25 - Você não é médico!

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🖇 | Boa leitura!

Eu não queria demonstrar descontentamento pela ideia da minha mãe de um chá de bebê

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Eu não queria demonstrar descontentamento pela ideia da minha mãe de um chá de bebê. Ela ficou bastante animada quando isso passou por sua cabeça e eu não me vi capaz de discordar, apesar de me sentir bastante estressada e desconfortável com essas últimas semanas de gestação. Ela organizou tudo com a minha avó e as duas insistiram para que eu opinasse, mas tudo o que eu fazia era erguer os ombros e deixar que elas voltassem a discutir entre si. A única coisa que eu pedi foi que fosse um evento pequeno.

Apenas os meus pais, minha avó, Christopher, Anahi, Poncho e Christian participaram. Gostei bastante dos presentes e foi uma tarde divertida comendo docinhos, assistindo Christian e Poncho discutirem sobre quem seria o melhor tio, ouvir Anahi falando sobre ter uma filha para ser a melhor amiga da Bela, meus pais tentando negociar finais de semana em que querem ficar com a neta e, o que prendeu mais a minha atenção, Christopher olhando para mim em silêncio o tempo todo como se estivesse encantado.

Me despedi de todos no início da noite. Minha avó logo subiu para descansar e eu fiquei sozinha com o Christopher. Estamos no sofá da sala, eu deitada com várias almofadas às minhas costas, as pernas o mais esticadas possível e os pés apoiados no colo dele. Meus tornozelos estão um pouco inchados, mas menos do que se espera que fiquem, o que é um bom sinal. O único problema é que parece que sempre há uma pressão naquela região, então eu ando precisando de massagens com bastante frequência. Por sorte, Christopher sempre está disposto a fazer.

— Esperei você entrar na discussão com o Poncho e o Christian sobre quem vai ser o melhor tio. — falo de forma descontraída.

Christopher me olha de relance rapidamente e depois volta a atenção para os meus pés.

— Me distraí olhando pra você. — admite em um tom de voz baixo. — Vestido novo?

Não é um vestido maravilhoso. Roupas de grávidas são mais difíceis de encontrar do que as pessoas pensam, então na maioria das vezes eu preciso agarrar a primeira coisa que cabe em mim. E o fato de eu ser seletiva com a cor amarela dificulta ainda mais isso. É um vestido de malha fria, tem botões na frente que vão desde a barra até o decote, o que o torna uma peça muito prática na hora de vestir e de tirar. Não é grande coisa, amassa fácil e eu tenho certeza que marca a minha calcinha.

— Comprei num brechó. — digo.

— Eu gostei. — ele me olha e sorri. — Ficaria linda até se tivesse que usar uma toalha de mesa como roupa.

Sinto minhas bochechas esquentarem e solto uma risada tímida.

— Felizmente não vamos crescer mais. — passo minhas mãos por minha enorme barriga. — Nove meses! Finalmente!

Ele assente e continua olhando para mim. Christopher me olha desse jeito cheio de expectativa e admiração há muito tempo. Não me lembro de quando isso começou, mas foi esse olhar que não me deixou desfamiliarizar o sentido de se sentir amada e protegida.

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