Cruz

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Entra mais uma madrugada
E chega logo a minha companhia.
Parece até que tem hora marcada.
É sorrateira,
Não vem de dia
E nem chega de qualquer maneira.

Gosto quando ela vem,
Mas é um alívio quando vai.
Significa que vou ficar bem.

Nem sempre, também.
Às vezes ela me deixa na mão.

Que aflição!
Será que me excedo?
Será que tem medo
Da rejeição?

Me visto de invisibilidade
Pra me despir da minha identidade.
Mas ela não quer ser despida.
Que convencida!

Então eu escrevo
De onde estou
E nem me atrevo
A ser quem não sou.

A cruz que carrego
Eu mesma que rego.
Por isso aqui estou.

Tempestade PoéticaOnde histórias criam vida. Descubra agora