Eu não sou uma boa pessoa.
Eu sou poeta.
E ser poeta me obriga a falar das dores sentidas,
não das causadas.Eu não sou uma pessoa de sorte.
Eu sou poeta.
É claro que uma coisa tem a ver com a outra:
Quando tentamos fazer cócegas nos próprios pés, não sentimos.
Com a dor é a mesma coisa.
Imagina se fosse de outra pessoa
a culpa pela longa sentença que tive que cumprir.
Imagina se outra pessoa segurasse o chicote que me castigou as costas.
A sorte não existiria.Também não sou uma pessoa corajosa.
Sou poeta.
Já pensou se um "eu" que não fosse o lírico
tivesse de contar seus sentimentos para alguém ler?
Se um "eu" chamado lírico não existisse, me levando a enlouquecer?
A coragem se dissiparia.Mas também não sou uma pessoa ruim.
Um pouco azarada, talvez.
E também não sou uma pessoa medrosa.
O que eu sou,
Completa e intrinsecamente,
É poeta.
E não se definem poetas.
Eles só... são.Se fazem e desfazem,
incontrolavelmente.
Se montam e desmontam,
inconscientemente.
Se escrevem e reescrevem,
Inconsequentemente.E então, voam para longe,
sem data de volta,
Deliberadamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Tempestade Poética
ŞiirNão há uma descrição inteligente para essa obra. Ela é nada mais que meus pensamentos escritos em versos. É um pouco de mim para vocês. É minha alma despida e pública. É minha verdade nua, crua e sem adereços. Essa obra sou eu, e sinto muito se não...