nunca devia ter sido tão gananciosa.

-Ugh, que tédio, bem que você podia falar, Amora. - Ela murmurou e tomou um gole de água.

-Eu falo, idiota. - A gata disse e Enid cuspiu toda a sua bebida em cima da gata.

-Pelo menos a essa hora da madrugada, eu falo. - Continuou.

-SOCORRO A GATA É DO DEMÔNIO MESMO EXORCIZA SAI CAPETA, VOLTA PRO INFERNO SATANÁS! - Enid surtou.

-Eu não sou do demônio, caralho, eu sou uma liberadora de demônios, é diferente, e meu nome não é Amora. - Revirou os olhos, e começou a morfar, ganhar características humanas até se tornar um ser humano.

-O QUÊ?! - O livro de Enid folheou as páginas sozinho e parou em uma definição.

-Leia, por favor! - A agora garota se encostou na parede.

"Libertadores de demônios são animais escolhidos pelas trevas para liberarem demônios pelos seus olhos e serem fiéis ajudantes dos mesmos, como recompensa, podem falar e se transformar em humanos todo o horário das 3 da manhã"

-Era só o que me faltava, o que mais vai ter aqui? Um unicórnio? - Enid bufou.

-Quem dera. - A garota riu.

-Pera, fiéis escudeiros? Então você é do demônio mesmo. - A menor fez uma cruz com os dedos.

-Eu sou fiel a minha dona, não me importo com você, ela não me mandou fazer nada, nunca me manda, ela sempre tem mania de fazer tudo sozinha. - Ela revirou os olhos.

-E quem seria sua dona? - Enid arqueou uma sobrancelha.

-O que te faz pensar que eu diria? - Ela riu.

-Como você é grossa, Amora. - A garota reclamou.

-Meu nome é Bianca, pra começar, e eu não sou grossa, eu só não gasto minhas palavras com quem não merece. - Lambeu as costas de sua mão distraidamente.

-Nossa, obrigada. - A menor sorriu irônica.

-Por nada. - Ela riu e se esparramou na cama.

-Porra, como você é folgada. - Enid se espremeu na cama.

-Eu sou uma gata. - Sorriu inocente.

-Você podia me dar umas respostas, sabe. - Ela começou.

-Nope. - A maior respondeu.

-Eu tenho peixe.

-Eu não sinto fome.

-Eu faço carinho em você.

-Minha dona já faz isso.

-Sua dona é uma demônia.

-Você nem sabe quem é.

-Sei que é uma demônia.

-Uh, eu te deixo escutar música.

Fenômenos Paranormais - Wenclair Onde histórias criam vida. Descubra agora