O que pode acontecer quando o dono do morro, por destino, esbarra com a patricinha de classe média alta no meio de um perrengue? Essa relação de amor e ódio você só vai encontrar aqui, sente-se e aproveite esse novo livro, cheio de amor, mágoa, dece...
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Felipe Varella, 23 anos
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Os outros serão apresentados mais para frente.
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Alice 👑
Alice: Que droga Felipe, nós sempre vamos brigar por isso? - falo indignada com o celular dele na mão
Felipe: Não começa Alice, se você não fosse tão intrometida, nós não brigaríamos por isso.
Alice: Ahhhh, então a culpada pela briga sou eu?
Felipe: Você não tinha nada que mexer no meu celular. Tu não confia em mim? - falou começando aquele velho jogo dele, já estou acostumada a estar certa e sair como errada.
Alice: Deixa eu ver se entendi - digo puta - Eu pego seu celular, encontro conversas suas com outras mulheres, e eu que estou errada em invadir sua privacidade? - gargalho de tanto ódio
Felipe: Só tô dizendo que não precisava mexer - ele se aproxima de mim, aumentando o tom de voz.
Alice: Quer saber? Vai a merda, Felipe. Tô de saco cheio desse seu jogo de vítima. Se brincar nem na porta eu passo né? Devo ter chifre pra mais de ano. - suspiro pesadamente porque por mais que seja um relacionamento horrível, eu gosto demais dele, tenho dependência emocional e não acho nada fácil largar isso.
Alice: Terminamos aqui. Não aguento mais isso.
Felipe: Foda-se. Quer terminar? Beleza, mas vai pra casa sozinha. Não vou te deixar, tu não é mais responsabilidade minha se sair por aquela porta.
Já era de costume passar por essas situações humilhantes, eu nem culpo ele por tudo, lógico, ele não é um santo, mas eu também não tenho vergonha na cara nenhuma, já devia ter colocado um ponto final nisso há muito tempo.
Alice: Olha a chuva que tá lá fora, tu tá de brincadeira né cara? Tu me leva pela consideração que ainda tem e depois disso cada um segue seu caminho. - digo tentando apaziguar a situação ao máximo, na esperança que esse filho da puta me deixe em casa.
Felipe: Já disse que não vou, vaza daqui sozinha - ele grita segurando meu braço com força me atirando na porta, caio com o impacto forte. - Não se faz de vítima não, Alice. Levanta antes que eu te levante, porra - choramingo baixinho sentindo uma dor forte na lateral da barriga.
Alice: Por favor, você sabe que eu te amo. Sabe que brigo porque não quero te perder - me arrasto até ele que me levanta num puxão e me prende na parede.
Felipe: Vai me deixar? - ele sussurra baixinho contra o meu rosto, me intimidando - respiro fundo antes de responder choramingando.
Alice: Eu-eu não sei
Felipe: Vagabunda, some da minha frente - ele grita contra o meu rosto
Saio do seu aperto, reunindo minhas coisas espalhadas pelo quarto pra finalmente ir embora desse apartamento. Odeio essa merda, odeio essa situação, odeio gostar de alguém que caga e anda pra mim, que inferno.
Reúno tudo na minha bolsa e ando em direção a porta do quarto. Sabe aqueles segundos de coragem que podem fazer a gente perder ou ganhar tudo? Pois é, tomei um gole da coragem líquida sobre a mesinha e gritei.
Alice: Eu sou vagaba? Então cê vai ver. Vou me comportar como uma. E quando me vi, engole caladinho sem dizer uma palavra - ele me olha puto da vida, parece até que eu tinha xingado a sexta geração da família dele.
Felipe: Repete o que você disse, porra
Alice: É isso mesm.. - nem termino a frase, sinto um soco forte no meu rosto, fiquei tonta na hora, acho até que perdi a consciência por leves segundos, pois quando voltei a mim eu já estava no chão, com ele em cima de mim, desferindo tapas no meu rosto. Tento me proteger de tudo que é jeito até ele parar.
Senti o peso sair de cima de mim, e não demorei pra levantar, abri a porta do quarto e saí correndo cambaleando.
