O sentimento.

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O sentimento

JIMIN

Chuva...
Chuva sempre me deixa melancólica. Meu quarto está meio escuro, apenas uma pequena luminária acesa,
deixando o ambiente num tom amarelado. Estou deitada na
cama, fitando a janela e vendo as gotas caírem, e Rocky está ao meu lado, no chão, com o focinho apoiado nas patas.
Desde que cheguei da casa de Jungkook, não saí da cama.
Algumas horas já se passaram e a noite caiu. Uma parte de mim se sente culpado, não sei por quê. Fizemos a coisa certa ao ir embora, já que nos deixaram sozinhos. Além do mais, não queríamos que acontecesse outra discussão entre Carlos e Jungkook.
Estou pensando demais.
A chuva fica cada vez mais forte, então me levanto para fechar a janela. A última coisa que quero é que meu quarto fique todo molhado. Sempre que me aproximo dessas cortinas, me lembro das vezes em que interagi com Jungkook daqui.
Quando, por fim, chego até a janela, meu coração para.
Jungkook está naquela cadeira onde o vi pela primeira vez, as mãos segurando a parte de trás da cabeça, os olhos fixos no chão.
Pisco para me certificar de que não é coisa da minha imaginação. Jungkook está ali, sentado, a chuva caindo sobre
ele. Está encharcado, a camiseta branca colada ao corpo. O que ele está fazendo? Estamos no outono, pelo amor de Deus, ele pode pegar um resfriado.

Pigarreio.
— O que você está fazendo aí?

Tenho que levantar a voz, porque o barulho da chuva a abafa. Jungkook levanta a cabeça para olhar para mim. A tristeza em seus olhos me deixa sem fôlego por um segundo, mas um sorriso gentil surge em seus lábios.

— Bruxo.

Engulo em seco. Toda vez que me chama assim, me destrói.

— O que está fazendo? Vai ficar doente.

— Está preocupada comigo?

Por que parece estar tão surpreso com isso?

— É óbvio. — Nem penso direito antes de responder.

De alguma forma, acho uma ofensa Jungkook não ter certeza de que eu me importo.
Ele não diz nada, apenas desvia o olhar. Vai ficar parado ali?

— Quer subir?

Independentemente da nossa situação atual, não posso deixá-lo debaixo de chuva parecendo tão triste. Sei que há algo errado com ele.

— Não quero incomodar — responde Jungkook.

— Você não vai me incomodar. Só seja legal enquanto estiver aqui e vai dar tudo certo.

— Ser legal? Do que você está falando?

— Nada de tentar me seduzir.

— Está bem. — Ele levanta a mão. — Palavra de deus grego.

Jungkook sobe, e, assim que põe os pés no meu quarto, me dou conta de que talvez não tenha sido uma boa ideia chamá-lo para vir, primeiro porque ele está sexy demais com essas roupas encharcadas, e segundo porque está molhando todo o meu carpete.

— Você tem que tirar essas roupas.
Ele me olha surpreso.

— Achei que não era para eu te seduzir.

Desvio o olhar.
— Você está ensopado. Nem pense em tentar nada e tire a roupa no banheiro. Vou ver se consigo encontrar algo que caiba em você.

Obviamente, não encontro nada que sirva em Jungkook, só um roupão de banho que minha mãe ganhou há muito tempo e nunca usou. Fico na frente da porta do banheiro.

— Só encontrei um roupão.

Jungkook abre a porta, e eu espero que ele esteja se escondendo atrás dela ou algo do tipo, mas não, ele sai de.boxer como se fosse a coisa mais normal do mundo. Deus do céu, como ele é gostoso.
Minhas bochechas ficam vermelhas e eu olho para o outro lado, estendendo a mão com o roupão para que ele o
pegue.

Através da minha janela (jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora