Capítulo 5 - Aprendendo a Lutar

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Eu acordei naquela manhã exausto do treino de magia do dia anterior, mas sabia que ainda tinha muito a aprender. Quando cheguei à sala de treinamento, Nara já estava lá, parecendo irritada. Não estava muito animado em treinar com ela, mas não tinha escolha.

"Finalmente apareceu, Arin", ela disse em um tom frio. "Não podemos perder tempo."

Eu revirei os olhos e disse: "Ótimo, agora vamos começar com os insultos matinais, Nara. Estou animado."

Ela apenas deu um sorriso de lado e disse: "Vamos ver se você é tão bom em combate quanto é em reclamar."

Nara começou a me ensinar alguns movimentos básicos de luta, mas não parecia muito interessada em ensinar. Ela explicou brevemente os golpes que eu deveria usar, mas não parecia muito animada.

"Você tem que ser rápido, Patinho", ela disse enquanto me mostrava como desviar de seus ataques. "Se você for lento, vai se dar mal."

"Tudo bem", eu respondi, tentando me concentrar em seus movimentos. "Eu vou tentar ser mais rápido."

"Não basta apenas ser rápido", ela disse com desdém. "Você precisa saber o que está fazendo. Você precisa entender o seu oponente e antecipar seus movimentos."

Eu tentei seguir suas instruções, mas Nara parecia mais interessada em me humilhar do que me ensinar. Ela se movia rapidamente e me atingia com golpes que eu não conseguia acompanhar.

"Você é tão lento, Patinho", ela disse com um sorriso maldoso. "Você nunca vai conseguir acompanhar alguém como eu."

Continuamos a lutar, eu e Nara, corpo a corpo. Seu movimento era ágil, e ela tentava me desestabilizar. A cada golpe que eu recebia, eu sentia como se estivesse perdendo minha energia. Mas, eu não ia desistir tão facilmente. Eu tentava me defender com o pouco que eu sabia, e ela me dava dicas enquanto lutávamos.

"Não seja tão previsível, Patinho. Você precisa ser mais rápido e flexível", Nara disse enquanto me dava um soco no estômago. Eu respirei fundo e continuei lutando, tentando seguir suas dicas.

Tentava usar a magia que eu tinha aprendido durante o treinamento, mas era difícil controlar o fogo e o ar enquanto lutava. Eu sentia a fadiga tomando conta de mim, mas ainda assim, continuei lutando.

Nara me golpeou novamente, e eu caí no chão. Eu pensei que havia acabado, mas ela me ajudou a levantar. "Você está melhorando, Patinho. Continue assim."
A luta estava ficando mais intensa, eu estava exausto, minhas pernas tremiam e meu corpo estava dolorido. Nara e eu tínhamos lutado por horas, e eu sentia como se tivesse levado uma surra. Minha mente estava turva e minhas emoções estavam a flor da pele.
Eu estava com raiva, frustração e exaustão. Eu perdi o controle e comecei a lutar impulsivamente, sem pensar nas minhas ações.
Foi então que senti a terra se erguendo do chão, causando grandes tremores, chacoalhando o chão onde estávamos. Mas dessa vez não era Nara, era eu. Senti uma sensação de energia fluindo por mim, e não conseguia controlar o que estava acontecendo. Eu vejo Nara me encarando com seriedade, observando meus movimentos.

"Então você é um elementista de verdade", ela diz, surpreendida.

Eu apenas assinto, sem saber o que dizer. A sensação de ter perdido o controle da minha magia ainda está presente em minha mente.

"Não se preocupe", ela continua, "agora que sabemos disso, podemos treinar e controlar essa habilidade".

Eu concordo, ainda um pouco envergonhado com o que acabei de fazer. Nara então me mostra sua pulseira, a Terra Sagrada, e começa a usá-la também.
A luta começa, e eu uso meu elemento de fogo para criar uma cortina de chamas ao meu redor. Nara responde com uma onda de terra, e a luta elemental começa.
Eu me sinto mais confiante agora que sei que posso usar minha magia, mas ainda luto impulsivamente, sem pensar muito nas consequências.
Nara é uma adversária forte, mas eu estou determinado a mostrar meu potencial. Eu lanço bolas de fogo em sua direção, enquanto ela responde com colunas de terra.
A luta é intensa, e eu sinto minha energia diminuindo a cada minuto. Mas eu continuo lutando, sem desistir.
De repente, um raio de luz atravessa o campo de batalha, e eu vejo a Rainha observando a luta. Isso me dá ainda mais energia, e eu lanço um grande jato de fogo em direção a Nara.
Ela responde com uma onda de terra, criando uma parede que bloqueia meu ataque. Eu então uso minha magia de ar para desviar de seu próximo golpe e acerto uma bola de fogo diretamente nela.
A luta com Nara foi intensa, com poderosos ataques de terra voando em todas as direções. Eu lutei com tudo o que tinha, deixando minhas emoções e minha magia se fundirem em uma única força. Nara era uma lutadora incrível e sua Relíquia Terra Sagrada aumentava sua habilidade ainda mais.
No entanto, a exaustão começou a pesar em meu corpo e minha mente. Meus ataques se tornaram menos precisos e minha defesa mais fraca. Mesmo assim, continuei lutando, meu impulso e minha determinação não permitiam que eu desistisse.
Mas então, a fadiga tomou conta de mim e me senti completamente esgotado. Eu desmaiei.
Acordei no quarto, com Nara sentada em uma cadeira ao meu lado. Aparentemente, ela havia me trazido aqui após a nossa intensa luta.

"Você está bem?" ela perguntou.

"Estou um pouco dolorido, mas estou bem." eu respondi, ainda um pouco confuso.

Nara deu um suspiro e olhou para mim. "Sabe, você tem um grande potencial. Mas precisa aprender a controlar melhor seus impulsos."

"Eu sei, eu sei." eu disse, me sentando na cama. "Eu simplesmente não consigo evitar. Quando começo a lutar, perco o controle."

Nara ficou em silêncio por um momento antes de começar a falar. "Eu entendo. Eu costumava ser assim também, até que eu encontrei a minha Relíquia."

"Eu nunca entendi direito o que são essas relíquias" eu perguntei, confuso.

"Olha, nem todos os elfos tem magia. Alguns simplesmente nascem sem, ou elas não se manifestam." Ela olha para baixo, com um semblante sério, meio triste. "As relíquias permitem que seu portador possa usar magia arcana, sem precisar nascer com ela. Terra Sagrada não é exatamente uma Relíquia. Ela é só um fragmento de uma, e só essa pequena parte dela já é muito difícil de ser usada, eu demorei alguns anos para conseguir usar parte de seu potencial".

"Isso é incrível." eu disse, impressionado. "Como você a encontrou?"

Nara deu um sorriso triste. "Eu não a encontrei. Eu a roubei. Eu era uma ladra antes de vir para cá. Mas depois de roubar Terra Sagrada, decidi que queria fazer algo maior e me tornei uma mercenária."

"Uau." eu disse, sem saber o que mais dizer.

Nós ficamos em silêncio por um tempo, até que Nara quebrou o silêncio. "Sabe, Patinho, eu ainda não gosto muito de você. Mas eu reconheço que tem algo especial em você. Eu só espero que você aprenda a controlar melhor sua magia e a lutar com mais sabedoria."

Eu dei um sorriso cansado. "Eu vou tentar."

"Espero que sim." ela disse, levantando-se. "Bom, eu preciso ir. Fique bem, Patinho."

"Você não vai me chamar de Patinho de novo, vai?" eu perguntei, sorrindo.

Nara deu uma risada. "Não prometo nada."

Ela saiu da enfermaria, e eu fiquei lá, pensando sobre tudo o que havia acontecido. Eu sabia que tinha muito o que aprender, mas estava animado para descobrir até onde poderia ir com a minha magia. E talvez, com o tempo, Nara e eu poderíamos até nos tornar amigos de verdade.

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