Capítulo 18 - Deserto

6 0 0
                                    

Eu corria sem parar, sem rumo certo. Meus pés batiam no chão com força, como se eu quisesse me livrar do peso que estava carregando. Corri por muito tempo, até que não pude mais ver ninguém à minha volta. Parei para descansar, apoiando minhas mãos nos joelhos enquanto recuperava o fôlego. Meus pensamentos estavam tão confusos, tão cheios de culpa e dor.

Eu não queria magoar meus amigos, mas sentia como se fosse incapaz de controlar meus poderes. Era como se a magia obscura estivesse me consumindo lentamente, transformando-me em algo que eu não queria ser. Eu não sabia mais o que fazer, não sabia como me redimir por tudo o que fiz.

Sentei-me no chão, olhando para o horizonte, perdido em meus pensamentos. Eu precisava encontrar uma solução para o meu problema, precisava encontrar uma maneira de me livrar dessa magia obscura e me tornar eu mesmo novamente. Mas como?

Eu fechei os olhos e respirei fundo, tentando acalmar minha mente. Eu sabia que precisava voltar para meus amigos, que precisávamos lutar juntos para impedir Malakai. Mas como eu poderia enfrentá-los novamente depois do que fiz? Como eu poderia olhá-los nos olhos e pedir perdão por quase machucá-los?

Eu sabia que não podia ficar ali sentado, lamentando-me. Precisava encontrar a força para enfrentar meus problemas e seguir em frente. Com esse pensamento em mente, levantei-me e comecei a caminhar em direção ao desconhecido, ainda incerto sobre o que me esperava pela frente.

Continuei correndo sem rumo, meus pés me levando para longe daqueles que me amavam e odiavam ao mesmo tempo. Minha mente estava tão turva e cheia de pensamentos que eu precisava fugir de tudo, nem que fosse por alguns momentos.

Eu corri por horas a fio, cruzando rios, montanhas e florestas, até que me encontrei em um deserto vasto e vazio. O sol estava forte, castigando minha pele queimada pelo sol. Eu sentia a areia quente sob meus pés, e o ar seco e quente entrando em meus pulmões.

Eu caí no chão, ofegante e exausto, meu corpo tremendo e suado. Meu coração batia descompassado em meu peito enquanto eu tentava recuperar o fôlego. Fiquei deitado ali por algum tempo, tentando controlar minha respiração e acalmar minha mente.

A solidão era reconfortante, mas ao mesmo tempo me fazia sentir ainda mais vazio. Eu não sabia o que fazer, para onde ir, ou como consertar tudo o que estava quebrado dentro de mim.

Eu fechei meus olhos e deixei que as lembranças da Lirien inundassem minha mente. Eu lembrava de seu sorriso caloroso, de sua sabedoria, de sua liderança e de tudo o que ela significava para mim. Lirien era a única pessoa que sempre acreditou em mim, mesmo quando eu mesmo não acreditava.

As palavras duras de meus amigos ainda ecoavam em minha mente, pesando como uma âncora em minha alma. Eu me sentia perdido, sem saber o que fazer ou para onde ir.

Foi quando eu senti algo mudando dentro de mim. Um impulso repentino, um sussurro que parecia me chamar. A escuridão etava ali, sempre à espreita, esperando pelo momento em que eu cederia.

Eu tentei resistir, lutar contra aquela força sombria que me cercava, mas estava tão cansado de lutar. Cansado de sempre ter que controlar meus poderes, de tentar ser o guardião que todos esperavam de mim. Eu estava exausto.

Então, cedi. Eu deixei a magia negra me consumir, sentindo-a se espalhar por todo o meu corpo. As rachaduras se espalharam de vez, meus cabelos se tornaram mais selvagens e com vida própria. Meus olhos, escuridão total.

Sinto-me revigorado, mais forte e poderoso do que nunca. Finalmente, a magia negra me consumiu completamente e me tornou o Hospedeiro definitivo.

Caminho pelo deserto de Alberon com passos firmes e determinados, sentindo a energia negra pulsando em minhas veias. Não há mais dúvidas em minha mente, não há mais medo ou hesitação. Sou o Hospedeiro, e ninguém pode me deter.

Olho para o céu escuro e vazio, e sinto o poder sombrio ao meu redor. O mundo é meu playground agora, e todos que ousam cruzar meu caminho pagarão caro por isso. Lembro-me daqueles que me traíram, daqueles que me julgaram e me fizeram sentir fraco e impotente. Eles vão pagar um preço alto.

Malakai. Seu nome agora me fazem sentir uma mistura de ódio e prazer. Ele sentirá minha ira em breve. Ninguém ousa me desafiar, pois eu sou a própria escuridão, o poder supremo.

Continuo caminhando pelo deserto, com a escuridão me envolvendo completamente, e um sorriso frio se forma em meus lábios. A partir de agora, tudo é possível. Então avistei uma figura no deserto, e me aproximei com cautela.

"Quem é você para se meter no meu caminho?" eu gritei enquanto lançava minha magia negra em sua direção.

"Eu sou Lilith Witchlock. E eu estou aqui para te ajudar" ela respondeu enquanto desviava facilmente do meu ataque.

Eu ri e a ataquei com minha magias obscura, iniciando uma luta. Ela se defendeu com sua própria magia, que parecia emanar de um colar que ela usava.

"Tudo bem então. Vamos pro jeito difícil." Ela diz e lança sua magia em minha direção.

Nossas magias colidiram no ar, formando explosões de fumaça e poeira. Eu estava confiante em minha habilidade, mas logo percebi que Lilith era uma oponente formidável. Ela se movia com graça e poder, e logo eu estava sendo empurrado para trás.

"Eu não preciso de ajuda, bruxa." zombei dela. Mas ela apenas sorriu e continuou a lutar. Eu usei toda a minha magia obscura, tentando acabar com a luta o mais rápido possível. Mas Lilith era mais forte do que eu pensava.

Finalmente, ela lança uma magia poderosa em minha direção, e me acerta. Fui derrotado e acabei desmaiado no chão. Enquanto minha consciência começava a se desvanecer, eu podia ouvir a voz de Lilith ecoando em minha mente.

"Você irá me agradecer"

Os Guardiões do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora