Capítulo 05: Garotos beijam garotos?

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Minha cabeça estava a mil, não conseguia me concentrar em absolutamente nada, pensava no que aconteceu na noite passada, pensava em como meu corpo reagia, não deveria ser assim, não tinha que ser assim.

Mas porque pareceu tão certo??

"Nada é errado se te faz bem."

—Certo turma, então essa foi a aula de hoje, espero que aproveitem e descansem bem, vejo vocês na semana que vem, bom final de semana.

Final de semana, o que os alunos faziam presos aqui no final de semana?

—Hey Dunk, o que fazemos nos finais de semana?

—Temos missa, e muita oração.

—Ah, entendi, obrigado.

—E, temos uma festa com muito álcool caso queira também.

—Como assim festa, como eles permitem isso, e ainda mais com álcool.

—Fourth, nesse colégio existe um enorme sistema de corrupção, onde os mais ricos mandam, ninguém está nem aí se você bebe, fuma ou mata todas as aulas, o importante é você pagar, o dinheiro compra tudo aqui dentro.

Era engraçado ouvir Dunk explicar sobre o sistema dentro do colégio, por mais que os padres e pastores tomassem conta, por mais que tudo fosse em nome 'Deus o homem ainda conseguia ser repulsivo, e vivia pelo dinheiro. A corrupção ainda era o maior mal do mundo.

—Então Fourth, você vai?

—Não sei, não me sinto muito confortável em lugares assim.

—Okay, mas se mudar de ideia me avisa.

Voltei para o meu quarto na intenção de distrair a cabeça, queria colocar meus fones e ler um livro aleatório ou só fazer os trabalhos da semana que vem, mas nada, minha cabeça não focava, me sentia perdido.

Já havia se passado dez minutos e eu ainda estava no mesmo parágrafo, pois não conseguia compreender o que estava lendo, pensava sobre o comentário, pensava sobre o short transparente, pensava na curiosidade de ver mais.

Sentia minhas mãos soando, e meu coração acelerar, um calor tomava conta do meu corpo, um calor instrutivo, malditos pensamentos. Malditos.

*Toc toc.*

A porta foi aberta, não me dei ao trabalho de olhar quem era, imaginava que era Dunk, como dividiamos o quarto era normal entrarmos e sairmos a hora que queríamos, mas não, dessa vez não era ele.

—Hey novato, o que está fazendo.

Aquela voz, aquela maldita voz, não importava se usa fone ou não, ainda sim conseguia ouvir de loge, aquele perfume característico que inibriava  meus sentidos, aquele perfume que invadia minhas narinas, era doce, mas também era cítrico, não sabia explicar, sabia que ele estava parado em minha frente, mas queria ignorar, fingir que ele não existia, não queria ouvir meu coração bater descompassado.

Abaixei o livro que estavam em minhas mãos, e ali estava ele, parado em minha frente, ele estava maravilhoso, não conseguia colocar em palavras o quão bonito ele era, sua pele alva como a neve, seus cabelos em castanhos escuro, e seus olhos cor de âmbar, ele usava uma camisa branca e uma jaqueta preta de couro por cima, uma calça jeans preta e calçava um all star.

Ele parecia tanto aqueles badboys de filmes americanos dos anos 2000, talvez seja por isso que meus olhos não desgrudaram dele.

Talvez aquele perfume tenha me deixado hipnotizado.

Ele estava chegando perto.

Mais perto.

Muito perto.

Entre Orações e Pecados -GeminiFourth-Onde histórias criam vida. Descubra agora