Madrugada

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Madrugada.

Abri o bloco de notas.
Deitada, cama forrada, luz apagada,
meus dedos dançaram sobre o teclado.

Digita, apaga
Digita, dá uma olhada
Não, apaga de novo.
Não faz sentido.

Minha mente também não.
Minha desordem tampouco.

Pensamento vem,
sentimento vai.
Sentimento vem,
pensamento vai.

Quer saber? Vou escrever.
Assim mesmo.
Sem lógica.
Sem ordem cronológica.

Sem rima.
Sem clima.
Sem matéria prima.

Vai parecer piada.
Um poema sem jornada
Sem forma
Sem norma
Sem nada.

Quando fui ver, já rimou.
Encheu tanto que desaguou
E foi lindo de se ver.

Quando chega essa hora,
tudo perde a harmonia.
Até mesmo a poesia.

Tempestade PoéticaOnde histórias criam vida. Descubra agora