Os Guardiões do Destino

Capítulo 14 - Posseção

Havia algo errado. A relíquia estava cercada por um brilho escuro e pulsante, e eu podia sentir uma energia maligna emanando dela. Nara rosnou, e Rurik ergueu seu machado.

Os metamorfos continuavam a chegar, e agora eram sete deles. Eu pude ver nos olhos dos guardiões a preocupação aumentando. Nós já estávamos cansados da luta anterior, e agora tínhamos que enfrentar mais essas criaturas. O chão continuava a tremer, e eu senti o meu coração acelerando.

Nós tentamos lutar com toda a nossa força, mas havia algo de errado. A magia parecia enfraquecida, como se tivesse algo afetando ela. Eu podia sentir isso em cada fibra do meu ser. Era como se alguém tivesse cortado a fonte da nossa magia, dificultando muito a luta. Lirien percebeu isso também.

Os metamorfos continuaram a nos atacar, e agora pareciam ainda mais raivosos. Eu vi Aiden lutando com dois deles ao mesmo tempo, enquanto Rurik tentava proteger Lirien. Eu sabia que tinha que ajudar de alguma forma, mas não conseguia usar a magia.

Eu olhei para Nara e vi a determinação em seus olhos. Mesmo sem a magia, ela se lançou contra um dos metamorfos, acertando-os com suas adagas afiadas . Fiquei chocado com sua coragem. Ela estava lutando com tudo o que tinha, e isso me inspirou.

Eu peguei minha espada e ataquei um dos metamorfos, cortando sua pele com minha lâmina. Eu senti o sangue escorrendo pela minha mão, mas continuei a lutar. Nós lutamos por minutos intermináveis, até que finalmente conseguimos derrubar os metamorfos.

Eu me senti aliviado por um momento, mas sabia que ainda havia algo de errado. A magia continuava enfraquecida, e isso me preocupava. Eu não sabia o que poderia ser a causa, mas sabia que tínhamos que encontrar a fonte.

Eu olhei para os guardiões, e vi a expressão de exaustão em seus rostos. Nós tínhamos que continuar lutando, mas agora sem a ajuda da magia.

Eu senti a tensão aumentando. Os metamorfos eram rápidos e habilidosos, e sem a ajuda da magia, não tínhamos como contra-atacar tão efetivamente quanto gostaríamos. Eu me esquivava de seus ataques e tentava acertá-los com a espada, mas eles eram ágeis demais.

Rurik e Lirien estavam juntos, lutando contra três metamorfos que os cercavam. Nara era a única que parecia estar se dando bem, correndo de um lado para o outro e atacando os metamorfos com suas adagas afiadas.

Os metamorfos não pareciam cansar ou desistir, e nós não tínhamos como vencê-los sem a magia. Eu comecei a sentir uma pontada de medo se formando no meu peito enquanto lutava. Será que estávamos fadados a perder essa luta?

Foi então que eu ouvi um grito de dor vindo de Rurik. Eu me virei para ver o que estava acontecendo, e vi um dos metamorfos apunhalando-o com uma adaga. Rurik caiu no chão, gemendo de dor enquanto o metamorfo se afastava, rindo.

Eu senti a raiva tomando conta de mim enquanto avançava na direção do metamorfo. Eu levantei minha espada para acertá-lo, mas de repente, senti um forte impacto nas costas e caí no chão. Olhei para cima e vi que um dos metamorfos havia me atingido com uma pedra.

Eu tentava me levantar, mas sentia a visão embaçar e uma dor insuportável no peito. Eu estava ferido, e não sabia se conseguiria continuar lutando. Mas então, algo incrível aconteceu.

Eu senti um calor envolvendo meu corpo, e a dor começou a desaparecer. Olhei em volta e vi que a magia estava voltando. De repente, nossos ataques estavam mais fortes, e os metamorfos começaram a recuar. Aiden rapidamente usou seus poderes de cura em Rurik e em mim.

Nós lutamos com ainda mais determinação, sabendo que agora tínhamos a ajuda da magia. Os metamorfos tentavam se defender, mas não eram páreo para nós agora. Em pouco tempo, conseguimos derrotá-los, e ficamos respirando ofegantes, olhando para os metamorfos caídos ao nosso redor.

Foi então que percebemos que ainda havia algo de errado. Nós havíamos sentido a magia voltando, mas agora ela estava desaparecendo novamente, como se estivesse sendo drenada. Olhamos em volta e vimos que o corredor à nossa frente estava escuro, como se algo estivesse bloqueando a magia.

E então uma coisa perturbadora interrompe a nossa luta. Aiden começou a gritar de dor, e seu corpo tremia violentamente. Seus olhos verdes lentamente perderam a cor, tornando-se pálidos, e sua pele parecia ficar cada vez mais cinza. Eu e os outros estávamos paralisados, sem saber o que fazer.

Sua essência foi se perdendo gradativamente, até se transformar por completo, com uma expressão vazia e sem vida, assim como os elfos controlados. Eu queria ajudá-lo, mas eu simplesmente não sabia como.

"Finalmente, eu tenho um novo corpo para chamar de meu", diz a voz que saía do corpo de Aiden, agora controlada por outra pessoa. "Eu esperei por tanto tempo para sair daquele lugar escuro e sem vida. E agora, com a sua preciosa relíquia, eu tenho magia suficiente para continuar me fortalecendo."

Senti um calafrio percorrer minha espinha enquanto ouvia as palavras do inimigo, sabendo que Aiden estava lutando dentro de seu próprio corpo. Mas ele parecia não se importar com isso, continuando a falar em um tom arrogante e confiante.

"Você não tem ideia do poder que eu possuo, Arin. E com a sua presença aqui, finalmente tenho a chance de acabar com você e os guardiões de uma vez por todas. O Mundo voltará a temer o Arcano Alpha Malakai". Ele ri sombriamente.

Eu podia sentir a raiva e a determinação dele pulsando na mente de Aiden, como se ele estivesse se alimentando da fraqueza do corpo e da magia limitada que tinha disponível. Era assustador ver o meu amigo ser usado dessa maneira.

"Não importa o que você faça, Malakai", eu respondi, tentando manter a minha voz firme. "Nós nunca iremos permitir que você use as relíquias assim. Nós iremos lutar até o fim para proteger esse mundo."

Malakai riu, um som cruel e zombeteiro. "Você é tão inocente, Arin. Você não tem ideia do que está por vir. Eu sou mais forte do que vocês podem imaginar, e vou destruir tudo o que vocês amam."

Eu cerrei os punhos, sentindo a fúria me dominar. Não havia como deixar Malakai vencer dessa forma. Aiden precisava ser libertado da posseção e a segunda Relíquia precisava ser protegida a todo custo.

"Vamos ver sobre isso", eu respondi.