capítulo 29

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LILY

Ah um mês, quando Will foi a casa do Senador, ele me abraçou como se fosse desaparecer. E ele desapareceu, Para todos por aqui ele só deu um tempo e esta aproveitando a vida dele. Conheço Will, sei que ele não quer isso. Ele estava sóbrio o suficiente pra mim ter certeza, ele nunca me deixaria assim. Ele não. Por isso, devo aproveitar que Damon está fora e dar uma ida a um lugar.
    Coloco minha peruca morena, lente. Não sei que cor ela é, mas com toda certeza ela é escura. Tomo os remédios e saio, deixo um bilhetinho dizendo que eu fui dar uma voltinha de talvez mais de um dia.
  Peguei um táxi, fui até a igreja, fiquei ali por tempo suficiente para poder sumir, ando até o confessionário e vou atrás do último, abro o alçapão e quase imagino que não vou passar ali. Mas passo um pouco desconfortável, desço a escada de ferro e fecho o alçapão, ligo a lanterna no telefone, uma rede imensa de túneis tem aqui em baixo, encaro as paredes intocadas, ando por cerca de dois minutos até virar e entrar em um via mais larga, desço um lance de escadas e viro a esquerda, subo dois degraus, passo por uma passagem quase apertando minha barriga, eu passaria de boa se não fosse esse bebê., Estamos debaixo do lago agora... Passo por ele, subo uma tapinha e sinto quase como se as paredes falasse comigo, ando mais uns cinco minutos, passo da terceira entrada, viro a direita e sigo reta, ouço goteiras e sigo mais, passo por um mini-miniriacho. Quase caiu e perco o equilíbrio, continuo andando, é quase como voltar a ter treze anos e fugir pra explorar todos esse túneis, passo por mais cinco passagem e subo oito degraus, passos por uma passagem mais baixa e entro. Um briza gelada toca meu rosto, a sala mais secreta e arejada desse lugar, a sala do Ness, passo a mão na água e deligo a lanterna, me sento pra tomar fôlego, como duas barrinha e olho o relógio,  três horas só lá embaixo.

     Ando mais um pouco até a próxima passagem e entro quase entrando nas paredes, assim que entro encontro do jeito que eu deixei, me sento na cadeira e tento não me sentir melhor. Procuro pelo alçapão,  ele ainda está ali. Ótimo.
    Se Damon tem os andares do seu pai, eu tenho toda rede de túneis de Thunder, Meridian e mais. Tento encontrar algo útil, ele deveria ter deixando aqui né? Ele sabia daqui. Tentei encontrar mas não consigo enxergar direito, a luz já deve estar no fim. Está quase noite, procuro, umas cinco vezes, então encontro, o notebook. Abro e ligo, sorri. Filho da puta.

Ele deixou um vídeo.

" Ok, se você está vendo esse vídeo, você voltou a thunder bay, então deve saber que eu dei um sumido. Vou pedir que guarde mais um segredo meu... Eu estou indo pra Blackchurch na próxima semana, vou ver meu avô, então vou ficar fora de área por uns meses.
     Sei que você odeia coisas as, assim. Mas se cuida, Damon é idiota e louco, mas está preocupado com você. Você não pode sumir e deixar ele louco assim Lily.

    Esse laptop está conectado com o meu, se um dia estiver dando tudo muito errado aí, me mande uma mensagem, pode ser do nosso jeito ok? Ah esqueci de falar. Eu amo você e quero proteger voce. Por isso não faça nada estupido. Espere eu voltar pra fazermos juntos ok? Me deseje sorte."

   O vídeo acaba e eu estou estagnada. Não ele foi pra um inferno daquele, ele é tipo aquela luzes na vida da gente, ele foi embora? E eu ? Vou ficar sozinha de novo? Denovo?

    Sinto o bebê chutar.

— Pare! — Grito — Eu odeio você. Odeio seu pai. Odeio essa cidade e odeio Emory Scott por mandar eles pra prisão, odeio meu pai por nunca me amar e odeio meu irmão por sempre dizer que me ama mas nunca fez nada pra me proteger de mim mesma!

    Digo pra mim mesma. O bebê está me matando está me chutando.

— Pare, pare de me chutar. Pare, pare, pare.... — digo fechando meus ouvidos. — Ness? NESS!

   fecho os olhos, preciso dos meus monstro, ele deveria estar aqui, Ness também me deixou, esse moleque maldito não para.

— Me deixe em paz Ivarsen! Me deixe em paz! — Digo escondendo meus ouvidos, meus olhos. — isso tudo é culpa do seu pai! E culpa dele.

    Ele está me chutando tanto.

— Se ele não tivesse me tratado feito lixo eu não voltaria tão tarde pra casa e pegaria meu pai dizendo eu fui um erro, não ficaria brava, não ficaria triste e não fugiria! Seu pai é o pior ser humano da minha vida! Ele me machucou, diversas vezes, me tratou como um brinquedo. — Digo sorrindo — por culpa dele eu odeio você.

O bebê parou, eu parei e chorei... Estou sozinha, eu estou completamente sozinha, eu quero voltar pra casa, quero voltar pra casa. Odeio esse lugar, odeio esse bebê, odeio cada parte de mim por isso. Abraço minha barriga, e choro, tanto que sinto falta de ar.

— Desculpe. Desculpe...— digo. — não é sua culpa... Me desculpa...

    Sinto tanta falta de vida em mim que não sei mais lidar com a minha própria cabeça, ela não para, me machuca, me sabota, mostra que eu nunca sou bem vinda. Se eu sou tão indigna porque me tiraram do lago? Porque me abraçou, porque vai ao meu quarto sempre que eu tenho resfriamento corporal... Poderia ser um ótimo pai...como o senhor Grayson? Só uma vez, note que eu preciso de mais que aulas de balé. Note que eu não sou a Winter, não sou a e Rika. Note que eu tenho sentimentos e você matou eles  um a um.
    Me levanto e deixo no colchonete que cheira mofo e choro, e me odeio por todo. Ninguém vai procurar porque eu sempre sumo. Ninguém vai me achar porque eu sou ótima e não ter presença  na vida deles.
    Porque a única pessoa que ainda olhava pra mim era o Will... E ele também não está aqui...

— Quero morrer... — Digo abafando meu choro.

I'm back to hellOnde histórias criam vida. Descubra agora