- Como ela está? — O som estava abafado mas conseguiu reconhecer a voz do meu pai no lado de fora.- O senhor pode entrar se quiser — A enfermeira que estava comigo a pouco tempo respondeu e logo a porta se abriu mostrando Daniel LaRusso me encarando.
- Oi — Disse calmo andando até a ponta da cama.
Precisei desviar o olhar, não podia encarar o meu pai depois do que eu fiz...ele estava certo desde o início, talvez eu nunca devia ter aprendido karatê, eu não soube me controlar e agora era Miguel que estava pagando o preço.
- Oi — Minha voz falhou, o nó na minha garganta estava acabando comigo. — Como ele está? — Precisava saber.
- Em coma — Responde andando devagar até o meu lado da cama e não consegui segurar uma lágrima rebelde. — Como está seu pulso?
- Quebrado — Levantei o gesso e voltei a desviar o olhar. — Pai eu...
- Me desculpa — Daniel disse rapidamente e se sentou ao meu lado na cama me deixando confusa. — Eu errei com você Kath, fiz muitas coisas de que me arrependo e a maior delas foi ter te mantido dois anos longe de nossa família.
As lágrimas já escorriam pelo meu rosto.
- Você pode achar que fiz por egoísmo mas pensei que fosse uma oportunidade boa para você, sempre foi tão inteligente que talvez aquela escola fosse te desafiar mais do que essas escolas daqui — Abaixou a cabeça. — Foi culpa minha tudo isso.
- Não pai, não fala isso — Me ajeitei na cama ficando sentada — e-eu devia ter te escutado, essa coisa de karatê nunca foi para mim, e-eu sou impulsiva de mais e-e não devia ter feito o que eu fiz — Eu já soluçava muito e recebi um abraço do mais velho — Foi minha culpa, Miguel está em coma por minha causa — Solucei mais escondendo o rosto no ombro do meu pai que acariciava meu cabelo enquanto eu chorava tudo que havia guardado dentro de mim todos esses anos, os acontecimentos recentes e tudo.
Não sei quanto tempo fiquei abraçada com meu pai, não percebi quando minha mãe entrou no quarto e nos encarava com os olhos lacrimejados, logo recebi minha alta e fui para casa.
Não vi Sam apesar de saber que ela estava em casa também, tudo que ela havia me dito naquela festa havia me machucado mas depois do que eu fiz eu não conseguia olhar para ela envergonhada de meus atos.
Estava sentada no chão do quarto mexendo nas caixas empoeiradas ainda deixadas ali já que fiquei com muita preguiça de guardá-las no depósito. Recuso a 5 chamada de Tory que não parava de me ligar desde que estava no hospital.
Abri uma das caixas que havia algumas coisas do senhor Miyagi, havia uma foto dele comigo e Sam pequenas vestindo um quimono e fazendo caretas. Eu não tinha muitas memórias com ele mas me lembro que quando nos levou para visitar uma represa, foi nesse dia da foto, eu era pequena mas entendia bastante coisa.
- Olha papai um peixe! — Apontei para um enorme que nadava próximo de nós.
- Esse é gigante! — Sam riu.
- Quero ele — Apontei animada.
- Não é assim que se pesca Katherine-San — Brincou trocando um olhar com meu pai. — Olhe esta isca, o peixe que se interessar por ela será o que vamos pegar — Explicou sorrindo paciente — Não podemos controlar tudo mocinha, nossa paciência nos leva até nosso destino correto.
- Pescar é chato — Falei bufando fazendo os adultos rirem.
- Porque não tiramos uma foto? — Meu pai sugeriu pegando sua máquina.
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Cobra Blood •Cobra Kai•
FanfictionKatherine LaRusso sempre foi apaixonada por Karatê mas de acordo com seu pai ela não era digna de aprender o esporte, é mandada para um internato e após dois anos volta para sua casa pronta para enfrentar seu pai e o ensino médio cheio de garotos. ...