Um passo. Outro. Mais um.
Disseram que assim é que anda
uma pessoa comum.
Comum... coisa que eu não sou!
Mas quando eu quis dar dois passos,
todo mundo negou.
Todo mundo gritou: — Para!
Mas eu não sou assim.
Não ando com as pernas dos outros,
mas me convenceram que sim.
Então... então eu parei.
De dois passos, fui pra um.
De um, fui pra meio
e de meio pra nenhum.
E me disseram: — Anda!
E eu não sabia mais andar.
De tanto que mandaram,
aprendi a respeitar.
Oprimida, me calei.
E entalado na garganta:
Se a gente colhe o que planta,
o que de tão ruim eu plantei?
Não sei,
mas plantada estava eu.
Os pés enraizados no chão,
no relento,
faça chuva, sol ou vento,
sem entender a razão.
E, bom,
Estagnada fiquei.
Por algum tempo,
nem tentei.
Mas num ato de insolência,
com minha pouca experiência,
Toda a minha voz usei:
Se é pra viver de vassalagem,
Eu escolho o meu senhor.
E o meu senhor é a coragem.
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Tempestade Poética
PoetryNão há uma descrição inteligente para essa obra. Ela é nada mais que meus pensamentos escritos em versos. É um pouco de mim para vocês. É minha alma despida e pública. É minha verdade nua, crua e sem adereços. Essa obra sou eu, e sinto muito se não...