Entre Orações e Pecados -GeminiFourth-

Capítulo 04: Me perdoe padre, eu pequei

O professor falava e falava sobre um conteúdo que eu não entendia, não porque era difícil, mas sim porque minha cabeça estava em qualquer lugar menos naquela aula.

Pensava sobre o que aconteceu a momentos atrás, pensava sobre Gemini, sobre seus olhos castanhos.

Mas por que diabos eu pensava tanto nesse garoto? Não entendia, não conseguia pensar em nenhum motivo lógico e plausível para tal ato tão involuntário.

—Okay, então foi isso, vejo vocês na próxima aula, e não se esqueçam de revisar o capítulo um e fazer as atividades da página 10 há 13.

O professor juntava seus matérias e saia da sala junto de alguns alunos, os meninos conversavam sobre assuntos que conseguia entender, estava distante demais, naquele momento minha cabeça só pensava em um coisa.

Gemini.

—Okay, vamos lá pro dormitório, aí terminamos o trabalho.

Eu só ouvi todos aceitando e seguindo o mais velho, estava tão perdido em meus devaneios que nem prestei atenção quando Dunk falou.

Sentei em minha cama e apenas observei todos pegando seus matérias e lendo suas anotações, aquilo parecia ser conteúdo do mês inteiro, o que eu fiz na aula toda?

—Fourth? Você entendeu?

—Sim, só tô meio confuso, ainda tô me adaptando.

—Dunk, meu irmão pode vim? Meu trabalho é junto com o dele?

—Seu irmão?

—Sim, o Gemini.

Gemini...

Aquele nome, Fourth sentia suas mãos soarem ainda mais.

Como assim irmãos?

Agora fazia sentido o jeito que Phuwin olhava para ele, eles eram irmãos.

—Sem problemas Phu.

Minha cabeça se encontrava a mil, não importava o quantas vezes eu lesse o texto em minha frente, não conseguia me concentrar, e tudo só piorou quando aquela porta abriu e aquele garoto entrou.

Como ele conseguia ser tão, tão. Sem fazer absolutamente nada.

Gem usava um regata preta e um short branco, seus braços expostos chamavam ainda mais a atenção de Fourth.

"Maldito seja"

—Ouch, Dunk, já volto, minha mãe tá ligando.

Peguei meu celular e sai daquele quarto, estava soando, sentia meu coração bater descompassadamente, era tenebrosa aquele sensação.

Abri meu celular e apenas rolei o feed do meu Instagram, minha não havia me ligado, muito menos me mandado mensagens, ela não se importava nem um pouco, e isso doía.

Sentei-me naquele banco debaixo da árvore onde estava na hora do almoço, gostava dali, era calmo, sentia a brisa fria que batia sobre minha face, conseguia ver o sol iluminando tudo, era bonito de se ver

Deus era perfeito em tudo.

Mas porque comigo não foi?

Sempre que eu olhava para o meu redor, eu via pessoas felizes e de bem com a vida, mas comigo, sempre senti que alto estivesse errado.

Me sentia vazio, sozinho, como se aquele amor que minha mãe falava que preenchia, não valia de nada.

Eu não sentia esse amor, não comigo.

"Eu vim com defeito?"

As perguntas rodeavam minha cabeça, era tão estranho questionar isso, eu sabia que não fazia sentido, Deus jamais erraria.