Phillipe e Helena

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13 – Phillipe e Helena

Phillipe estava a horas no clube, ficou sentado em uma poltrona no canto na sala, o lugar estava lotado de lordes, duques e outros vampiros com títulos pomposos. Ficou sentado sozinho observando todos ao seu redor, como Dimitri fazia falta, todos ali eram tão, eram tão, não sabia como descrever, mas o único de quem realmente sentia a ausência era seu tão estimado amigo. Sua esposa e sua querida amiga, passaram o dia todo tramando algo que ele não sabia, Dimitri estava desaparecido, desde a briga que teve com Lissa, Dimitri tinha se tornado invisível, e Phillipe era o único que não sabia o que realmente estava acontecendo, havia questionado Helena, porém sua esposa era leal a sua amiga, se Lissa não contasse, ele ficaria cego como estava agora.
Se sentiu melancólico, ali ele não poderia ter uma conversa decente com ninguém, só Dimitri lhe entendia Dimitri era seu amigo a séculos, suas histórias eram parecidas e ao mesmo tempo tão diferentes, assim como Dimitri, Phillipe era um príncipe, de uma corte que já não existia mais, assim como seu amigo, Phil também tinha sido traído e também tinha fugido, o que diferenciava sua história, era que na noite que descobriu um plano terrível para acabar com sua vida, também encontrou sua noiva escolhida, e os dois estavam juntos até os dias atuais.
Phil levantou, encheu novamente seu copo com outra dose de whisky e foi até o terraço, o clube estava lotado, mas ali naquele lugar não havia ninguém, sentou em um banco no canto e ficou admirando a noite, sentiu uma brisa fresca tocar-lhe o rosto. Queria estar com Helena, entretanto ela deixou claro que estava em uma missão secreta com Lissa, e ele nada pôde fazer para que sua Helena ficasse ao seu lado.
Helena, pensar em Helena lhe fazia sorrir, após tantos séculos, amava a esposa mais do que tudo apesar do primeiro encontro deles ter sido em uma situação um tanto quanto constrangedora e relevadora, Phil naquela noite soube que não viveria mais nenhum dia sem ter ela ao seu lado. Tomou um gole de sua bebida e se deixou levar pela lembrança daquele dia.
Nessa época Phil vivia com a família em um castelo ao norte da Dinamarca, todos em sua família eram vampiros, mas ninguém na corte ou na cidade sabiam daquele fato, alguns desconfiavam das atitudes suspeitas de seus soberanos, porém ninguém era bobo o suficiente para questiona-los. Então os acontecimentos que o levariam a conhecer Helena começaram a se desenrolar. Em um baile dado por um conde qualquer, Phil estava entediado, então resolveu fazer piada de algum lorde que estava na festa, teve umas atitudes nada dignas da realeza naquele dia, o que Phil não sabia era que estava sendo observado, o pai de uma dama da corte, conselheiro real e amigo de seu pai, descobriu que Phil havia levado sua filha para cama, porém Phil não quis o casamento, o conselheiro estava com ódio do príncipe, e havia encomendado seu assassinato. Naquela noite, Phil estava deitado em sua cama, com os olhos fechados quando sentiu o cheiro peculiar de uma humana em seu quarto, o cheiro da humana não lhe despertou somente a fome, mas também um desejo carnal que deixou Phil perplexo, antes mesmo de abrir os olhos sabia que alguém estava em seu quarto. Levantou, trajava somente uma calça, acendeu o lampião, podia enxergar sem a luz, mas a intrusa não sabia disso, foi até a mesinha perto da janela, pegou o jarro de água e derramou o conteúdo em uma bacia, lavou o rosto e molhou os cabelos pegou o pano e se secou, tudo isso foi feito lentamente, queria brincar com sua convidada inapropriada,  ela estava escondida nas sombras, atrás de um móvel e uma cortina, observava a cena, conseguia sentir seus olhos cravados nele, sorriu, sentiu uma sensação de euforia, estava excitado, não sabia o porque,  virou-se de costas para ela, o movimento foi rápido para uma humana, ela era ágil e com uma destreza digna de uma criminosa experiente, Phil sentiu a faca em sua garganta e sorriu.
- Ora, ora, o que temos aqui?
Phil se virou e ficou cara a cara com sua assassina. Quando cravou seus olhos nos delas, teria perdido o fôlego se respirasse. Ouviu um barulho de tambor muito próximo de seus ouvidos, de onde aquele barulho estava vindo? Tinha mais alguém ali com eles? Não, não tinha, ele teria sentido, quando enfim percebeu do que se tratava o barulho, quase teve que se sentar, aquilo era impossível, não era? O barulho vinha de seu coração, ele batia forte em seu peito, mas como foi acontecer? O coração de um vampiro só voltava a bater quando ele encontrava... Não... Não era possível, ela era sua...
- O que aconteceu com aquele sorriso arrogante? Finalmente percebeu que será o seu fim?
A voz da mulher era meio hesitante, mas ela tentava parecer firme a todo o custo.
- Então você veio aqui para me matar? Posso saber o porque? Não lembro de tê-la insultado, por acaso eu a deflorei? Acho que não, eu iria me lembrar com certeza se tivesse em minha cama uma jovem tão adorável como você.
- O que? Não, nunca nos vimos.
- O que é uma pena, porque adoraria dedicar um tempo a você.
- Cala a boca, irei cortar sua garganta.
- Faça! Mas antes de morrer, poderia saber quem a mandou? E principalmente, quem é você? Como se chama milady?
- O que saber meu nome ou o do meu chefe, vai lhe ajudar?
- Em nada, mas gostaria, se possível, morrer feliz em saber o nome da assassina mais linda que já conheci.
- Essa sua conversa  não irá me convencer a mudar meus planos.
A mulher fez uma pausa antes de continuar.
- Meu nome é Helena e quem me mandou aqui foi o Lorde Dwayne.
- Assim, de todos acredito que ele é o que mais tem ódio de mim, mas nunca imaginei que o homenzinho seria capaz de tal traição.
Phil chegou mais perto.
- Não se mexa, se não...
- Se não o que? Vai me matar?
Phil segurou a mão de Helena e a forçou para baixo, a lamina da faca passou pelo seu peito, deixando um corte profundo.
- O que? Pare.
- Você veio aqui para me matar, só estou dando uma ajudinha.
O sorriso de Phil era diabólico, claro que não iria fazer mal a Helena, a mulher era linda demais, e com a recém descoberta, jamais deixaria ninguém fazer mal a ela, porém isso não o impedia de se divertir um pouco.
- Quem é você? E agora, vai sangrar até a morte?
Helena deu um leve  grito assustada, diante de seus olhos o corte começou a se curar rapidamente.
- O que... O que é você?
Phil sorriu, olhou para Helena, ela era uma mulher linda de fato, seus cabelos loiros lhe caindo em cachos até a cintura, o azul de seus olhos ficaram ainda mais brilhantes com as lágrimas de medo que ameaçavam cair, seu corpo curvilíneo se encaixava perfeitamente no vestido preto que usava e seu decote, pelos deuses, a mulher tinha os seios mais lindos e fartos que já tinha visto em todos os seus anos de libertinagem, a visão de Helena tão frágil em sua frente, somente despertou mais sua fome, agarrou a mulher pela cintura, olhou em seus olhos.
- Minha querida Helena, a partir de hoje você é minha.
Phil a transformou naquela mesma noite, não queria perder tempo nenhum, depois disso teve que fugir com ela, sua família não aceitou muito bem o fato de que a noiva escolhida de seu príncipe tinha sido humana e pior, era escoria de todo o reino.
Phil despertou de seus desvaneios, então decidiu ir para casa. Quando chegou sabia que sua esposa estava no quarto. Helena estava deitada, sorriu quando o viu entrar.
- Boa noite meu amor.
- Boa noite querido, estava no clube?
- Sim, estava. Conseguiu terminar a tarefa que você e a Lissa foram fazer?
- Conseguimos sim. Como foi a sua noite querido?
Enquanto falava Phil foi até o armário para trocar de roupa, tirou sua camiseta e calça, ficando somente de cueca , Helena ficou impressionada como o simples fato de olhar para o marido ainda despertava um desejo absoluto em seu interior, mas também como não sentir desejo quando se tinha um homem como Phil, ele era a personificação da beleza Dinamarquesa. Ele era alto, seus cabelos encaracolados caídos em sua testa eram dourados e macios, seus olhos verdes mudavam de cor dependendo do humor, ficavam verdes intensos quando estava feliz, amarelos quando o mal humor atrapalhava seu dia, e quase negros quando o desejo o dominava, seu corpo era forte, mas não em exagero, seu peito era definido e amplo, ah como ela amava e deseja seu marido.
- Se continuar a me olhar dessa forma, tenho a impressão que acordaremos Lissa com o barulho.
- Não me importo.
Helena se jogou nos braços de Phil, mesmo depois de tantos séculos, ela o amava e nesse momento sentiu pena de Lissa, ela jamais tinha experimentado o amor devastador que ela e Phil sentiam um pelo outro. Depois que fizeram amor, Phil olhou com preocupação para a esposa.
- Minha amada esposa, não vou pedir para me contar o que está acontecendo, só me promete que vai tomar cuidado.
- Fica tranquilo querido, na hora certa lhe contarei a verdade, nada do que estamos fazendo pode colocar a minha vida em risco meu amor, fica tranquilo. Agora vamos dormir, já amanheceu e estou cansada.
Phil soltou um longo suspiro, depositou um beijo suave nos lábios de Helena e se deitou, algo não estava certo, mas nada poderia fazer a não ser esperar.

Phil soltou um longo suspiro, depositou um beijo suave nos lábios de Helena e se deitou, algo não estava certo, mas nada poderia fazer a não ser esperar

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