Capítulo 21

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— Uau! Quantas pessoas vão tomar café aqui?

Sorri tentando não demonstrar o descontentamento ao ver aquele exagero, porém, fiquei grata sabendo qual era seu intuito.

— É para a senhora! Sente-se.

“Quanto exagero de comida.” Digo, mentalmente.

— Você poderia me fazer companhia?

A sua expressão ficou ligeiramente distorcida.

— Eu não posso. Sr.ª Lis. — a mulher pareceu nervosa.

As suas mãos fecharam-se na barra do avental preto. Todos os servos da casa, tem um único padrão de vestes, até mesmo a cor dos calçados são iguais.

— Ah! Não se preocupe comigo. Além disso, toda comida que sobra, são divididas entre nós, os empregados. Nada vai para o lixo.

— Magáh, é uma ordem! Sente-se comigo.

Ela abaixou a cabeça, rapidamente puxou uma cadeira e logo começa a se servir.

— Detesto fazer minha refeição sozinha.

— Quer saber? Eu não também não gosto!

Após dizer isso, um sorriso logo apareceu no rosto de Magáh.

Peguei uma pequena bandeja com queijo suíço e cortei uma fatia fina! Assim que dei a primeira mordida senti uma rápida tontura.

— A. Sr.ª está passando bem?

Olhei para a mulher à minha frente e, por um instante, vi duas dela.

— Foi só uma tontura.

A tranquilizo e pego a jarra com suco, enchi o copo e quase esvaziei com um gole, apenas.

— Magáh, onde estava ontem? Foi você quem fez o jantar?

A testa franziu, a mulher olhou-me confusa.

— Não, não fiz. — pareceu curiosa. — Eu passei três dias fora. Sr.ª Lis. Estava na casa da minha irmã que está doente.

 — Om. Pensei que foi você que preparou o jantar especial a mando de Adriel.

— Entendo! Deve ter sido ele quem fez a comida para agradar a. Sr.ª.

Ela sorriu de lado inocentemente, percebo que Magáh falava a verdade.

— Adriel gosta de cozinhar?

Aquilo foi uma novidade para mim.

— Sim! E ele cozinha muito bem! Apesar de o Sr. Adriel ser um homem sério, de poucas palavras, quando está de bom humor, prepara a sua própria comida, me faz provar e ainda aguarda a minha nota.

— Julgo que não sei nada sobre meu marido, mas também pudera! Foi tudo tão rápido, não é mesmo? — dei de ombros e sorri para Magáh.

Agora só resta descobrir se ele batizou a minha bebida com algo libidinoso. Ao forçar minha mente, me lembro que Adriel abriu a garrafa nova ao meu lado, em nenhum momento tirei os olhos dele, quando enchia as taças.

— Ele não disse para aonde iria?

— Para ser sincera, eu nem vi quando o Sr. Adriel saiu. A casa é tão grande e, muitas vezes, passo o dia inteiro trabalhando sem ver ninguém.

Senti uma ponta de solidão atravessar as suas palavras.

— Magáh... você tem filhos? Desculpa-me se eu estiver sendo invasiva.

— Tudo bem, minha querida. Eu tenho dois filhos, estão cursando faculdade, quase não os vejo. — Fala triste. — Mas entendo que filhos não são nossos, certo? Depois que crescem, vão embora.

A última virgem e o CEO cafajeste Onde histórias criam vida. Descubra agora