Walk of Shame.

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45°
Walk of Shame

— Jimin. — Alguém tenta me despertar. — Jimin!

Ser violentamente sacudida me traz do mundo da inconsciência de volta à vida.

— Jimin! — Um sussurro exigente chega aos meus ouvidos, mas não quero abrir os olhos. — Pelo amor de Deus, acorda!

Abro um dos olhos, estreitando o outro enquanto me acostumo com a luz. Uma figura está inclinada sobre mim.

— O que… — Uma mão cobre minha boca e eu pisco lentamente, tentando enxergar quem está praticamente em
cima de mim.

Cabelo preto caindo nas laterais do rosto…
Tae.

— Shhh! Eu preciso que você se levante com muito cuidado.

Eu lanço um olhar de “o que está acontecendo”, ainda que ele pareça desesperado.

— Explico daqui a pouco, mas preciso que você se levante com cuidado e não faça barulho.

— Espera um segundo. Antes de tudo, que droga de lugar é esse?

Ontem à noite…
Uma série de imagens muito constrangedoras desfila na
minha mente: margaritas, vodca, dança na mesa da boate, Gregory fazendo striptease, Jungkook eu nos beijando na
frente de todos, Tae e Jeff trocando olhares de “sim, deixa comigo, esta noite promete”.
Ai, Nossa Senhora dos Músculos, acho que estou indo para o inferno.

Basicamente, cometi pecados demais em uma noite só. E, além disso, tivemos que pegar um táxi para a casa do Marco, a única sem adulto nenhum. Mais bebida, mais shows de strip, olhares ainda mais sexuais entre Jeff Tae, e muitos outros beijos entre mim e Jungkook.
Tae tira a mão que cobria minha boca e eu me sento, porque meu estômago está se revirando e minha cabeça lateja.

— Qual é o problema? — Minha garganta queima, está seca, dolorida de tanto beber.

Tae leva o dedo indicador aos lábios e gesticula, indicando algo ao meu lado. Jungkook está dormindo ali, deitado
de bruços, com a cabeça virada para o outro lado. Com o lençol até um pouco acima da cintura, sem camisa, a
tatuagem à mostra, e aquele cabelo preto desgrenhado.
Deus, acordar ao lado de um homem desses deve ser um privilégio, talvez eu esteja gastando toda a felicidade da
minha vida com esse cara, mas está valendo a pena.
Tae me traz de volta à realidade, balançando a mão diante de mim.
Com cuidado, me levanto, o colchão range e nós dois olhamos para o deus grego, mas ele está profundamente
adormecido. Sinto uma leve dor entre as pernas e uma tontura. Tae me segura, até que eu me equilibre.
Eu não vou beber nunca mais.
Eu sei, foi o que eu disse da última vez.
O álcool é como um ex que a gente ainda não superou. A gente promete que não vai cair nessa de novo, nunca mais
vai ficar com ele, mas ele seduz e a gente cai de novo.
Procuro o sapato que estava usando ontem à noite. Quando encontro o par jogado em um canto da sala, uma
lembrança me vem à mente:

— Me dá parabéns, bruxo! — grita Jungkook enquanto entramos tropeçando no cômodo.

Ele me pega pela cintura para me beijar de leve.
Eu dou uma risadinha.

— Você está tão bêbado.

Ele está tão fofo com as bochechas coradas e olhos semicerrados. Jungkook aponta o dedo para mim.

— Você também não é a personificação da sobriedade.

— Uau… Personificação. Como seu cérebro embriagado consegue dizer palavras como essa?

Jungkook me dá um grande sorriso, enquanto coloca a mão na testa.

— QI…

— Mais alto daqui — completo. — Bonito e inteligente. Por que você é tão perfeito?

Através da minha janela (jikook)Onde histórias criam vida. Descubra agora