Cap. 43 - Em casa

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- Acha que ele vai demorar muito pra acordar?

Maraisa perguntou, babando completamente no filho. O menino estava deitado sobre a grande cama de casal, no quarto das mamães, desde que havia chegado. Maraisa estava ajoelhada sobre o chão, com a cabeça posta no colchão, olhando para o menino, e contando cada lufada de ar que o pequeno soltava.

Marília teve alta, mas mesmo assim se sentia como se um caminhão a tivesse atropelado, era óbvio que ainda estava cansada, sorte que ela tinha uma namorada que se preocupava muito com ela e com o filho.

Depois que chegaram em casa, lá pelas dez da manhã, Maraisa colocou o pequeno na cama, depois ajudou Marília tomar um bom banho quente, mas infelizmente para a tristeza da loira, o banho foi realizado no chuveiro, e não na banheira.

Desde que Marília pediu para que ela a deixasse se trocar sozinha, Maraisa voltou a babar completamente na mini cópia da namorada.

Marília sorriu com o comentário da amada, deixando o pano lilás da camisola escorrer sobre seu corpo. Caminhou lentamente até perto da cama, seus pontos ainda doíam bastante, ela sentia como se os órgãos estivessem todos soltos dentro de si, aquilo era extremamente desconfortável e dolorido, mas esperava que os remédios pudessem lhe fazer algum bem.

- Eu acho que fazem apenas três dias que ele saiu da minha barriga, e pelas minhas contas, a esta hora, ele ainda estaria aqui, amor... - Marília disse simples arrumando os travesseiros, se sentou com todo cuidado do mundo na cama ao lado do pequeno.

- Sim, mas o que tem a ver? - Maraisa perguntou quando a namorada se deitou.

- Ele estaria quieto aqui, dormindo. - Riu passando os dedos nos cabelos do bebê. - Amor ele é apenas um recém nascido, ele só vai dormir, mamar e fazer cocô.

- Poxa. - Resmungou sentida.

- Não fica assim não, de noite ele vai chorar muito, e você pode fazer companhia. - Marília riu.

- Por que não dorme um pouco? - Maraisa perguntou ao se sentar na beira da cama, e acariciar a canela fina da loira.

- Posso?

- Mas é claro, sei que está cansada. - A morena se curvou e selou os lábios carnudos a sua frente. - Eu amo você.

- Também te amo muito, e obrigada. - Maraisa sorriu apertando os olhos.

Em segundos a loira apagou, não foi preciso muito tempo. Maraisa logo viu que a namorada estava cansada, e ela entendeu.

Decidiu ir cuidar de si própria, levantou-se do chão com muito cuidado para não fazer barulho, pegou o pequeno corpo sobre a cama, e o aproximou mais de Marília.

Maraisa sorriu quando o menino pareceu grudar a mãozinha pequena nos cabelos castanhos da mãe, a morena colocou os travesseiros na beirada da cama, mesmo sabendo que ele não viraria, seu instinto falava mais alto.

Caminhou até o closet, pegou algumas roupas para si, e decidiu tomar banho no outro banheiro, para não fazer barulho e acordar os dois.

Mais tarde, de banho tomado, a morena decidiu preparar o jantar, elas não deixariam para comer muito tarde, pois sabiam que a noite seria longa.

- Acho que vou fazer um prato simples que ambas gostamos.

Sussurrou para si mesma, arregaçando as mangas da blusa fina de frio, buscou pela cebola e pelo alho na geladeira, descascando e picando dentro da panela.

- Um arroz com bacon e alguns legumes que sei que Marília gosta... hum, e uma carne ao molho de mostarda.

Pensou alto animada, buscando todos os ingredientes para poder preparar o prato.

***

Como ela está? - A voz de Luísa perguntou do outro lado da linha.

- Cansada. - Suspirou Maraisa enquanto tinha o telefone no ouvido e espremia as laranjas. - Ela só dorme, acorda poucas vezes para dar de mamar ao bebê, e logo cai no sono novamente.

- Olha, conversei com Lauana, não vai fazer mal se ela deixar de tomar aquele remédio, ele que dá sono.

-Hum. - Maraisa pensou por um instante em todos os remédios que a namorada estava tomando. - Não consigo me lembrar qual.

- Lisador, Maraisa.

- Oh! Ah sim, mas ele não ajuda a tirar a dor dela?

- Ajuda, mas ele não vai fazer falta se tirar, ela vai dormir menos e se sentir menos cansada. - Luísa disse e ao fundo Maraisa pode escutar um chorinho agudo.

- Obrigada Luísa, agora eu preciso ir , o dever de mãe me chama. - As duas riram.- Bom serviço.

- Tchau branquela.

***

A morena deixou tudo o que estava fazendo na cozinha, lavou as mãos e subiu rapidamente as escadas. Ao chegar afoita no quarto, encontrou a cena mais linda que seus olhos poderiam ver.

Marília estava sentada, encostada na cabeceira da cama, com o pequeno ser cabeludo em seus braços, que sugava o seio da loira com gana. Ele parecia estar faminto, pensou Maraisa.

- Isso meu amor, mamãe está tão feliz que você está conseguindo mamar finalmente. - Marília sussurrou quase como em um segredo para o menino, seus dedos acariciavam os cabelos pretos espetados para cima, ela sorria o tempo todo. - Você já me conhece? Sabe que sou sua mamãe? - Perguntou baixinho e o menino correu os olhos por seu rosto. - Mas você tem a mama Mara também príncipe, ela é linda demais. - Mordeu o lábio sentindo seu peito se encher de felicidade.

Maraisa observava tudo da porta, se sentiu a pessoa mais feliz e grata do mundo, nem percebeu quando seus olhos começaram a chorar.

***

Marília não tomou mais o remédio lisador, então ela não teve muito sono durante aquele resto de tarde, já se sentia melhor e pode descer as escadas devagar para poder jantar. Maraisa não gostou muito da ideia, mas Marília achou um jeito de entreter a amada, mandando-a ficar com o filho enquanto comia.

Depois disso, tomaram mais um banho cada, deram banho juntas no pequenino , e acharam melhor colocar ele para dormir no bercinho.

A babá eletrônica foi ligada, o casal seguiu para o quarto, e adormeceram de conchinha.

Marília acordou duas horas da madrugada para poder ir ao banheiro, e como mãe, é claro que foi até o quarto do pequeno, ele estava acordado. Seus olhos varriam o quarto, mesmo com menos de uma semana de vida, ele parecia ser curioso, um bebê quieto, mas agitado e curioso.

Pegou o menino e lhe deu de mama, ele adormeceu, e ela pode voltar a dormir.

2:45 da matina, o choro estridente tomou conta do quarto.

- Deixa que eu vou. - A voz sonolenta e rouca de Maraisa inundou o ambiente, ela beijou os lábios da namorada e saiu em direção ao quarto do bebê. - Oi pequeno. - sussurrou ao chegar perto do berço e ver o filho com os olhinhos lacrimejando, ela o pegou. - O que houve meu amor? Não faz muito tempo que você mamou. -Caminhou com o menino até o trocador, o pôs com muito cuidado, abriu o macacão e verificou a fralda. - Acho que encontrei o problema. - sorriu ao olhar para ele, que estava quietinho agora.

Trocou como havia aprendido desde que Yasmin nasceu, e que Marília havia feito questão de reforçar. Logo o bebê estava limpinho novamente.

Tomou nos braços e colocou a chupeta na boca, mesmo que fosse indicado o não uso, elas compraram um bico bom, e que não prejudicasse sua gengiva. E também porque era muito fofo.

Os olhos do bebê foram se fechando enquanto ela o balançava. Logo ele dormia, e ela pode o colocar no bercinho.

- Te amo, Léo Pereira Mendonça. - sussurrou sorrindo.

Um caminho para o destino | Malila Adapt.Onde histórias criam vida. Descubra agora