Fui arremessada para o lado sem cuidado algum, minhas costas bateram de forma brusca no chão frio. Instintivamente arqueei o corpo por conta da forte dor que senti.
— Adriel, me tira daqui.
Cecília continuava alimentando um ar de sofrimento, enquanto isso, eu buscava fôlego a quase um metro de distância deles.
— Pelo amor de Deus! Tive que colocar a roupa às pressas ouvindo essa gritaria entre vocês.
Reclamou pelo simples motivo de eu causar problemas.
Meu marido direcionou um olhar acusatório especialmente em minha direção, e este, me incriminava e sentenciava como a única culpada pelo ocorrido.
A mulher engatinhou em direção a Adriel, como se estivesse escapando das minhas garras.
A dor no corpo foi esquecida quando um olhar profundo e hostil foi lançado a mim. Suas irises verdes estavam escuras como o breu. Nunca havia presenciado Adriel tão transtornado.
— Drii... — choraminga.
Fiquei enojada com o apelido que soava melodramático, entre soluços. Todavia, aquela cena era digna de indicação ao Oscar.
— O que quer, hein? Está tentando matar Cecília? Só porque eu disse que não a tocaria mais?
Como pôde pensar que fiz isso por ciúmes? Com toda dor que eu sentia, tive vontade de rir na cara dele.
— Ai... está doendo.
A amante do meu marido sabia exercer muito bem o papel de boa samaritana.
— Deixa ela, querido. Apenas me tire daqui.
— Por quê! Está fazendo isso, Ana? Responde, droga!
Sua voz veio como trovoadas horripilantes, tão intimidadora que me encolhi na posição fetal, a qual me encontrava.
As acusações equivocadas me feriam profundamente. Elas doíam mais que a pancada que levei no chão, por sua falta de cuidados.
— Me leve para o hospital, eu acho que ela quebrou meu joelho. Ai meu Deus, como dói!
— Calma, eu vou te ajudar.
Abaixou para socorrer sua amada.
Ela rastejou com uma perna inválida e se aninhou nos braços do meu marido. Como seu escudo para se proteger de mim.
Deslizou o dedo no rosto de Cecília, onde eu deixei um risco de sangue com o golpe.
— Depois vamos ter uma longa conversa, está me ouvindo?
Uma pontada aguda e sufocante rasgava meu peito. Minha voz embargou, a angústia bloqueava a garganta. Quanto mais eu forçava para abrir a boca e me defender, mais a cabeça doía. O maxilar travou.
Depois que Adriel limpou o sangue do rosto da fingida, Cecília começou a chorar descontroladamente e Adriel saiu preocupado, às pressas com ela em seus braços em direção a garagem.
Como uma tola, cheguei a acreditar que fosse salva da armadilha de sua amante perversa. Enganei-me mais uma vez quando pensei ter alguma importância em sua vida. Sua preocupação era com ela, não comigo. De fato, ele não se importa com meus sentimentos.
Por um descuido imaginei que meu marido tivesse suprido ao menos uma pontinha de sentimento amoroso por mim. Por menor que fosse, já seria o bastante.
Minhas pálpebras estavam pesadas, meus joelhos não obedeciam. Estava a ponto de um colapso, prestes a desmoronar. A extrema situação em que me encontrava não me deixava levantar e subir para o quarto.
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A última virgem e o CEO cafajeste
Romance#1° contrato, entre 1,17 #1° Paixão ardente. #1° barriga de aluguel Após uma reunião desagradável com seus pais, Adriel Lobo precisa urgentemente de uma esposa, para lhe representar perante a sociedade. As mulheres que ele se envolvia era apenas p...