13 - Cuidando de você.

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🖇 | Boa leitura!

— Eu sinto muito, muito, muito mesmo

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— Eu sinto muito, muito, muito mesmo. — Christopher repete pela... vigésima vez? Eu parei de contar.

Apoio meu queixo em minhas mãos e firmo meus cotovelos na mesa de madeira da sala de estar dele. Movo uma das mãos para perto do teclado do notebook novamente e aperto na tecla da seta para a esquerda. Quero ver isso de novo.

— Silêncio não é uma resposta que se espera depois desse tipo de coisa. — Christopher diz de um jeito apreensivo.

O olho de relance com o semblante sério. Ele está sentado na cadeira ao meu lado e me olha com expectativa e apreensão. É óbvio que tem medo de que eu esteja brava porque sabe que eu tenho razões para ficar. Qualquer outra pessoa acharia bem plausível ficar furioso depois de alguém contar o que ele me contou.

Aperto na tecla devagar, alternando entre ir para a esquerda e ir para a direita de novo. Estou revendo tudo no meu tempo, criando deduções e tentando encontrar as palavras certas e as atitudes certas.

— Belas fotos. — digo pela primeira vez depois de longos dez minutos.

— Sério? — arqueia a sobrancelha. — Só isso?

— É. Você tem jeito para fotografar. Obrigada por finalmente me mostrar os seus cliques.

— Não quer me matar agora?

— Não. — tentei conter o sorriso, mas ele brotou no canto da minha boca. — Eu sabia que tinha um pouco de Jeffrey Dahmer em você, mas ele pelo menos pedia para tirar fotos das suas vítimas. É uma questão de educação, sabe?

— E ele foi educado quando comeu os órgãos daqueles caras?

— Ninguém é perfeito. — dou de ombros.

Ele ri e balança a cabeça negativamente. Um pouco do nervosismo foi embora e agora ele parece mais leve, com um semblante divertido. Realmente gostei das fotos que ele tirou de mim, achei incrível eu não ter precisado me preparar para ficar bem nelas. Foi tudo muito bonito e espontâneo, como se o Christopher tivesse enxergado a beleza no momento exato em que ela estava lá.

— Que outras garotas você fotografa sem aviso prévio? — brinco.

— Nenhuma. — sorri. — Na verdade eu raramente fotografo pessoas. — ele fecha a pasta com as minhas fotos e abre outra com imagens de paisagens. — Prefiro a natureza.

Passo as fotos com as paisagens impressionantes que ele capturou. Vejo o pôr do sol em diferentes fases e cores, em ambientes distintos e cada um parecendo único. Fico maravilhada com a foto de um bosque onde raios de sol bem aparentes passam por entre as folhas nas copas das árvores. Me demoro no penhasco fazendo quase um cento e oitenta graus do céu azul e limpo. Sorrio para a joaninha pousada no centro de um girassol – essa é a minha favorita.

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