capítulo 66

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LILY

   Não tem pressão é o rabo dele. Como ele pode dizer essas merdas em cima de mim?
  Eu nunca sei se ele está puto de novo ou só essa com a merda da vontade de fuder, parece criança.

— Para de esfregar em mim. — Refuto com desdém, não acredito que tenho que aguentar isso.

— Por que? Ata onde eu sei, estamos juntos. E faz quase um ano que eu não transo, eu preciso muito transar Lily. Se quer que eu pare de fumar preciso de outro escape para o estresse. — E eu tenho que transar todas as vezes que uma mosca irrita ele?

— Meu Deus. Eu disse pra não fumar dentro de casa, não pra usar isso de desculpas. — Digo incrédula.

     Olho de canto para a babá eletrônica, e vejo o horário, se ele deu mamadeira eles vão dormir até uma seis da manhã. Eu preciso dormir.
     Analiso a situação, eu não queria ficar tanto tempo no hospital, não queria que ele fosse o responsável por tudo por tanto tempo, mas aconteceu. E em suma isso é culpa dele. Aínda não perdoei ele por me obrigar a parir a Nyx a força.

— Tá. — Ele se afasta — se foda também.

    Assim que se afasta para ir até o banheiro eu saio do quarto, é sufocante, eu não consigo ser a esposa que espera o marido e é uma máquina de filhos. Eu amo a sensação de estar criando uma vida, me acho uma deusa por ser capaz disso. Mas não quero ficar em casa, não quero viver como as madames de Thunder bay. Vamos ser francos? Eu já sou. Cuido dos meus filhos, foco o dia todo sendo mãe. E nunca sendo Lily. Faz meses que eu não sei o que é sair depois das dez. Nem o Will tem mais tempo pra mim. Principalmente agora que a Nikkie está grávida. Eu escolhi engravidar? Tecnicamente isso foi forçado na minha goela para eu engolir a força. Eu amo meus filhos. Mas não queria agora, talvez nunca. Eu tinha um plano de vida montado.

    Eu pegava a minha parte da herança do meu pai, me vingava de todo mundo e ia embora para outro país ou estado, faria meu estúdio e viveria como eu sempre quis desde que peguei um um pincel, viver cheia de pó de tinta e colorida por todos os cantos do meu corpo. Eu queria essa vida, não uma que eu sou mãe de quatro filhos enquanto eu nem sei oque o pai deles e eu somos de verdade. Por que me pedir pra ficar com ele não é nada importante. Sou mãe dos filhos amados dele. Óbvio que ele pediria para ficar com os filhos e isso me inclui.

    Talvez eu devesse só esperar os gêmeos crescer e dizer que eu não quero mais. Que ele pode ser pai, mas longe de mim. Eu não fui feita pra isso. Não nasci pra esse tipo de vida. A única coisa que me liga a arte nesse inferno é o estúdio de revelação de fotografia e ainda sim. Não é o que eu quero. Eu queria usar tinta, preto, vermelho, verde, azul. A paleta toda. 

    Sento no jardim com a babá eletrônica nas mãos. É um saco, eu queria um pouquinho de vontade de transar, um pouquinho de vontade de gostar dessa situação. Eu não sei mais o que fazer. Faz oito meses que ele não transa e se esperar um pouquinho ele vai achar onde enfiar o pau dele. Por isso, espero que ele arrume uma pessoa.

   Ouço o barulho da porta abrir no segundo andar, ele saiu do banheiro, provavelmente está putinho. Eu não deveria estar tão despreocupada assim. Se fosse há três anos eu estaria de pé esperando ele vir pra cima de mim. Como fomos daquilo pra isso?

— Lúcifer! — Fecho os olhos pra não ficar sequer com a chance de olhar ele nos olhos.

    Mas consigo sabe pela respiração ofegante, o jeito insuportável inquieto dele.

I'm back to hellOnde histórias criam vida. Descubra agora