Salem - Século XVII

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11 – Salem – Século XVII

Breanna Lockwood vivia com suas irmãs no vilarejo de Salem, havia nascido naquelas terras e suas irmãs também, assim como sua mãe, mas, os moradores nunca tinham aceitado sua família. Desde que um líder local chamado William Phips havia levantando o rumor de que haviam bruxas em seu vilarejo, sua família se via perseguida diariamente. Muitas mulheres haviam sido julgadas e condenadas a morte por Phips e seus cúmplices, muitas mulheres inocentes tiveram mortes horríveis na fogueira ou na forca. Breanna, depois que sua mãe desapareceu, pegou suas irmãs e foi morar no meio da floresta, ali era mais seguro. Sim, elas eram bruxas de fato, mas não faziam mal a ninguém como a comunidade suspeitava, pelo contrário, eram as bruxas que curavam os doentes, acabavam com as pragas e até ajudavam com o clima. Porém, com as crenças inglesas que chegavam a todo momento nos Estados Unidos, o povo era facilmente enganado por mitos espalhados pela igreja.
Certa tarde quando estava andando pela floresta a procura de frutas, se deparou com uma cena um tanto quanto peculiar. Breanna viu um homem muito bonito por sinal, preso em uma armadilha, aquela armadilha era para demônios e criaturas sobrenaturais, dado pelo aspecto das runas tralhadas no chão, aquilo deveria estar ali a muito tempo. As bruxas chamavam de armadilha do diabo, era um circulo com runas mágicas que aprisionava criaturas poderosas. Se aproximou do estranho.
- Vejamos o que temos aqui.
- Você é responsável por essa armadilha?
- Não. Não uso magia negra, mas sei como quebrar o selo.
- Então, por favor, me ajude a sair daqui.
- E porque eu faria isso? Não o conheço, mas sei que é alguma criatura sobrenatural, essa armadilha não funciona com humanos.
- Sim, sou um vampiro, me chamo Dimitri, e você bruxa, qual seu nome?
- Me chamo Breanna.
- Muito prazer Breanna. Agora que fomos devidamente apresentados, pode me ajudar por gentileza?
- Como saberei que não me matará assim que soltá-lo?
- Você tem minha palavra de que não farei nada de mal a você.
- E sua palavra é o suficiente?
- Posso ser um vampiro, mas tenho honra. Posso desculpar essa ofensa se me soltar.
Breanna não teve tempo de responder, ouviu um barulho e quando olhou ao redor surgiram em meio as árvores cinco  homens armados, as ordens de Phips, estavam caçando bruxas. Breanna ficou em pânico, não podia se livrar deles.
- Olha só quem encontramos.
Disse o líder do grupo.
- O senhor Phips está a sua procura senhorita Breanna. Ele diz que a senhorita é a líder das bruxas.
- Eu o que? Isso é mentira, eu sou inocente.
- Isso não importa, quem decidirá sua culpa é o senhor Phips.
Os homens se aproximaram e fizeram um semicírculo em volta de Breanna.
- Eu posso ajuda-la.
- E quem é você?
- Não falei com você, humano, estou falando com a senhorita.
- Muito bem.
Respondeu a bruxa.
Breanna entoou um encantamento, pegou um punhado de folhas no chão e soprou em direção a Dimitri, os homens presenciaram a cena paralisados, um segundo depois todos estavam mortos, somente Breanna e Dimitri estavam vivos.
- Eu... Eu...
- Acredito que a palavra que busca é “obrigada”.
- Oh, sim, quero dizer. Obrigada.
- Você me salvou, eu te salvei, estamos quites.
- Sim, estamos quites.
- A propósito, porque vive aqui se essas pessoas estão te caçando?
- Isso não é da sua conta.
- Ok. Estou indo. Até logo.
Dimitri estendeu sua mão, Breanna aceitou o gesto, mas quando sua mão tocou a pele de Dimitri, algo puxou sua cabeça para trás, seus olhos ficaram nublados e ela teve uma visão.
Em sua visão, Breanna pôde ver duas jovens, uma com os cabelos pretos e a pele branca e a outro com os cabelos castanhos, a ligação das duas era evidente, uma ela sabia que seria sua filha, podia ver que a época era muito distante daquela que vivia no momento, mas sabia que era sua filha, podia sentir o poder emanando dela, a outra era humana, porém ela notava que a menina mesmo jovem tinha uma alma anciã, cheia de conhecimento ancestral. Viu a marca no pescoço na jovem e então sentiu o laço ligando o vampiro em sua frente com a jovem do futuro.
Do mesmo jeito que a visão começou, ela foi interrompida.
- O que foi isso?
- Tive uma visão.
- Comigo?
- Não. Com alguém do seu futuro.

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