Quando chegamos, fiquei completamente atordoado. O lugar era magnífico e ao mesmo tempo assustador. Passei a mão pelo meu rosto, tentando me concentrar, enquanto Aiden parecia completamente à vontade com tudo. Só quando um grupo de elfos se aproximou de nós é que comecei a sentir o verdadeiro peso da situação.
Eles nos olharam com desconfiança, suas orelhas pontudas erguidas em alerta. Eu estava tão nervoso que nem consegui pensar em cumprimentá-los. Eles falavam em uma língua estranha, impossível de entender. Foi então que percebi que a minha presença ali não era bem-vinda."O que você está fazendo aqui, humano?" um dos elfos perguntou, com um tom hostil na voz.
Eu não sabia o que dizer, então apenas fiquei parado, tentando não parecer ameaçador. Aiden interveio, falando em uma língua que eu não conhecia, e tentando explicar nossa situação. Os elfos não pareceram convencidos.
Eu sentia seus olhos sobre mim, e isso me deixava ainda mais nervoso. De repente, um dos elfos deu um passo em minha direção, e eu dei um salto para trás. O resto do grupo se assustou, e começaram a falar mais alto em sua língua estranha.
Eu me sentia completamente deslocado, e queria desesperadamente sair dali. Mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, uma grande comoção se formou entre os elfos, e eu pude ver que algo estava acontecendo.
Foi então que um dos elfos apontou para mim, e eu soube que tinha que correr. Eu saí em disparada, me esquivando das pessoas ao meu redor, mas logo percebi que estava perdido."Volte aqui, humano!" ouvi alguém gritar, mas eu ignorei. Eu precisava achar Aiden e fugir dali.
Os elfos começaram a murmurar entre si e eu podia sentir a tensão crescente no ar. Aiden tentou me acalmar, mas eu estava assustado e não sabia como reagir diante daquelas criaturas que pareciam tão diferentes de mim. De repente, um elfo mais velho se aproximou de nós com uma expressão séria no rosto.
"O que vocês estão fazendo aqui?", perguntou ele em um tom severo.
Eu engoli em seco antes de responder. "Nós fomos trazidos aqui por um portal. Eu não sei como viemos parar aqui."
O elfo arqueou as sobrancelhas, claramente desconfiado. "Um portal? Não é possível. Não há portais que levem humanos a Eldrid."
"Eu sei que parece loucura, mas é a verdade", eu insisti.
Aiden interveio. "Por favor, senhor Thailon, não há razão para suspeitar de nós. Este é o meu amigo, Arin, e eu o trouxe aqui para ajudá-lo. Ele tem muitas perguntas e eu acredito que vocês podem nos ajudar a respondê-las."
O elfo suspirou e olhou para mim com um olhar de desdém. "Muito bem, eu acredito que vocês não estejam mentindo. Mas humanos não são bem-vindos aqui em Eldrid. O Grande Conselho irá atrás de vocês."
Aiden me puxou pelo braço, sussurrando em meu ouvido. "Não se preocupe, Arin. Vai ficar tudo bem, a gente deveria ir até eles."
Eu assenti, e nesse momento percebi que Aiden era um amigo, e eu não estaria sozinho a partir de agora.
Enquanto caminhávamos, notei que alguns elfos nos encaravam com desconfiança e outros até com medo. Percebi que minha presença ali não era bem-vinda. Aiden tentou me acalmar e explicou que a maioria dos elfos nunca havia visto um humano antes e que essa reação era normal. Mas isso não impediu meu coração de bater mais rápido e minhas mãos suarem frio.
Ao passarmos por uma taverna, alguns elfos que bebiam lá dentro olharam para nós com hostilidade. Eles murmuravam coisas que eu não conseguia entender e apontavam para mim. Comecei a me sentir inseguro e achei que seria melhor se voltássemos para casa. Mas Aiden parecia determinado a me levar para algum lugar específico e não parecia disposto a desistir tão facilmente.
De repente, ouvimos um barulho ensurdecedor de explosão vindo de uma área próxima. Não pensei duas vezes e corri na direção do som, seguido por Aiden.
Chegando lá, vimos uma elfa de cabelos loiros e olhos azuis escuros, vestindo uma armadura de couri, ela estava acompanhada de um anão, roubando alguma coisa. Ela nos viu e, em um movimento rápido, sacou uma faca, apontando para nós."O que vocês estão olhando? Saiam daqui!" ela gritou.
Aiden tentou conversar com ela, mas ela não parecia interessada em ouvir. Foi então que ela começou a usar suas habilidades de luta, mostrando ser extremamente ágil e rápida.
Fiquei impressionado com a forma como ela se movia e atacava, mas ao mesmo tempo, senti uma certa tensão no ar. Aiden e eu tentamos impedir a elfa e o anão, mas ela parecia muito forte e habilidosa.
Foi quando algo no seu braço, uma pulseira, brilhou intensamente. Um forte tremor começou a sacudir o chão, fazendo-nos perder o equilíbrio. Fiquei chocado com o poder daquela pulseira, e me perguntei o que mais aqueles elfos eram capazes de fazer.
Depois de alguns minutos, o terremoto finalmente cessou e a elfa fugiu com o anão. Aiden e eu ficamos parados por um tempo, tentando processar tudo o que havia acontecido."Quem eram aqueles dois?" eu perguntei, ainda tentando recuperar o fôlego.
"Não tenho certeza", respondeu Aiden, balançando a cabeça. "Mas parecem ser um pouco problemáticos."
"Por quê o chão começou a tremer? Ela fez isso?" perguntei.
"Aparentemente sim, magia Elementar, assim como a que você usou na floresta." respondeu Aiden.
"Mas eu fiz fogo, não um terremoto desse jeito"
"A magia Elementar tem várias formas, a que você manifestou na floresta é do elemento fogo, ela usou o elemento terra." Ele explicou.
"Vamos, nós precisamos sair daqui." Aiden disse me arrastando cidade a dentro.
Nós finalmente chegamos em frente a um grande edifício que parecia ser o nosso destino. Era uma construção impressionante, com detalhes em ouro e madeira, e os arredores eram lindamente decorados com árvores e flores.
Entramos no edifício e fomos recebidos por uma elfa de longos cabelos prateados e olhos verdes brilhantes, alta e esbelta e com uma graça natural. Ela nos conduziu até uma sala elegante, com uma mesa grande e confortáveis cadeiras."O Grande Conselho ficou sabendo do incidente que ocorreu na floresta e decidiu convocar vocês para uma audiência", disse a elfa. "A presença de um humano em Eldrid é algo incomum e deve ser tratado com cuidado. Precisamos entender por que você está aqui e o que aconteceu."
Eu me senti um pouco intimidado, mas Aiden me deu um olhar encorajador. Eu sabia que precisava falar a verdade, mas não tinha certeza se isso seria suficiente para ganhar a confiança dos elfos.
"Eu não vim para Eldrid por vontade própria", comecei a explicar. "Eu estava perdido na floresta e acabei seguindo as luzes cintilantes que eu vi. Foi aí que eu vi o garoto de orelhas pontudas sendo atacado pela criatura. Eu não sabia o que fazer, mas minha adrenalina tomou conta de mim e eu acabei usando magia. Eu nunca tinha feito isso antes, eu juro!"
A elfa parecia um pouco surpresa com a minha história, mas ainda assim mantinha um olhar desconfiado.
"Eu entendo", disse ela. "Mas ainda assim precisamos entender como você, um humano, conseguiu fazer magia. E precisamos descobrir como você veio parar aqui em Eldrid. Temos muitas perguntas que precisam ser respondidas."
Eu senti um nó se formando na minha garganta. Eu não sabia se conseguiria responder todas essas perguntas. Eu só queria voltar para casa, mas agora parecia que eu estava preso aqui em Eldrid.
"Eu não quero ficar aqui, como eu faço para sair? Não dá pra abrir outro portal?" Perguntei, e a elfa parecia intrigada.
"Um portal só pode ser aberto por um Viajante nível Alpha, e não é uma coisa fácil de se achar nos tempos atuais, ainda mais no mundo humano." Ela encarou Aiden como se estivesse o analisando. "Tem algo muito estranho acontecendo. E enquanto não descobrimos isso, creio que você esteja preso aqui." Sinto meu fôlego se perdendo e meu coração se acelerando enquanto ela termina a frase.
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Os Guardiões do Destino
Fantasy| História Concluída A profecia foi lançada e a jornada começou. Arin, um jovem garoto órfão, descobre que é um dos cinco guardiões destinados a proteger o reino de Eldrid. Juntos, eles precisam encontrar as relíquias mágicas que mantêm o equilíbri...