Tonsberg

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15 – Tonsberg

Logo após o momento intimo e quente que tiveram, Dimitri achou melhor ir embora, Emmy precisava acordar cedo no outro dia e ele sabia muito bem que se continuasse ali nenhum deles conseguiria descansar. Se despediu de Emmy com um beijo carinhoso e foi embora. Emmy deitou em sua cama, mas como poderia dormir depois do que tinha acabado de experimentar com Dimitri? Ainda sentia na pele o toque frio e sedutor de seu amado, só a lembrança já lhe despertava o corpo todo, tentou dormir, porém sabia muito bem que seria impossível, ficou virando de um lado a outro na cama a noite toda, e quando finalmente a manhã chegou se sentia exausta, entretanto se sentia feliz, só a expectativa de sentir mais daquela sensação já fazia seu corpo todo vibrar, sorriu.
Algum tempo depois ouviu barulho vindo da sala, logo sua amiga Suzy estava em seu quarto.
- Ah não Emmy, você ainda está de pijama? Vamos, levante, temos muitas coisas para fazer hoje, vai logo.
Suzy puxou as cobertas de Emmy.
- Só mais 5 minutinhos...
- Não, levanta, se não vou jogar água fria em você.
Emmy sorriu, a alegria de Suzy a contagiava.
- Calma Suzy, hoje teremos o dia todo só para nós, já estou levantando, mas você sabe né? Não sou nada sem um café, preciso tomar um urgentemente.
- Ahhh Emmy, você é uma viciada em cafeína, Suzy sorriu, mas tudo bem, levante logo e vamos. A propósito, Feliz aniversário amiga, amo você.
Suzy deu um abraço apertado em Emmy.
- Obrigada amiga. Também amo você.
Depois que finalmente Emmy levantou e se arrumou, as duas foram em direção a cozinha, lá encontraram Elsa, mãe de Emmy. A senhora deu um longo e apertado abraço na filha a felicitando pelo seu aniversário, então a senhora Elsa abriu espaço para mostrar uma mesa farta com tantas guloseimas que Emmy nem sabia por onde começar.
- Obrigada mãe, te amo muito.
- Também te amo filha. Agora vocês duas tomem café antes de sair.
- Obrigada dona Elsa.
Emmy foi direto pegar um café, depois de se servir de uma xicara generosa de café preto sem açúcar sentou-se a mesa junto com Suzy.
As três mulheres tomaram café juntas, o clima de festividade e alegria reinava no ambiente, as risadas preenchiam toda a cozinha, as três conversaram, planejaram e se divertiram muito naquele pequeno espaço de tempo. Enfim tinha chegado a hora de partir, Emmy foi até o seu quarto, pegou sua bolsa e sorriu, a expectativa de viajar sozinha com Suzy deixava sua adrenalina a mil, amava a sensação de liberdade que sentia quando pegava a estrada, antigamente fazia o mesmo trajeto com sua mãe e sua avó, pela primeira vez iria somente ela e Suzy, o êxtase que sentia no momento era revigorante.
Encontrou com Suzy na sala, se despediu de sua mãe com um beijo no rosto e um abraço apertado, e antes de sair não podia deixar de fazer o que sempre fazia quando ia para algum lugar longe, beijou o retrato de sua avó e seu pai, sua avó tinha falecido fazia quase um ano de problemas de saúde, já seu pai havia falecido a 15 anos em um acidente de carro, Emmy tinha apenas três anos quando aconteceu.
Olhou para Suzy.
- Vamos?! Está esperando o que garota? Um convite formal?
As duas saíram da casa sorrindo, entraram no carro e partiram. Suzy dirigia muito bem, pensou Emmy, por conta do acidente do pai, Emmy jamais pensou em dirigir, tinha medo, mas isso não a impedia de sair com a amiga Suzy de carro.
A viagem ocorreu muito tranquila, as duas conversaram o tempo todo, Suzy contou como estava seu relacionamento com Erick, e tudo o que estava acontecendo em sua vida.
- E é isso amiga, ele é um doce comigo, parou de andar com aqueles amigos estranhos dele. Enfim, estou muito feliz. E você Emmy? Está tão diferente, a um certo brilho no seu olhar e um sorriso em seus lábios que não havia antes, vai me contar quem é o cara?
Emmy se surpreendeu com a pergunta da amiga, queria tanto contar sobre Dimitri, mas não podia, não ainda, o pesar chegou até seus olhos.
- Ah entendi, tudo bem amiga, se não quer contar, tudo bem, mas por favor, tome cuidado.
- Não é nada disso amiga, você está imaginando coisas.
- Tudo bem Emmy, eu entendo, de verdade.
O restante da viagem ocorreu num clima mais tranquilo, ao fundo tocava o álbum preferido das duas, Aerosmith tocava nas alturas dentro no carro, Emmy cantava e observava a paisagem toda coberta de neve, desde a copa das árvores até as montanhas, o branco tomava todo o lugar, aquilo fazia Emmy lembrar dos filmes de natal que tanto amava. Logo em seguida começou a tocar Crazy, uma das faixas favoritas de Emmy.
- Emmy, você está cantando muito alto, vai quebrar as janelas do meu carro.
As duas caíram na gargalhada.
Não muito longe dali, em casa dona Elsa conversava com Catrina, sua melhor amiga, as duas tinha crescido juntas e quando Emmy nasceu, Catrina tinha adquirido um amor tão grande pela filha da amiga, que se considerava sua madrinha. A senhora Cat, como todos a chamavam, era de classe media alta, tinha uma condição financeira muito boa e por isso todo ano fazia uma festa para Emmy, naquele ano, porém, a festa iria ser grandiosa, não era todo dia que se fazia 18 anos, então a senhora alugou o lugar mais badalado da cidade para ser realizado o baile de máscaras do aniversário de Emmy. Elsa e Catrina conheciam muito bem os gostos de Emmy, com quase tudo pronto para festa, só faltava a costureira entregar o vestido de Emmy para tudo ficar pronto.
Emmy e Suzy finalmente chegaram a Tonsberg, como primeiro destino, Emmy sugeriu um café.
- Sério amiga, você é viciada em cafeína, mas como o dia é todo teu, não vou nem discutir, seu desejo é uma ordem madame.
As duas riram e foram em uma cafeteria bem charmosa que havia na cidade, sentaram-se em uma mesa com vista para a paisagem local, depois de fazerem o pedido conversaram sobre o itinerário do dia. Emmy como de costume surgeriu que o próximo destino deveria ser uma livraria, afinal era quase uma tradição dela comprar um livro em todo lugar que ia, era uma forma de levar um pequeno pedaço do lugar junto consigo, uma lembrança. Depois do café as duas foram até à livraria surgerida por Emmy, lá à garota foi direto na sessão de romance, afinal para o momento tão lindo como o que estava vivendo, nada melhor que uma história de amor com final feliz para deixar as coisas ainda melhores. Emmy sabia, tinha um pressentimento, aquele dia iria ficar em sua memória pelo resto de sua vida, sorriu com o pensamento.
A poucas horas dali, Dimitri estava em sua casa relembrando o momento íntimo que teve com Emmy, naquele instante sentiu um desejo tão ardente que o surpreendeu, a lembrança o fez sorrir tímido, se sentia apaixonado, mesmo em seus vários séculos de vida, nunca antes tinha se sentido daquela maneira, lembrou de Trina, com ela tinha sido tudo muito platônico, havia beijos e carinhos, mas não passava disso, Trina não estava pronta para um próximo passo e Dimitri jamais a forçaria a algo, o desejo nunca o tinha consumido como naquela noite com Emmy. Ele havia tido muitas experiências sexuais, em uma época distante Dimitri seduzia diversas mulheres para satisfaze-lo tanto na cama quanto em sua fome, sempre no final de cada ato sexual, suas mulheres acabavam da mesma forma, com suas presas cravada na jugular, porém era tudo muito carnal, libidinoso, não havia amor, nem carinho se quer, exceto talvez com Lissa, por ela talvez tivesse sentido algo mais, mas era somente respeito e carinho que sentia pela sua ex esposa, com sua Emmy o amor era foco em todas as suas ações, o desejo que sentia toda vez que a via era fruto de algo vindo do seu coração, fez uma nota mental, a partir daquele dia teria que está sempre bem alimentado, porque se não tivesse feito isso antes de ir ver Emmy naquela madrugada, com toda certeza teria cravado suas presas nela e estaria se arrependo naquele exato momento. Sempre foi muito consciente de seus atos, mas pôde sentir que poderia muito facilmente perder o controle com Emmy se não estivesse preparado. Sentiu seu lado selvagem revirar em seu peito com o pensamento de tomar o sangue de Emmy, ficou excitado e com todo o esforço possível afastou aquele pensamento.
Lembrou da conversa da mãe de Emmy com Suzy, queria ir à festa dela, mas para isso teria que estar muito bem alimentado e forte mentalmente, se um resquício de fome ficasse evidente, poderia fazer algo irreparável. Estava abrindo à janela para sair ao ar livre e gelado da madrugada quando ouviu a campainha tocar. Praguejou baixinho, era Phillipe, podia sentir seu cheiro, fechou à janela e foi até a porta.
- Oi Phil, o que devo a honra?
- Oi Dim, a quanto tempo, caro amigo. Então quer dizer que para ter um momento com você tenho que vir pessoalmente até aqui? Pelos céus, cadê seus bons modos? Não vai me convidar para entrar?
Phil sorriu ironicamente.
Dimitri olhou no relógio, não tinha muito tempo de escuridão para caçar, deu de ombros para o amigo.
- Me perdoe velho amigo, mas estou de saída, preciso caçar. Sei que ando meio ausente, porém não tenho tempo agora.
- Oh meu caro amigo, dessa vez não me darei por vencido, vim aqui para ter uma conversa contigo e é o que vou ter. Se está indo caçar, irei com você. Não sairei do seu lado até saber o que está acontecendo? Porque raios sua esposa está na minha casa ocupando todo o tempo da minha esposa e quase me enlouquecendo.
Dimitri assentiu, os dois saírem para caçar, Dimitri se viu num beco sem saída, ou contava para o amigo o que estava acontecendo, ou corria o risco de perde-lo. Rapidamente estavam na cidade, localizaram um grupo dos piores humanos da região, tomaram tudo o que puderam e foram embora. Já na casa de Dimitri, os dois foram para a biblioteca, Dimitri serviu duas doses de whisky, a sua ele bebeu em um só gole, sabia que naquele momento teria que revelar tudo ao amigo, Phil o olhou com curiosidade.
- Tempos difíceis?
Perguntou Phil ao receber sua dose de whisky. Então Dimitri contou toda a história.
- Eu a encontrei Phil. Finalmente encontrei minha noiva.
Phil olhou surpreso.
- E Lissa? Esse é o motivo da sua esposa na minha casa?
Dimitri suspirou com pesar, começou a andar de um lado para o outro na frente do amigo.
- Não sei o que fazer Phil, não tenho forças e nem vontade de ir contra o meu destino.
- E onde ela está?
- Ela é humana Phil, apenas uma menina, hoje está completando 18 anos. 18 anos Phil, sabe como isso está me enlouquecendo? Estou à beira do desespero.
- Você vai transforma-la?
- Não!... Sim... Sinceramente, ainda não sei o que fazer.
- O que quer dizer com “não sabe”? Então porque abandonar Lissa, sua esposa de longa data, sendo que você nem sabe se vai transforma-la? Você sabe muito bem que nada de bom sai de uma relação de vampiros com humanos.
Dimitri olhou para o amigo, ele tinha razão, se não a transformasse não poderia ficar com ela, mas o medo que sentia de ter sua verdadeira condição revelada para Emmy o consumia.
Phil tomou o restante do whisky, levantou, cumprimentou o amigo.
- Estou de partida, estarei no mesmo lugar de sempre te esperando, porém não vou opinar nessa sandice. Sinto muito meu amigo.
Segurando a mão do amigo, Dimitri lhe fez um pedido.
- Voltarei logo para nossas noites memoráveis, te prometo que logo resolverei essa situação, porém tenho que te pedir um favor.
- Pode falar.
- Por favor, não conte nada a Lissa nem a Helena sobre hoje.
Phil assentiu e então partiu.
Dimitri sentiu seu coração afundar com toda a situação, porém naquele momento nada podia fazer, a não ser se preparar para o aniversário de sua amada.

 Dimitri sentiu seu coração afundar com toda a situação, porém naquele momento nada podia fazer, a não ser se preparar para o aniversário de sua amada

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