A chuva é uma melodia melancólica
que vem nos dias mais sombrios.
Ou talvez ela os torne sombrios.
A música, por outro lado, alaga
nossos corações. Sem uma gota d'água.
E o coração transborda.
Mas transbordar não tem um bom ou mau sentido.
Tem os dois.
Ora é como um copo que encheu demais,
você esqueceu a torneira aberta e a conta,
nesse mês, veio mais cara.
Ora é como um pote de doces que você quer
muito e, por acidente, alguém o enche demais.
E você ama esse doce acidente.
As pessoas tem o costume de ouvir
música nos dias chuvosos.
Talvez estejam tão melancólicas que
queiram transbordar, seja para bom ou para ruim.
O que elas não sabem é que nos dias
sombrios é que aprendemos a sobreviver.
E sobreviver já transborda o suficiente
para precisar da música.
A verdade é que ninguém nunca está satisfeito:
Se tem música, querem chuva.
Se tem chuva, querem música.
E, quando transbordam por já ter tudo,
encontram-se insatisfeitas por terem transbordado.
E então elas pedem o sol de volta
e pausam a música
e voltam a reclamar por se sentirem vazias.
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Tempestade Poética
ŞiirNão há uma descrição inteligente para essa obra. Ela é nada mais que meus pensamentos escritos em versos. É um pouco de mim para vocês. É minha alma despida e pública. É minha verdade nua, crua e sem adereços. Essa obra sou eu, e sinto muito se não...
