5 - Desprezível apartamentozinho

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Demorou mais do que previsto, mas eu voltei.
Boa leitura! <3

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No dia seguinte, pontualmente no horário combinado, Maya tocou a campainha do apartamento de Carina. A entrada da loira no prédio já era totalmente autorizada devido às tantas vezes que já havia ido até lá em horários aleatórios.  Por conta disso a loira conhecia alguns vizinhos e havia até se tornado amiga dos porteiros.

Carina morava em um prédio enorme e luxuoso, possivelmente um dos mais caros de Seattle, tudo ali mostrava o quanto os moradores tinham dinheiro. Para a loira, alguns detalhes ali poderiam ser facilmente feitos de ouro maciço. Mesmo sem ter visitado todas as instalações do lugar, sabia que ali havia uma piscina - quase do tamanho olímpico - de borda infinita, a academia com vários equipamentos diferentes - que a loira adoraria poder usar. Além de que havia esculturas e quadros de artistas renomados por todos os cantos.

Mesmo que tudo ali a surpreendesse, nada se comparava à primeira vez que entrou no apartamento da sua chefe, tudo ali era grande e sofisticado. Isso aconteceu no seu primeiro ano de trabalho, quando a italiana lhe ligou às duas da manhã, exigindo que a loira levasse um pote grande de sorvete, remédio para cólica e absorventes. Foi a primeira de muitas vezes que teve que sair de madrugada para socorrer sua chefe mimada.

Depois de alguns minutos esperando, a morena finalmente abriu a porta segurando uma tigela nas mãos. A mulher não disse uma só palavra, foi na direção do corredor sumindo em seguida e deixando a loira sozinha na sala. Maya estava prestes a se sentar no sofá quando ouviu seu nome ser chamado, ou melhor, gritado como sua chefe adorava fazer.

— O que aconteceu dessa vez? – perguntou assim que chegou no quarto da morena.

— Me ajuda a fechar essa mala.

— Você não sabe mesmo fazer nada sem mim. – Caminhou até a italiana que tentava sem sucesso fechar o zíper da mala. – Por que está levando uma mala tão grande? Só vamos passar o fim de semana lá.

— Estou levando só o essencial, gosto de estar preparada para qualquer ocasião. – A morena olhou para sua assistente que continuava parada ao seu lado. – Anda logo, me ajuda a fechar a mala. Não podemos perder o voo.

Maya respirou fundo quando sua chefe saiu em direção ao closet, fechou finalmente a mala e colocou no chão com certo esforço. Assim que Carina voltou para o quarto, vestindo um sobretudo e carregando uma bolsa nas mãos, ambas as mulheres caminharam para fora do apartamento.

O caminho até o aeroporto foi feito em total silêncio, cada uma das mulheres presa em seus próprios pensamentos. Quando se deram conta já estavam na porta do aeroporto. Maya começou a tirar as malas do táxi, enquanto Carina efetuava o pagamento da corrida. Fizeram o check in e ficaram aguardando enquanto o embarque não começava na sala vip, já que Carina havia comprado passagens de primeira classe.

Assim que se acomodaram nas poltronas, uma ao lado da outra. Maya olhou para a morena ao seu lado, que se mantinha concentrada na tela do celular. A loira sabia que trabalhar com Carina não era fácil, no entanto nesses três anos que se conheciam ela já sabia algumas informações a respeito da outra. Então já que iam levar em diante aquela história de casamento, tinham que se conhecer melhor. Afinal, ela poderia ser presa caso descobrissem tudo.

— O que é isso? – A italiana perguntou quando viu a loira folheando alguns papéis ao seu lado.

— Aqui tem todas as perguntas que o agente de imigração vai fazer na entrevista. – Organizou os papéis e olhou para a morena. – A boa notícia é que eu sei tudo sobre você. A má notícia é que você só tem esse final de semana para aprender tudo sobre mim. 

— Você sabe mesmo as respostas para todas essas perguntas? – Arqueou a sobrancelha e pegou o papel para olhar. – Eu sou alérgica a que? – Perguntou depois de ler a pergunta.

— Nozes e qualquer tipo de emoção humano. – A loira respondeu em um tom brincalhão, mas a italiana não sorriu.

— Essa aqui é boa. – Disse e logo depois direcionou o olhar para a mulher ao seu lado. – Eu tenho alguma cicatriz?

— Tenho quase certeza que tem alguma tatuagem escondida em alguma parte do corpo.

— Quase certeza? – Indagou com curiosidade.

— Há alguns meses, sua dermatologista ligou perguntando sobre uma sessão de remoção a laser. Desconfiei para o que seria, então eu pesquisei para ter certeza que tinha haver com tatuagem. Então…

— Então o que? 

— Onde fica a tatuagem? Eu preciso saber, não vamos querer dar respostas erradas ao oficial. Afinal, era para eu saber cada marquinha que existe no seu corpo. – Disse a última frase em tom provocativo.

— Não, você não precisa saber. – Voltou a olhar as perguntas. – Olha essa aqui. Em que casa nós ficamos, na sua ou na minha? Obviamente ficamos na minha. Tem que lembrar disso.

— E porque na sua? – A loira perguntou. 

— Eu moro no melhor bairro de Seattle. – A italiana disse entregando o papel com as perguntas para sua assistente. – E você, provavelmente, mora em um desprezível apartamentozinho com vários livros amarelados e uma cama. 

Antes que pudesse rebater a resposta da sua chefe, ouviram a voz da aeromoça pedindo para colocarem o cinto pois iriam iniciar o pouso.

— Não estamos indo para Sitka? – A morena perguntou confusa.

— E estamos.

— E como vamos chegar em Sitka.

— Você já vai descobrir. – A loira disse com um leve sorriso no rosto.

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O que estão achando até aqui??
Foi um capítulo menor que os outros, eu sei. Dependendo de como for o retorno eu decido se vou dar continuidade ou não. Mesmo que essa fic sendo meu xodó

The Proposal | MarinaOnde histórias criam vida. Descubra agora