CAPÍTULO 5

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OLLIE BEARMAN

Munique, Alemanha.

Terça-feira.

A Alemanha não era o nosso destino de verdade, estávamos fazendo uma conexão para a Áustria, onde seria a próxima etapa da Fórmula 3. O avião acabou de pousar e, por consequência, Jak havia me acordado com um sacode.

Eu estava justo no assento para o corredor, enquanto Lizzie estava no meio e Arthur na ponta da janela, Jak estava na outra ponta do assento do corredor com Dennis e Jehan. Demorei um pouco para entender o que estava acontecendo, mas Crawford apontou para as pessoas se levantando ao nosso redor, indicando que tínhamos chegado.

Com a consciência atenta novamente, me virei para falar com Lizzie, mas nenhuma palavra sequer saiu da minha boca ao vê-la dormindo tranquilamente apoiada no ombro de Arthur e ele com a sua cabeça acima da dela. Sem contar que as mãos estão juntas e entrelaçadas.

Ah, isso é fofo.

Fiquei encarando-os por longos segundos até receber um tapinha ardido de Jak na nuca. Olhei irritado para o americano de sobrancelhas franzidas e apontando seu dedo para o casal.

— Para de olhar, cara! Acorda eles e diga que vamos esperar pelo próximo avião — Crawford anunciou, saindo com Dennis atrás de si com a feição surpresa e Jehan distraído com o celular.

Assenti sem dizer nada.

Tá, eu fiquei com pena de acordá-los, estavam tão bonitinhos... Para de pensar desse jeito, Ollie! Eles estavam brigados e, querendo ou não, me doía vê-los sofrendo com isso sabendo que se amam tanto. Ouvir os lamentos de Lizzie era como ser esfaqueado quinze vezes pelas costas e entender como Arthur se sentia culpado por um lado por causa da briga era confuso, a culpa não era dele em si, era da Lizzie em partes.

Na verdade, eu acho que a culpa é de ambos, mas quem sou eu para acusar os outros? Não sou eu quem está em um relacionamento conturbado.

Ultimamente eu tenho estado um pouco sensível e a culpa é da Ginny, não sei o que essa garota tem que me deixou tão amolecido. Eu encontrei ela no Instagram quando vi que Barbie – acho que posso chamá-la de Barbie, não é? – tinha me marcado em algumas publicações sobre o GP da Grã-Bretanha e não tem como esconder o jeito que fiquei encantado pela Ginny.

Ela tinha algo que despertava uma curiosidade em mim para saber quem é a Ginny. A garota dos meus sonhos? Uma pessoa qualquer do mundo que apareceu na minha vida de repente? Alguém que era para eu conhecer? O universo deve ter dado um empurrãozinho, não é?

A minha missão agora não era a Ginny, era tentar acordar o casal à minha frente.

Arthur se mexeu ajeitando sua cabeça e em reflexo os dedos de Lizzie se apertaram em volta dos dele como se tentasse impedi-lo de sair. Eu odeio ser solteiro nessas horas, cara. Quem eu acordo primeiro? O Arthur e ter que aguentar o mau humor dele por não dormir direito ou a Lizzie e ter que ouvir as reclamações dela sobre como o próximo voo vai demorar?

O Arthur. Com certeza o Arthur.

— Arthur... — chamei em um cochicho, chacoalhando o seu ombro. — Arthur, acorda aí, cara.

— Hm? Já chegamos? — o loiro ergueu a cabeça lentamente, fazendo uma expressão de dor. — Ah, eu odeio dormir no avião e nessa posição, meu pescoço dói tanto.

LeClerc teve seus olhos direcionados para as mãos entrelaçadas com Lizzie, que durou poucos instantes antes de serem separadas quando a francesa acordou esfregando os olhos. Eles se olharam por um tempo, juro que vi as bochechas deles corarem rapidamente naquele momento, que agora foi tomado pelo desespero da Lizzie por estar atrasada.

KING OF MY HEART | Ollie Bearman ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora