Quando abri os olhos, me encontrei em um quarto estranho, cercado por paredes de pedra e uma janela aberta que permitia a entrada de ar fresco e luz do sol. Eu não conseguia me lembrar de como tinha chegado lá. Fiquei de pé e me aproximei da janela, olhando para a bela paisagem da clareira que se estendia diante de mim.
De repente, eu ouvi um barulho vindo de trás de mim e me virei para ver uma garota parada lá. Ela era de estatura média, com cabelos ondulados pretos e um vestido preto. Ela olhou para mim com um sorriso suave e acolhedor.
"Olá, Arin", ela disse. "Eu estava esperando você acordar. Não se preocupe, você está seguro aqui."
Eu não conseguia lembrar de ter conhecido alguém com esse nome antes, mas por algum motivo, eu me senti confortável em sua presença. "Obrigado, Lilith", respondi. "Mas, por favor, você poderia me dizer como acabei aqui?"
"Você cedeu." ela diz, e eu arregalo os olhos "Você deixou a magia obscura te consumir por completo"
Eu não conseguia reagir, só me lembrei de tudo que eu estava sentindo no deserto. Eu fiquei envergonhado e triste ao ouvir as palavras de Lilith.
"Eu sei que é difícil de acreditar", disse Lilith com uma voz calma. "Mas eu também já estive na sua posição. Eu fui consumida pela magia obscura e quase perdi o controle. Mas, com o tempo, eu aprendi a lidar com ela e a controlá-la. Eu quero ajudá-lo a fazer o mesmo."
Eu olhei para ela com curiosidade. "E por que você quer me ajudar?"
Lilith sorriu. "Porque eu vejo potencial em você, Arin. Eu vejo que você tem uma força interior que pode ser canalizada de uma maneira positiva. E eu acredito que, juntos, podemos ajudar a impedir que a magia obscura te consuma."
Ela havia me trazido para a clareira para me ensinar a controlar minha magia obscura? Eu não conseguia entender por que ela faria isso. Mas algo em seu tom de voz me dizia que ela falava a verdade.
"Por favor" eu disse "Como você conseguiu?"
Ela sorri e começa a contar. "Eu nasci sem magia. Ou pelo menos ela não se despertou. Eu me sentia excluída e diferente das outras. Ainda mais quando a minha família tinha uma longa linhagem de arcanas elementistas. Mas então, minha avó me deu este colar, antes de morrer. Eu não sabia no início, mas ele era um fragmento de uma Relíquia, e me permitiu usar magia Elemental." Eu me lembro de Nara enquanto ela diz, mas agora lembrar dela era doloroso.
"Isso é incrível!" eu respondi, antes dela prosseguir.
"Sabe, Arin... A magia Elemental é muito poderosa. Algumas pessoas conseguem manifestar o fogo, outras terra, ou ar e água, e algumas conseguem mais de uma." Ela diz.
"Certo." Concordo.
"Mas a verdade é que não existem só quatro manifestações elementais nesse tipo de magia. É aí que temos magia obscura e magia da luz."
"O que?" Eu levanto uma sobrancelha, com um semblante surpreso e confuso.
"Essa é a nossa magia, Arin. Você está vivendo um conflito intermo, não é mesmo? Como se partes de você estivessem lutando aí dentro" Ela pergunta.
"É exatamente como eu me sinto, isso é péssimo." Eu respondo.
"Talvez não seja" Ela diz "Arin, aquela relíquia tinha magia obscura o suficiente para matar qualquer pessoa. Mas você sobreviveu."
Eu não sei como reagir, mas Lilith me olha como se esperasse que eu fizesse.
"Você tem magia da Luz, Arin." Ela diz e sinto minha cabeça explodir.
"Mas como isso é possível? Ela nunca se manifestou"
"Exatamente. Mas sabemos que ela está aí. E precisamos dela para domar o seu lado sombrio."
"E como eu faço isso?"
"Eu vou te ensinar. Vou te ensinar a controlar sua magia obscura e a canalizar sua magia da Luz. Vou te mostrar que as duas podem coexistir dentro de você, sem causar conflitos." Ela explica.
Eu fico aliviado, mas ainda um pouco apreensivo. A ideia de enfrentar minha própria magia obscura ainda me assusta.
Lilith se aproxima de mim e coloca a mão no meu ombro. "Vamos conseguir, Arin. E eu estarei com você em cada passo do caminho."
Sinto um calor reconfortante na palma de sua mão e começo a acreditar que talvez, com sua ajuda, eu possa finalmente controlar minha magia.
Lilith sorri com entusiasmo ao ouvir minha resposta. "Agora mesmo, Arin." Ela me convida a segui-la.
Enquanto eu olhava em volta, pude ver que não estávamos mais no deserto, e talvez muito longe de Alberon. A grama alta e verde estendia-se por todo o lugar, com pequenas flores amarelas e brancas espalhadas aqui e ali. Algumas árvores altas e frondosas cercavam a área, oferecendo uma sombra agradável para aqueles que estivessem cansados do sol quente.
Ao longe, pude ver uma pequena cascata que caía de uma rocha alta, formando um pequeno lago que refletia a luz do sol. Atrás da cascata, uma caverna escura e úmida se estendia, oferecendo um possível refúgio para animais selvagens.
Eu andei um pouco mais pela clareira, e percebi que havia várias pedras grandes e chatas espalhadas pelo chão, como se tivessem sido colocadas ali de propósito. Foi então que notei algo que parecia ser uma espécie de altar de pedra, com inscrições estranhas e misteriosas que eu não conseguia decifrar.
Enquanto eu continuava a observar a clareira, percebi que ela era uma mistura de serenidade e mistério. Era um lugar tranquilo e agradável, mas havia algo misterioso e intenso nele, algo que eu não conseguia entender completamente.
Olho para Lilith, sentindo a determinação crescer dentro de mim. "Eu estou pronto para começar."
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Guardiões do Destino
Fantasy| História Concluída A profecia foi lançada e a jornada começou. Arin, um jovem garoto órfão, descobre que é um dos cinco guardiões destinados a proteger o reino de Eldrid. Juntos, eles precisam encontrar as relíquias mágicas que mantêm o equilíbri...