Capítulo 11 Sem volta

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— Lá está o portão norte.

— Sim, Elohim. E lá está também o sentinela guardando a entrada.

— Calma Kadosh, lembre-se do plano: eu nobre, vocês sob minha guarda, entrada liberada.

— Vejamos senhor Rabum sabe tudo, vejamos. — Completa Kadosh com ar de desconfiança e ironia.

O trio se aproxima do portão e o soldado logo os manda parar e se identificar.

— Parem! Quem são vocês?

— Eu sou Elohim, Kurs da casta dos Rabuns, sucessor da primeira cadeira do Conselhos dos Seis.

— Um nobre, aqui? E eles quem são?

— Eles são meus servos protegidos, Kadosh uma simples Baraggal artesã da casta dos Zamāru e Yeshua uma Laraak da casta dos Maru, meus serviçais apenas.

— Elohim, seu miserável! simples e serviçal?

— Silêncio! Não atrapalha Kadosh.

— O que o senhor disse?

— Nada soldado, estou falando com minha serviçal. Por favor, deixe-me passar, você já está tomando muito do meu tempo, não seja impertinente.

— Está bem, pode passar. Esses nobres desocupados só nos atormentam.

— O que disse soldado?

— Eu disse: nobre abençoado que seu saber nos sustentam...

— Ahh... Sim! Graças a nós.

O soldado sentinela abre o portão e os três passam sem mais problemas e rapidamente chegam aos fundos do prédio da Grande Biblioteca.

— Chegamos! — Elohim não disfarça a sua empolgação — Vamos lá Yeshua, prepare-se para abrir o portal de teletransporte.

— Mas você sabe que eu preciso visualizar o local de destino, e eu nunca estive dentro deste prédio.

— Sim, eu sei. Por isso pedi para Ninti alinhar as nossas mentes, assim você terá acesso as minhas memórias de tudo o que vi lá dentro. Nós entraremos na ante sala da Seção Ômega e a nossa querida Kadosh fará as chaves da porta de acesso.

— Mas você terá acesso a minha mente, eu a sua e nós a dela, estaremos sincronizados, ou seja, teremos acesso a todas as memórias uns dos outros, isso não te assusta?

— E por que me assustaria? Eu sou o que sou e nada tenho a temer ou esconder. Por acaso você tem?

— Claro que não, Elohim. Vamos lá, peça pra ela fazer a conexão e vamos sincronizar logo.

— Eu e Ninti já estamos sincronizados desde que saímos da casa dela. Eu posso senti-la dentro da minha mente. Agora é sua vez. Kadosh, você também tem que sincronizar.

— Eu? Nada disso! Não quero ninguém na minha mente e não quero entrar na mente de ninguém. Você sabe muito bem que isso é irreversível. Uma vez sincronizados o laço nunca se desfaz. E outra... deixa pra lá.

— E sei disso Kadosh. E não é maravilhoso estar dentro da mente mais brilhante de B'reishit? E que terei de me adaptar a sua mente.

— O que você quer dizer com isso, Elohim?

— Nada Kadosh, apenas relaxa e deixa sincronizar. Você aceitou o plano, não vai dar pra trás agora.

— Está bem. Vamos logo com isso. Mas um aviso: nada de comentários posteriores à sincronização.

ELOHIM - O despertar de um DeusOnde histórias criam vida. Descubra agora