você ainda é meu toya?

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Faz dois meses desde o acidente que quase me matou.
Papai sentiu que devia me trazer e contar para as crianças antes que elas entrassem em colapso.
Desde então, vivo em cárcere privado, sem sair de casa. Meu pai disse que há pessoas querendo me matar, e dói ver meus amigos lamentando minha morte.

- Tchau, vamos, já estamos atrasados - disse Mary, se despedindo das crianças.

Enquanto as crianças estavam na escola, eu lia e relia meu diário. A cada dia, lembrava mais de tudo, mas ainda não consigo lembrar do acidente.

Meu pai me disse que, ao sinal de qualquer invasão ao nosso apartamento, eu deveria me esconder no chão falso do closet. Achei que era exagero, até ver uma luz azul muito forte fora da minha janela. Corri para o closet e deixei a porta entreaberta para tentar ver algo. Vi um homem alto, de cabelo preto e olhos azuis, que entrou pela janela, fechou tudo e deitou na minha cama.

- Se você soubesse - ele murmurou, enfiando o rosto no meu travesseiro - o quanto sinto sua falta, a falta do seu cheiro, seu jeitinho, quando você brigava comigo, haha... Porra, eu não vou chorar, de novo não... Você entende, né? Eu nunca quis matar você ou ter jogado aquele carro da ponte, mas o Tomura havia planejado um novo sequestro, desta vez para te matar. Ia ser pior do que o carro caindo da ponte, seria uma tortura até você morrer de dor. Eu nunca aguentaria, acho que não vejo propósito nem vontade de continuar com isso contra o papai...

O garoto se levantou e foi até o closet, passando pelo chão falso e pegando um cachecol.

Eu deixaria se fosse qualquer cachecol, mas aquele era do Toya. Na mesma hora, saí do chão quando ele me olhou e gritou:

- Puta que pariu, os mortos estão ressuscitando!

- Morto, caralho! Agora você larga o cachecol do meu irmão - Mary disse, esquentando os punhos.

- Mary? Eu morri? Eu nem usei nada hoje, como eu estou te vendo? - ele perguntou, cutucando Mary.

- Enfia esse dedo no seu cu, deixa o CACHECOL do meu irmão onde você pegou e vaza.

- Você está aqui mesmo... - O chão sob o garoto cedeu, e ele perdeu as forças nas pernas, caindo e desabando em lágrimas. - Me perdoa, eu... eu te amo tanto. Eu não queria te ver perdendo as pernas, os braços, sofrendo. Por favor, me deixe sentir seu cheiro de perto.

- Quem é você?

- Mary, sou eu! O Dabi!

- Eu não conheço nenhum Dabi - disse Mary, cerrando os punhos que já começavam a pegar fogo.

- Eu sou seu irmão mais velho, Toya. Não se lembra? O que aconteceu com sua memória?

- Tudo sumiu no acidente. Tudo que eu lembro está no meu diário - ela disse, apontando para o diário com a cabeça.

- Posso ver?

Ela acenou positivamente.

- Estão faltando páginas! As em que eu sou citado.

- Quem é você e por que você seria citado no meu diário?

- Eu sou o amor da sua vida, seu irmão, um mega vilão, blá-blá-blá, e também o responsável pelo seu acidente...

A garota estava à beira de um colapso de raiva. Ela não entendia mais nada.

- Me explica tudo. Eu não entendo nada do que você diz!

Dabi se sentou e explicou tudo o que aconteceu. Em prantos, ele contou a verdade, desde a descoberta até a reaproximação, as declarações, o sequestro dela, como ele ajudou a fugir, e a parte mais dolorosa: a tentativa de matá-la. Ele explicou que, se ela não morresse de forma suspeita, como um mero acidente de falha de freio, ela seria torturada por semanas até a morte por cansaço.

Ao final da explicação, os dois choravam.

Quando Mary tentou perguntar algo, sentiu uma ferroada na cabeça.

- Merda!

- O que foi?

- Isso sempre acontece antes das memórias voltarem.

Logo, Mary apagou, e Dabi entrou em desespero.

-Mary? MEU DEUS PFVR, OLHA N TEM GRAÇA TA? a garota não deu sinal, então ele achou o telefone de Mary, e ligou para 911

Enquanto eles não chegavam ele chorava e acariciava seu cabelo

-não me deixa, minha vida n tem sentido sem você!-ele viu cada marca horrível ao pescoço dela, por td seu corpo, cicatrizes que o mesmo causou..