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- Lutar juntos contra tudo isso não vai mudar nada. Toda a dor que senti não vai passar.

- Dabi, você pode aprender a perdoar. Se conseguirmos, podemos prender o papai...

- Chega desse assunto. Você não vai mudar minha cabeça. Agora, pela situação, o melhor é mandar as crianças para a casa da Neide no Canadá por uma temporada enquanto a poeira abaixa. A desculpa perfeita é que você está com medo, já que foi atacada e ficou com receio de a Liga vir atrás das crianças.

- Por que você está ajudando a gente?

- A Marya já me ajudou muito, só estou retribuindo.

- Não é porque somos sua família e você nos ama?

- Cara, não me leve a mal, mas eu não amo nem a mim mesmo, quem dirá vocês. Sou grato à Marya e até gosto de ver vocês, mas isso não significa que vou dizer que amo vocês. Não passa de uma distração.

Shoto olhou para ele com cara feia e foi para o quarto. Natsuo, com os olhos cheios de água, foi com a cabeça baixa. Já Fuyumi continuou olhando para o nada, como se estivesse pensando.

- Para que isso? Só vai atrapalhar. Custa dizer que sentiu falta?

- E mentir? Você disse que isso é feio.

- Você é pior que uma criança.

- Eu faço coisas que crianças não fazem - me olhou com uma cara de malícia.

- Sim! Você fala palavrão, crianças não falam.

Saí e fui atrás dos meninos.

- Oh, não foi o que eu quis dizer!

Me fiz de desentendida e fui até o quarto. Shoto estava na sacada e Natsuo estava deitado.

- Olha, eu sei que é difícil de digerir e ele não ajuda, mas tenham empatia. Ele viveu muita coisa sem a gente, e a maioria não foi legal. Agora, meninos, vamos fazer as malas porque vocês vão para o Canadá!

Falei isso com um sorriso, e só vi Natsuo levantar a cabeça como se estivesse reclamando.

- E você vai fazer o que ele manda? E se ele estiver tentando ferrar com você? Ele é da Liga, não foram eles que quase te mataram?

- Mas graças a ele eu saí de lá viva! A ideia do Canadá foi minha, agora vão!

Saí do quarto ouvindo os dois reclamarem, mas ignorei.

Cheguei na sala e Fuyumi não estava mais ali, só Dabi, bem deitado no sofá. Sentei do lado dos seus pés.

- E agora? O que você vai fazer?

- Você está brincando? Vou seguir minha vida. - Entreguei para ele um telefone descartável. - Quando quiser falar comigo.

- Caramba, garota, de onde você tem isso? Está parecendo os filmes.

- Ganhei de brinde numa festa da UA. Vamos agora, temos muita coisa para organizar.

As crianças arrumaram tudo para um mês no Canadá, e fomos às 5 para o aeroporto. Dabi, bem disfarçado, nos despedimos. Ele, por incrível que pareça, abraçou todos eles.

Estávamos voltando a pé até que o tal James parou a gente.

- Olá, senhorita Mary. Como você está sob monitoramento obrigatório, gostaria de saber quem é esse e qual seu número de registro.

- Cara, você é doente, esse é o...

- Prazer, eu sou o Tommy.

Ouvi um barulho de algo quebrando.

- O que foi isso?

- O que? Tá, mas qual seu número de registro?

- 1029384756.

James digitou no tablet dele.

- Tá certo, você está no sistema. Deixe-me ver seu rosto.

Dabi mostrou o rosto com tanta tranquilidade que sabia que ele estava fazendo algo.

- Tá certo, mas ainda estou de olho em vocês dois.

Ele disse e saiu.

- Que truque você fez, cara?

- Mas eu não fiz nada - ele disse com um sorriso sapeca.

- Fez sim e pode me explicar.

Eu e ele fomos andando e conversando.

- O Tomura desenvolveu um veneno que, se você sentir o cheiro, você vê o que as outras pessoas falam. Então agora, se eu te falar que tem um buraco na sua frente...

Parei de andar porque tinha um buraco gigante na minha frente.

- Que é isso?

- Viu? Não tem nada na sua frente, é efeito do veneno. O barulho de algo quebrando foi o vidrinho que eu joguei no chão.

Dabi POVs:

Eu não quero ficar na Liga. É muito bom passar o tempo com a Mary. Agora que as crianças estão fora, duvido que ela vá ficar em casa. Se antes 50% do tempo dela era para o trabalho, 40% para a escola e 10% para casa, agora será 0 para casa. Ela só vai para lá para dormir, se ela dormir...

Deixei ela na frente da casa dela, esperando que ela me convidasse para entrar.

- Não vai me chamar para entrar?

- Ah, me desculpa, mas agora vou direto para o trabalho.

- Ah, qual é, agora vai esquecer que tem vida?

- É por isso que eu tenho que trabalhar. Tenho crianças para sustentar e um assassino que faz parte de uma Liga de vilões que querem matar meu pai e o tio All Might. Então, eu tenho que manter as aparências.

- Que chatice.

você ainda é meu toya?Onde histórias criam vida. Descubra agora