O diário de Emmy

Solitário à beira da loucura part 2

Lissa estava na caçada ao tesouro com seus amigos, mas sua cabeça estava longe, pensando em seu marido, Dimitri estava muito estranho fazia meses, porém, excepcionalmente naquela noite ele estava diferente, parecia até meio fora de si. Odiava suspeitar de seu amado, infelizmente ele não estava ajudando em nada com aquela atitude. Resolveu que esperaria por ele em casa, teria uma conversa franca com Dimitri, naquela mesma noite, detestava ficar as cegas, se despediu de seus amigos e foi embora. Já em casa, ficou esperando por ele até amanhecer, seu marido, nunca ficava tanto tempo longe em uma caçada, algo não estava certo, sabia que não corria perigo, afinal ele era um vampiro milenar, seus poderes à  ultrapassavam,  e a todos os seus amigos muito fácil, nenhum inimigo seria forte o suficiente para encontrá-lo, mas, então, o que o estava impedindo dele voltar para casa, voltar para ela? Passou o resto da noite o aguardando, até que desistiu e foi se deitar, uma hora ele teria que voltar, e ai ela iria descobrir que maldito motivo o tinha deixado fora de sua cama em pleno amanhecer.

Quando Dimitri chegou ao seu destino, se surpreendeu, sua garota, sim ele já pensava nela como sendo dele, já estava acordada saindo de casa, deduziu pelo uniforme, que sua pequena humana estava indo para à escola, mas, aquela hora? Olhou para o relógio em seu pulso, estava amanhecendo, essa hora ele costumava estar em casa, tinha que voltar, mas, não poderia parar o que planejava fazer, não quando estava tão perto. Resolveu seguir à menina, estava nublado, se ele fosse pela floresta não correria o risco de ficar com uma queimadura do sol. Acompanhou sua humana, durante todo o período que ela estava na escola, quando tocou o sinal para saída, ele se teletransportou para o quarto da garota, quando ela chegasse, ele a teria para si.
Não demorou muito para que a pequena humana entrasse em seu quarto e fosse deitar, se ela tivesse olhado ao redor notaria sua presença em um canto escuro de seu quarto, mas à garota estava tão cansada que se quer o viu, parado olhando-a. Em poucos segundos sua pequena humana estava em sono pesado e agitado, estava tendo um pesadelo? Esse era o momento, foi até  sua cama e sentou ao seu lado, quis provar seu sangue de imediato, mas, sua curiosidade o venceu, fazendo Dimitri entrar em seus sonhos para sabe o que a estava assustando. Quando se materializou nos sonhos da garota notou que ela estava tendo um sonho um tanto quanto bizarro, havia umas pessoas estranhas, onde estava ela? Foi então que a viu, não muito longe de onde estava, sozinha e assustada, com um gesto de sua mão, fez as pessoas desaparecerem, restando somente ela e ele, se aproximou dela.
- Achou o que procurava, Milady?
O desespero em seus próximos atos, surpreendeu até a si mesmo, quando se deu conta estava sugando o sangue da menina que lutava para se afastar, sua mente quase ficou em branco, por um momento quase perdeu o controle, por sorte, ouviu movimentação do lado de fora do quarto da menina, se alguém de sua família aparecesse aquela situação poderia ter um desfecho desastroso. Deitou sua garota novamente na cama, limpou o sangue em sua boca, depositou um beijo rápido nos lábios da menina, porém percebeu o bater forte de um coração, não era da garota, olhou ao redor e notou que o barulho estava nele, era seu coração que estava batendo, como aquilo era possível? Isso somente aconteceria se ela fosse, ah não, ela não podia ser, podia? Olhou assustado para à menina ainda dormindo em sua cama e então desapareceu.
Surgiu novamente na biblioteca, sentou em uma poltrona qualquer e ficou ali, sorrindo com malícia do que havia acontecido, por um momento, até o pânico atingir sua humana, ela estava gostando, estava se excitando com seu toque, mas, então seu desespero fez com que ele fosse rápido demais e sua pobre humana ficou com medo. O gosto de seu sangue era como um elixir dos deuses, a força que sentia naquele momento era assustadora, cada fibra de seu corpo ficou em êxtase com aquela energia nova, era poderoso, e o sabor, ah, o sabor do sangue dela foi a sua perdição, por um momento pensou que se seu fim chegasse naquele instante, morreria feliz. Ouviu seu coração bater novamente, estava batendo mais devagar com o passar do tempo, tinha que se acalmar, se Lissa percebesse o ocorrido, sua humana correria risco de vida. Se teletransportou para um lugar longe de sua casa, em meio à floresta, ficou ali por algumas horas, até o efeito da humana passar, ficou sentando entre às arvores, pensando no absurdo que tinha acontecido, finalmente tinha encontrado sua noiva destinada, e ela era humana, o destino estava fazendo piada dele, como ele poderia ficar com uma humana? Como poderia abandonar Lissa, uma vampira de vários séculos, por uma humana? Pensou na loucura que seria se fizesse isso, mas, e se não fizesse? Seria capaz de nunca mais provar o sabor do sangue da garota? Seria capaz de esquecer a textura de seu cabelo ou na macies de sua pele? Ele estava completamente ferrado, riu da situação e so quando seu coração estava silencioso novamente voltou para sua biblioteca.
Ouviu barulho no andar de cima, na sequência Lissa estava entrando na biblioteca.
- Chegou agora?
- Sim, estava caçando.
- Onde?
- Nas montanhas.
- E porque demorou?
- Não queria um animal qualquer, precisava de sangue humano, e nessa época do ano é difícil alguém tolo o suficiente para se aventurar nessas montanhas.
- Hum.
- Por que todas essas perguntas? Você nunca se interessa pelas minhas caçadas.
- Fiquei preocupada, já estava amanhecendo e nenhum sinal da sua chegada.
Dimitri suavizou sua expressão, e foi até à esposa, sabia que ela não tinha culpa por sua escapada na noite anterior, ele não tinha motivo algum para trata-la daquela forma.
- Desculpe querida, não foi minha intenção demorar. Sinto muito.
Deu um beijo nos lábios de Lissa e a levou para a cama, já passava das cinco horas da tarde, não estava com sono, mas não queria discutir com ela, fez amor com Lissa pensando na humana, ele era um babaca, sabia disso, porém não podia evitar, aquela humana estava destinada a ele, e agora que tinha provado seu sangue, não ficaria longe novamente.