08. PORT ANGELES

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TAY DIRIGIA MAIS RÁPIDO do que um ás do volante, então partimos para Port Angeles às quatro horas. Havia algum tempo que eu não saía à noite com amigas minhas e o afluxo de estrogênio era revigorante.

Ouvimos as baladas lamentosas de rock enquanto Taylor tagarelava sobre os meninos com quem saíamos.

O jantar de Taylor com Austin tinha sido ótimo e ela esperava que no sábado à noite eles tivessem avançado para a fase do primeiro beijo. Sorri para mim mesma, satisfeita. Alessia estava passivamente feliz por ir ao baile, mas na verdade não estava interessada em Shawn.

Tay tentou fazê-la confessar quem era o tipo dela, mas depois de um tempinho eu interrompi com uma pergunta sobre os vestidos, para poupá-la. Alessia me lançou um olhar de gratidão.

Port Angeles era uma linda armadilha para turistas, muito mais refinada e singular do que Forks. Mas Taylor e Alessia conheciam muito bem a cidade, então não pretendiam perder tempo no pitoresco calçadão junto à baía. Tay dirigiu direto para uma das grandes lojas de departamentos da cidade, que ficava a algumas ruas da área da baía que agradava os visitantes.

O traje do baile foi anunciado como passeio completo e não tínhamos muita certeza do que isso significava. Taylor e Alessia demonstraram surpresa e quase descrença quando lhes contei que nunca fora a um baile em Phoenix.

— Você nunca saiu com um namorado, nem nada disso? — perguntou Tay desconfiada enquanto passávamos pelas portas da loja.

— É verdade — tentei convencê-la, sem querer confessar meus problemas com a dança. — Nunca tive namorado nem nada parecido.

— E namorada? — quis saber Taylor ao que eu a encarava surpresa. — Ok. No seu tempo —  riu ela.

— Eu não saia muito... — Complementei tentando fugir do assunto namoro, embora estivesse surpresa com sua fala anterior de maneira tão descontraída e acolhedora.

—  E por que não?

— Ninguém me convidava — respondi com sinceridade.

Ela me olhou cética.

— As pessoas te convidam para sair aqui — lembrou-me ela — e você diz não a elas. — Agora estávamos na seção juvenil, olhando as araras em busca de roupas de noite.

— Bom, a não ser pelo Matt — corrigiu Alessia em voz baixa.

— Como é? — eu arfei. — O que foi que você disse?

— O Matthew contou a todo mundo que vai levar você ao baile dos alunos —  informou-me Taylor com olhos desconfiados.

— Ele disse isso? — Tive a impressão de que ia sufocar.

— Eu te falei que não era verdade — murmurou Alessia para Taylor.

Fiquei em silêncio, ainda completamente em uma espécie de choque, que rapidamente estava virando irritação. Mas tínhamos achado as araras de vestidos e agora havia um trabalho a fazer.

— É por isso que a Hailee não gosta de você — disse Taylor entre risos enquanto manuseávamos as roupas. —  Ele foi o primeiro namoradinho dela... É estranho porque ela nem sequer gosta mais dele...

Trinquei os dentes.

— Você acha que se eu o atropelasse com a minha picape ele pararia de se sentir culpado pelo acidente? Que ele podia desistir de tentar compensar e nós estaríamos quites?

— Talvez — Taylor riu baixinho. — Se for por isso mesmo que ele está agindo assim.

As opções de vestidos não eram muitas, mas as duas acharam algumas coisas para experimentar. Fiquei sentada em uma cadeira baixa do lado de fora das cabines de prova, perto do espelho triplo, tentando controlar minha fúria.

Twilight - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora