O padeiro

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Tudo fazia sentido, agora Sasuke percebia que não só o padeiro, como o filho do próprio tinha características fiéis de um olheiro, personalidades extravagantes, empregos simples, e pessoas que pareciam ser facilmente acessadas.
Seu pé em nenhum momento pisou no freio durante o percurso, Kakashi insistia em lugar para os três, mas nenhum atendia, os outros dois estavam mais focados em preparar as armas para matar qualquer um que estivesse no caminho.
Por fora do prédio parecia está tudo calmo, mas sabiam que a ausência dos seguranças diziam o contrário, pois todos que moravam naquele espaço eram funcionários dos Uchihas, e aquilo depois de tanta informação, era mais um meio para se preocupar.
- Vai com calma Sasuke.
Fugaku segurou a mão do filho antes dele entrar com tudo, o fazendo recuar um pouco, olhou para a padaria que estava fechada, não o deixando surpreso.
O silêncio ao subirem as escadas era angustiante, esbarraram em cinco corpos, dois seguranças, uma camareira e dois cozinheiros, cada um com uma arma solta em suas mãos.
Quando iam passando pela sexta vítima, a mulher com uniforme de recepcionista agarrou o tornozelo de Madara que seguia atrás.
- C-Cin...co... - Sussurrou, fazendo o homem parar para prestar os primeiros socorros.
- Continuem que eu fico com ela.
Assim fizeram.
Quando chegaram no corredor do quarto do Uchiha, ouviram o choro de Sakura, e antes de mais nada Ino apareceu na porta com a arma engatilhada e mirando no peito esquerdo de Sasuke, mas não atirou de imediato, ficando tranquila ao ver ambos.
As roupas de Ino, principammete seus cabelos estavam manchados de sangue.
- Graças a Deus. - A loira respirou fundo. - Obrigado por terem mandado ajuda antes.
Sasuke não esperou para questionar qual ajuda ela estava se referindo, apenas entrou depressa no apartamento, mas no mesmo instante voltou a levantar sua arma na direção dos dois homens que ajudavam Sakura a se acalmar.
- Sai de perto dela agora. - A voz sombria do Uchiha assustou os três, mas logo a rosada se levantou. - Vem pra trás de mim Sakura...
- Não meu amor, espera...
- AGORA SAKURA!
O grito lhe assustou, mas não a fez sair do lugar, continuou na frente dos dois homens que haviam salvado sua vida, mas que não lhe impediram de ouvir algo doloroso.
- S-Sasuke... - A voz chorosa o fez lhe encarar, já que antes não havia tirado os olhos de Gai, o padeiro, e seu filho Rock Lee. - O Kakashi matou meu pai?
- O quê?! - O moreno se espantou. - Como...
- Foram cinco seguranças que se rebelaram Senhor Uchiha. - Rock Lee tomou a frente. - Kakashi nos mandou vigiar Sakura já tem um tempo, e ele nos avisou dos traidores, percebemos um movimento suspeito vindo do prédio, aí quando entramos já tinha dois mortos, e quando chegamos aqui dentro, Ino estava encurralada com dois, e os outros distraiam Sakura contando sobre o acontecido de anos atrás.
O Uchiha mais uma vez se viu no escuro, mais uma vez havia subestimado Kabuto, pois nunca imaginou que dentro se sua própria casa, tão perto de si, tinha homens trabalhando para aquele fantasma, e antes de qualquer coisa, até mesmo de respirar um pouco de ar, ouviu o grito de Sakura.
- SAI DAQUI! VAI EMBORA SEU ASSASSINO MALDITO. - A mulher gritou com todas as forças enquanto chorava e avançava para a porta, onde Kakashi estava um pouco atrás, com os outros na frente. - VOCÊ MATOU MEU PAI, COMO PÔDE TER MATADO ELE?!
O corpo pequeno foi segurado por Sasuke, que tentava a todo custo acalma-la. Os gritos dolorosos de Sakura eram de encher os olhos de alguns presentes, o choque e o estresse foi algo que pesou, fazendo sangue escorrer entre suas pernas, o que deixou Sasuke desesperado, implorando para ela se acalmar.
Não demorou muito para Hashirama aparecer esbarrando nas pessoas que ficaram na porta, parecia que Sakura não via ninguém a sua frente além de Kakashi, que estava encostado na parede prendendo o choro em sua garganta. Aos poucos ela sentiu suas forças indo embora, nem notou a injeção que havia levado, apenas desmaiou nos braços de seu amado.
- Sasuke preciso que a leve para o quarto, vou examinar seu estado imediatamente.
Assim ele fez, deixando o restante do pessoal na sala.
Gaara correu para analisar o corpo de Ino, sua aflição também era vista em seus olhos, porém não tinham tempo para mais nada.
- Eu deixei um vivo. - Gai falou para os demais. - Ele está naquele último quarto, é todo seu Naruto.

...

Os olhos verdes despertaram com calma, antes de fazer qualquer movimento Sakura foi impedida por Sasuke, que pôs um copo com água em seus lábios.
- Meu bebê... - Ela sussurrou.
- Está tudo bem meu amor. - Sasuke disse, segurando suas mãos e as beijando. - Você me deu um susto e tanto.
Sakura se levantou sentindo uma pequena dor de cabeça, olhou ao redor e viu que estavam sozinhos no apartamento, pois o silêncio era ensurdecedor.
- Kakashi...
- Sakura, é uma longa história, precisa descansar antes de qualquer coisa. - O homem falou, recebendo um aceno de negação como resposta.
- Ele realmente matou meu pai? - A voz já foi ficando trêmula. - Porque? Porque ele fez isso? Ele não era só um professor?
Não tinha mais como esconder, Naruto ainda não havia conseguido nenhum nome com o homem que haviam pego, nem sequer sabiam se suas sombras eram confiáveis. Sakura era um grande alvo de Kabuto, qualquer um poderia se aproveitar de sua inocência mesmo com Ino por perto.
Precisava ser sincero, pois da última vez que havia escondido algo para lhe proteger, acabou a pondo mais em perigo.
- Você precisa ficar calma. - Ele sentou na sua frente. - Eu vou te dizer tudo que precisa saber, mas no final, tem que me prometer que não vai surtar, precisa se controlar.
- Tá me assustando.
- Apenas prometa Sakura!
- T-Tudo bem.
Então ele contou, desde o dia em que lhe salvou de Sasori, foi dando detalhes para não lhe deixar perdida, esclareceu o acontecimento com Tom, e em como pensou que seu nome fosse Kabuto, depois disse que seus amigos também haviam matado homens que carregavam aquela identidade. Quando percebia que ela estava um pouco atordoada, parava e tentava repetir com mais clareza, e na mente dela, tudo passava como um filme de terror.
Contou sobre Shion, e por fim contou com detalhes a história que havia ouvido naquele mesmo dia de Kakashi e seu pai.
- Sakura, eu sei que prometi sair da máfia, mas é impossível nesse momento... - Ela continuou o encarando perplexa. - Você entende a dimensão que esse homem tem? Pensávamos que era apenas um ladrão esperto, mas não! Agora estamos desconfiando de homens que trabalham conosco a anos, mesmo eu saindo da máfia, não dá pra saber o que vem mais na frente, por isso eu preciso por um fim nisso, justamente por esse motivo que eu juntei meus melhores homens.
- Minha mãe... Ela... - Sua voz falhava quando tentava falar.
- Sakura... - Suas mãos pegaram as mãos frias e trêmulas. - Kabuto é uma pessoa ardilosa, pode fazer a cabeça de qualquer pessoa fraca, não duvido que sua mãe seja uma delas.
- Sabe onde ela está?
- Não! Mas estamos trabalhando nisso.
A mulher fez o que lhe foi pedido, mesmo diante de tanta informação, ela se manteve tranquila, seu corpo tremia, mas fez de tudo para se manter firme. Se levantou com a ajuda do companheiro e foi até a sala, e não se deparou com a bagunça que estava mais cedo.
Sasuke acompanhou seus passos, mas não a impediu de fazer nada, viu ela ir até a cozinha e tirar legumes da geladeira, pensou em impedir quando a mesma pegou a faca, mas não era necessário, pois logo a viu cortar as verduras, pensou em chegar mais perto, porém percebeu seus ombros tremendo.
Ele havia pedido demais, não foi abraça-la, nem nada, apenas esperou com paciência seu choro silencioso acabar, sabia perfeitamente que ela iria conseguir sozinha, pois precisava passar por aquilo.
- Cebolas me fazem chorar. - Ela disse com a voz trêmula, depois sorriu. - Meu pai era assim, quando minha mãe gritava com ele e dizia coisas que o magoavam, ele ia na horta, pegava uma cebola e cortava, aí quando eu ia lhe dar um abraço, dizia que cebolas o faziam chorar, quando eu era criança acreditava, mas depois de grande eu sabia que era mentira...
- Sakura...
- Meu pai foi um homem bom, nunca fez mal a ninguém Sasuke... Ele nunca matou ninguém, sempre levava ração pros cachorros da rua, nunca roubou ninguém, tinha várias senhoras que compravam verduras nossas, que não sabiam fazer contas, ele também não sabia, ficava contando nos dedos ou pedia minha ajuda pra dar o troco certinho, se as vovós viessem com dinheiro a menos, ele deixava pra lá.
- A morte dele não vai ser em vão Sakura.
- Está errado. - Ela pousou a faca, e se virou, seus olhos mesmo com lágrimas estavam diferentes, de um jeito que o Uchiha nunca havia visto antes. - Ele morreu em vão, usado por um desgraçado que nem sequer o conhecia, depois usou a mim, a minha mãe, manipulou tudo ao meu redor, e agora quer tirar o que tenho. - Ela continuou firme em seu olhar. - Aquele segurança queria me levar, mas disse que seria só eu, e que meu bebê iria ter que ser tirado, disse que ia matar você, o homem que amo... O Kabuto tirou o primeiro homem que eu amei Sasuke, tirou o meu pai de mim... Não vou deixar que tire você também...
- O que tá querendo dizer com isso?
- Eu vou matar ele.

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