Agora em diante

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Sasuke pretendia cumprir sua promessa de sair de vez do mundo da máfia, porém precisava por um ponto final naquele ciclo vicioso.
Para distrair Sakura, a incentivou a voltar para faculdade, pedindo ajuda a Ino, orientando a mulher a não sair de perto da rosada.
Todos os dias se encontrava com seus aliados, mas nunca conseguiram avançar nas investigações sobre Kabuto. Até então a única informação que tinham era que mais de cinquenta homens haviam sido mortos com aquele nome, mas faltava descobrir um.
Foram atrás de cada informação deles, onde moravam, o que faziam, e o que tinham em comum além da enganação de seus nomes.
O Uchiha se mantinha preso em seu escritório, lendo fichas e mais fichas de cada homem.
O barulho da maçaneta o chamou atenção, guardou tudo que lhe comprometia a tempo de Sakura aparecer na porta.
- Atrapalho? - Perguntou a mulher.
- Um pouco. - Respondeu sincero.
Mesmo sem jeito Sakura entrou, ambos estavam apaixonados, isso era claro, mas não se conheciam o suficiente para saber seus limites, e aquilo ficou claro para Sasuke.
- Eu estava pensando em fazer um lanche esta noite e...
- Sakura! - Ele a chamou, a fazendo parar de caminhar até ele, e de falar também. - Eu estou muito ocupado, minha semana foi puxada e agora não tenho tempo para conversar.
- Mas eu pensei que...
- Pensou errado. - Mais uma vez a interrompeu, um pouco mais rude. - Pode sair? Por favor.
Mesmo olhando em seus olhos, ele não quis voltar atrás nas suas falas, a viu sair cabisbaixa, e continuou suas pesquisas.
As horas passavam, e Sasuke ficava cada vez mais irritado sem nenhum avanço, não tinha nada ali que desse uma única pista sobre Kabuto, pensou em ir dormir com aquele mesmo humor, até que seu celular tocou.
- Melhor ser boas notícias. - Atendeu já sendo direto ao ver o nome de Juugo na tela.
- Amanhã às oito no subúrbio, encontrei a localização do Kabuto que o senhor matou, mas nada sobre o outro.  - E desligou.
O último Kabuto morto!
O homem que Sasuke havia matado.

O sol já estava perto de se pôr quando o Uchiha saiu do escritório, percebeu que a luz da cozinha ainda estava acesa e foi até lá, não vendo ninguém, apenas uma tigela coberta para proteger a comida que estava dentro.
Suspirou profundamente e seguiu até o quarto, sem comer nada. A primeira coisa que viu foi Sakura deitada com as mãos em sua barriga, dormindo profundamente.
Sentou ao seu lado e alisou o rosto alvo, sentindo mais ainda a necessidade de lhe proteger.
Mesmo sabendo que Sakura estava marcada naquela vida antes mesmo dele aparecer, sentia a obrigação de lhe dar toda proteção do mundo por ter aparecido em sua vida.
Beijou sua testa com carinho, fazendo os olhos verdes abrirem sonolentos.
- Ainda não dormiu? - Perguntou a mulher um pouco rouca.
- Muito trabalho.
- Continua estressado? Posso fazer alguma coisa?
Ele não respondeu, apenas se deitou na cama trazendo o corpo pequeno para os seus braços.
- Desculpa por hoje cedo Sakura. - Disse. - Não quis ser rude.
- Você está com muita coisa na cabeça. - Respondeu. - Mas precisa ter espaço para nós duas.
A mão pequena foi mais uma vez até o ventre, fazendo a mão livre de Sasuke pousar lá também.
- Eu prometo que vou. - Disse por fim, fazendo Sakura voltar a dormir, e fazendo o mesmo.

...

Antes das oito Sasuke já estava no endereço em que Juggo havia mencionado, mas não era o único.
Naruto, Konan, Nagato, Yahiko e Kakashi também estavam lá, vestidos casualmente para não chamar tanta atenção, o que de certa forma seria impossível, pois o lugar era uma rua esquecida, um ponto de prostituição e drogas, com prédios abandonados, esgoto a céu aberto e pessoas fazendo sexo sem nenhum pudor ao ar livre.
Quando começaram a caminhar até o local alguns homens começaram a fugir, talvez cidadãos que deixavam suas esposas e filhos em casa para procurar prazer barato.
Assim que chegaram no prédio indicado, uma mulher apareceu.
Suja, com um vestido que um dia havia sido vermelho, extremamente curto e decotado, seu cabelo desgrenhado enfeitados com pequenos parasitas, os dentes que sobraram em sua boca já haviam se estragado, mesmo assim sorria abertamente.
- Uau, nunca consegui ficar com um desses. - Disse se abraçando em Naruto, que a empurrou imediatamente. - Calma amor, eu faço um trabalho gostoso.
O grupo tampou o nariz com o mal cheiro, Sasuke pegou a foto em seu bolso e a mostrou, fazendo a mulher parar de sorrir imediatamente e em seguida tentar correr para dentro do prédio.
Konan tomou a frente, a agarrando a força pelos cabelos e pressionando seu rosto com força no chão ao derruba-la.
- Quer uma grana pra encher esse seu nariz de pó? É só dizer pra gente o que você sabe. - A mulher falou.
Sasuke mostrou o dinheiro, e mais uma vez ela sorriu, os levando até onde o último Kabuto vivia.
- O cara apareceu aqui cheio de grana, com roupa bacana, até uma arma, mas ninguém entendia porque de ainda tá por aqui, disse que havia arrumado um emprego bom, se exibia toda hora que tinha um nome de poder... - Ela falava e falava enquanto caminhavam. - Caralho! Ele era o mais fudido de nós tudin, aí do nada aparece com essas coisas? Até chave pro cafofo ele arrumou... Lembro que ele vivia chupando pau pra conseguir centavos pra droga dele.
- Quando ele começou a ter dinheiro? - Kakashi perguntou.
- Eu não sei bem, vivo chapada, o tempo pra mim é uma coisa que não consigo mais acompanhar. - Ela sorriu triste. - Mas eu lembro que teve um dia que o Tom me levou pra passear, eu tava toda suja, um pessoal até me deu uns trocados quando ele se afastou... - Os olhos castanhos s encheram de lágrimas, mas seu rosto não demonstrou muita coisa. - A gente era amigo, nesse dia a gente comeu muito, e mesmo comigo nesse estado, ele não sentiu vergonha, me disse que quando finalmente acabasse com o trabalho, iria embora e me levaria... O Tom pegou uma flor de cerejeira que tinha caído, e me deu. - Ela tirou a flor dos seios, já não tinha mais a beleza da época. - Foi a última vez que o vi, não sei quanto tempo se passou, mas acho que é muito, e eu sei que ele morreu, porque o Tom não me deixaria pra trás.
Sasuke não sentiu, ou demonstrou nada, apenas entregou o dinheiro para a mulher e a mandou embora.
Como havia dito, a porta estava trancada, mas não foi difícil arrombar. O cômodo estava escuro, Nagato conseguiu achar o interruptor, mas como imaginavam não havia energia, Kakashi pegou duas lanternas, e deu uma para Yahiko, mandando o trisal irem procurar em outro cômodo.
Não demorou muito para acharem a primeira pista, pois na parede iluminada havia um mural, com fotos que fizeram Sasuke paralisar por um momento.
A mulher havia dito das flores de cerejeira, então já fazia mais de dez meses que aquele homem estava trabalhando para Kabuto. Fotos e mais fotos de Sakura se espalhavam pelo mural, e em várias delas Sasori aparecia, e em duas ou três as costas de Sasuke saindo de seu prédio.
- Acho que ele foi advertido. - Naruto disse. - Uma coisa era seguir o ruivo, outra era seguir você, olha bem a posição das suas fotos, são distantes e cautelosas, além de estarem tremidas.
Quando ia tendo uma resposta, ouviram o barulho alto de um tiro, e assim que viraram, o vulto de uma pessoa passou pela porta, fazendo os três correrem atrás do indivíduo.
Os gritos das pessoas eram irritantes, a corrida fazia as madeiras cederem um pouco.
A todo momento o indivíduo colocava pessoas e objetos na frente deles, e já sem paciência, Sasuke parou, pegando a arma e mirando no calcanhar e acertando em cheio o derrubando.
Naruto que estava mais a frente o pegou, deixando os outros dois se aproximarem, Kakashi tirou o boné e em seguida a máscara, deixando Sasuke surpreso pela segunda vez naquele dia.
- Espera aí! - Naruto encarou bem o rosto da figura feminina. - Shion?
A mulher jovem e loira, havia sido contrada como cuidadora de Hinata no início da gestação, e desde então passou a morar com eles.

....

Mais uma reunião havia sido feita, os membros daquela missão haviam sido chamados com extrema urgência, pois diante da descoberta daquela manhã, ninguém mais era confiável.
- Alguém sabia! - Madara disse irritado. - E está nesta sala.
- Espera um pouco, uma pessoa não quer dizer que tem um traidor entre nós. - Minato respondeu. - Shion chegou na casa de meu filho tem poucos meses.
- E como ela sabia do local em que estávamos? - Sasuke falou. - Naruto não comentaria algo de extrema importância em uma conversa casual, alguém informou a eles.
- Mas quem? - Deidara levantou a questão, que fizeram olhos desconfiados rodearem o ambiente.
Não tinha como saber, todos ali pareciam confiáveis, os próprios Uchihas tinham pessoas de extrema confiança lá dentro, pessoas essas que já juraram dar a vida por eles, e logicamente seus colegas da máfia também tinham.
Nada poderia mudar o ambiente naquela sala de reunião, um ar preso era sinal de desconfiança, nem sequer sabiam se entre eles tinham um real traidor, mas tudo mudou quando pegaram Shion.
- Naruto. - Fugaku foi o primeiro a quebrar o silêncio. - Faz essa mulher falar.
O loiro apenas acenou.
- Eu preciso dizer uma coisa... - Kakashi praticamente sussurrou, chamando mais ainda a atenção pelo seu desconforto. - E-Eu... Eu...
- Diz logo Kakashi. - Sasuke elevou a voz irritado.
- Eu... Que matei o pai da Sakura!

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