05 - Panquecas doces.

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🖇 | Boa leitura!

— Não dá, eu não consigo! Vou simplesmente deixar de comer

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— Não dá, eu não consigo! Vou simplesmente deixar de comer. — lágrimas rolam pelo meu rosto depois de eu desistir de contê-las.

Ma belle, eu sei que é difícil, mas você precisa fazer isso. São ordens médicas.

Solto um resmungo acompanhado de um soluço alto. Estou chorando porque não consigo cozinhar sem me sentir enjoada e tonta. Estou chorando porque o médico deixou bem claro que eu tenho que comer comidas preparas em casa, nada processado, tudo sob a minha vigilância para ter certeza da higiene. Estou chorando porque nunca tive uma explosão hormonal tão grande no meu corpo quanto agora.

— Quando essa fase acaba? — pergunto para a minha avó para quem eu liguei em desespero procurando respostas para o meu problema.

Isso depende para cada mulher, então não posso te dar um prazo.

Eu tenho que ir fazer uma ultrassonografia em uma hora para saber o sexo do bebê, mas não consigo preparar o café da manhã e não posso ir sem comer. Toda vez que eu quebro um ovo e sinto o cheiro da gema me dá vontade de vomitar.

Quelle horreur... (que horror). Queria estar aí para cozinhar pra você. Não tem ninguém que possa fazer isso? Uma amiga? Amigo?

Olho pela janela da cozinha diretamente para o quintal do Christopher. Faz uma semana desde que tivemos uma conversa inteira e depois disso interagimos indiretamente, nos saudando ao nos ver por acaso na frente de casa, não nos demorando mais do que dez segundos. Isso porque ele trabalha demais e só está em casa à noite ou bem cedo pela manhã. Seria inconveniente eu bater na porta dele e perguntar se ele pode preparar café da manhã para mim?

— Eu vou ver o que posso fazer, mémère. — suspiro. — Te ligo depois que eu conseguir comer.

Me mantenha informada, ma belle. Je t'aime.

— Je t'aime também.

Deixo o celular sobre o balcão da cozinha e saio de casa direto para a casa de Christopher. Paro de frente para a porta e ergo a mão para tocar a campainha, mas paro ao ouvir a voz dele do outro lado gritando furiosamente em francês.

Tu me détestes vraiment, n'est-ce pas? Bâtard! Prague! Stupide! Laid!

Estou pronta para girar em meus calcanhares e dar meia volta. Não é um bom momento e eu não quero pedir nada para alguém que xinga um cachorro daquela maneira às sete da manhã. Fico de costas para a porta e não dou nem um passo antes que ela seja aberta. Fico estática e o silêncio pesa atrás de mim.

— Dulce? — Christopher me chama.

Giro em meus calcanhares de novo e fico de frente para ele com um sorriso desconcertante no rosto.

— Estou começando a desconfiar que você não é uma boa pessoa. — falo estreitando os meus olhos.

— O que? — franze a testa confuso.

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