Plano.

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O plano

- Você está bem? - pergunta Jeff assim que eu volto para seu lado. - Está todo vermelho.

Faço um esforço para fingir um sorrisinho.
- Tudo bem, só estou com um pouco de calor.

As sobrancelhas de Jeff se estreitam, quase se tocando.

- Você viu alguma coisa bizarra, não é?

Na verdade, não, só acabei de deixar seu irmão com uma ereção do tamanho da Torre Eiffel.
Jeff entende meu silêncio como um sim e balança a cabeça.

- Eu falei para o Namjoon que o salão das velas não era uma boa ideia, mas ele não me ouve. Por que ouviria? Sou só o bebezinho da família.

Noto certa amargura em sua voz doce.

- Você não é um bebê.

- Para eles, eu sou.

- Eles?

- Jungkook e Namjoon. - Ele suspira e toma um gole do refrigerante. - Nem meus irmãos nem meus pais me levam em consideração na hora de tomar decisões.

- Isso pode ser bom, Jeff. Você não tem
responsabilidades, e como dizem as minhas tias, você precisa aproveitar esse momento da vida, já que vai ter que se preocupar com muitas coisas quando for adulto.

- Aproveitar? - Ele solta uma risada triste. - Minha vida é chata, eu não tenho amigos, pelo menos não de verdade, e na minha família sou um zero à esquerda.

- Nossa, você é jovem demais para estar tão triste.
Ele brinca com a borda de metal da lata do refrigerante.

- Meu avô diz que sou um velho no corpo de um garoto.

Ah, o avô da família Jeon. A última coisa que ouvi a respeito dele é que tinha sido hospedado em uma casa de repouso. A decisão havia sido tomada por seus quatro filhos, incluindo o pai de Jeff. Pela tristeza nos olhos dele, essa foi uma das tantas decisões que tomaram sem levar sua
opinião em consideração.
Aquele rosto tão inocente e tão bonito não deveria carregar tanta tristeza, então me levanto e estendo a mão.

- Quer se divertir?

Jeff me lança um olhar cético.

- Jimin, não acho que...

O álcool que ainda circula pelo meu corpo me dá cada vez mais coragem.

- Levanta, é hora de se divertir.

A risada de Jeff me lembra a de seu irmão, com a diferença de que a risada de Jungkook não soa inocente, mas sexy.

- Jeff?

Jeff se levanta e me segue, nervoso.

- Aonde vamos?

Eu ignoro e o conduzo escada abaixo. Fico surpresa por não cair com esses saltos. Dirijo-me ao bar e peço quatro vodcas e uma limonada, que o barman serve na nossa
frente.

- Preparado?
Jeff sorri de orelha a orelha.

- Preparado.

Antes que eu possa dizer qualquer coisa, Jeff vira uma bebida após a outra com apenas alguns segundos de diferença. Deixando os quatro copinhos vazios, ele me olha, e observo horrorizada o garoto tentando se segurar no balcão enquanto seu corpo assimila tanto álcool de uma vez.

- Ah, merda, estou me sentindo estranho.

- Você está doido? Esses eram pra mim! A limonada que era sua!

Jeff põe a mão na boca.

- Ops! - Ele segura minha mão e me leva para a pista de dança.

- Jeff, espera!

Certo, é aqui que as coisas começam a ficar complicadas.
Meu plano original era brindar com Jeff, ele tomar a limonada e, em seguida, levá-lo para dançar, apresentá-lo a um garoto legal para ele conversar e então fazê-lo ir embora com um sorriso fofo.
Dizer que meu plano foi por água abaixo é pouco.
Tudo que começa com excesso de álcool termina mal. Foi assim que Tae, Jeff e eu acabamos em um táxi a caminho da minha casa, porque Jeff estava tão bêbado que não pudemos abandoná-lo na boate ou levá-lo a casa dele, onde sua família provavelmente lhe daria a bronca do século.
Vou falar uma coisa: lidar com um bêbado é difícil, mas transportá-lo é outro nível. Acho que Tae e eu ficamos com duas hérnias depois de carregar Jeff pela escada da
minha casa. Por que não o deixamos no andar de baixo?
Porque lá só tem o quarto da minha mãe, e por nada nesse mundo eu deixaria Jeff lá de ressaca. Se ele acabar vomitando no quarto da minha mãe, meus dias neste mundo chegarão ao fim.
Jogamos Jeff na minha cama, e ele cai como um boneco de pano.

- Tem certeza de que está tudo certo?

- Sim, minha mãe está de plantão no hospital e só volta amanhã - respondo. - Você já me ajudou bastante, não quero que arranje mais problemas com seus pais. Pode ir.

- Qualquer coisa me liga, tá?

- Fica tranquila, vai lá que o táxi está esperando.
Tae me abraça.

- Assim que ele ficar sóbrio, fala para ele voltar para casa.

- Pode deixar.

Tae vai embora e eu dou um longo suspiro. Rocky vem para o meu lado balançando o rabo. Jeff Jeon está deitado de barriga para cima na minha cama, sussurrando coisas que não consigo entender, a camisa aberta e o
cabelo bagunçado. Ele parece lindo e inocente, apesar da alta porcentagem de álcool nas veias e um pouco de vômito
na calça.

- Ah, Rocky. O que foi que eu fiz?

Rocky apenas lambe minha perna em resposta. Tiro os sapatos de Jeff e hesito ao olhar sua calça. Deveria tirá- la? Está suja. Eu pareceria uma pervertida se tirasse? Ele é
só um garoto, pelo amor de Deus, não o vejo com malícia alguma. Decidida, tiro a calça e a camisa dele, que também está cheia de vômito, deixo-o de cueca boxer e cubro-o com meu cobertor.
O toque de um celular me faz dar um pulo. Não é o meu.
Sigo o som e pego a calça de Jeff. Quando encontro seu celular, meus olhos se arregalam ao ver a tela.

Chamada recebida
Jungkook bro

Coloco o aparelho no silencioso e deixo tocar até que a ligação caia, então vejo a quantidade de mensagens e ligações perdidas de Jeff e Namjoon. Ah, merda, não tinha pensado que obviamente os irmãos e os pais dele iam ficar preocupados se Jeff não voltasse para dormir em casa.
Jungkook volta a ligar e eu desligo na cara dele. Não posso atender, ele reconheceria minha voz. Posso enviar uma mensagem, mas o que eu digo?

Ei, bro, vou dormir na casa de
um amigo.

Aperto o botão de enviar. É isso, essa mensagem deve tranquilizá-lo.
A resposta de Jungkook chega rápido.

Atende a merda do telefone agora.

Certo, Jungkook não está nada calmo. Ele liga de novo, e encaro em pânico o nome dele na tela do celular de Jeff.
Tenho a sensação de que se passaram anos até Jungkook parar de ligar. Quando isso acontece, respiro aliviada e me sento
na beira da cama aos pés de Jeff, que dorme
profundamente. Pelo menos ele não vomitou. A tela do celular acende e chama minha atenção. Espio para ver se Jungkook está ligando de novo, mas é apenas a notificação de um aplicativo chamado Find my iPhone.
Esse aplicativo serve para localizar aparelhos da Apple registrados em uma conta. Se Jungkook se conectar pelo computador, consegue ver a localização exata do celular
que está em minhas mãos. Em pânico, jogo o aparelho na cama.
Ele me encontrou! Sei que me encontrou. Por que Jungkook sabe tanto sobre tecnologia? Por quê? Ele vai me matar.
Jungkook está vindo atrás de mim, e nem um milagre poderá me salvar.

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Oii, e aí o que estão achando?!
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Lembrando q postei outra fanfic aq no perfil (50 tons de cinza jikook).
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Obrigada e até o próximo capítulo.

Através da minha janela (jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora