Cap. 34 - Quartinho

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Marília havia aceitado o pedido de namoro de Maraisa, é óbvio, já que as duas estavam quase namorando, só faltava a palavra final.

Elas elas pegaram no sono, e na manhã seguinte era dia de trabalho. Cansada pelo peso da barriga, Marília foi meio indisposta, pois sentia o bebê mexer o tempo todo, o menino estava elétrico.

A manhã foi devagar para ela, cheia de processos do governo dos Estados Unidos para resolver. Essa era uma das coisas ruins de ser advogada administrativa, às vezes ela se perguntava por que é que não se formou em pedagogia. Mas sua conta bancária a acalmava todas as vezes que ela pensava em surtar, se Marília fosse professora de uma escola qualquer, infelizmente, por ser profissão muito desvalorizada, a loira ganharia muito pouco.

Ela pensava algumas vezes no ex esposo, afinal, ela havia vivido um bom tempo da sua vida com ele, mas Deus ou o destino não quiseram assim, ela era de Maraisa desde o dia em que nasceu, e com a morena ela sentia que podia fazer qualquer coisa no mundo.

O sorriso brotava em seus lábios enquanto ela digitalizava ou reescrevia um processo, lembrando da tão maravilhosa sensação que ela estava sentindo.

Do outro lado da cidade, Maraisa estava em uma correria que só no hospital. Era folga de Luísa, e Isabella estava doente, então Maiara pegou folga, ela não podia pedir para que a amiga trocasse de plantão com a esposa, sua afilhada precisava de mais atenção.

O filho de Lauana também havia chegado no dia de hoje, e Maraisa não podia contestar, afinal ela sabia que se fosse seu pequeno Léo em seu lugar, ela faria o mesmo. Resumindo, a morena estava sozinha naquele dia e naquela área de trabalho, as médicas e os médicos de plantão não tinham tanta intimidade com a chefe, pois era Almira e Marco que haviam os contratado.

Voltando para a senhorita Mendonça, ela não havia voltado a conversar com a mãe desde o ocorrido em sua casa, mas falava alegremente com Deyvid a todo momento, o mesmo acalmava Marília dizendo que Ruth só precisava limpar seus olhos do preconceito, mas Marília sempre dizia que a mãe já estava velha demais para ficar bancando a dramática, afinal, havia uma criança a caminho.

Depois de um longo expediente de trabalho, Marília recebeu a ligação dos sogros a convidando para um jantar em família, ela super concordou dizendo que avisaria Maraisa assim que pudesse, e que estariam lá quando terminassem de comprar os móveis do quartinho do bebê.

- Por favor Marília, use o cartão vermelho sem limite que fica na carteira de Maraisa para realizar as compras do bebê.

- Por que, dona Almira? Não há necessidade.

- Marco e eu somos avós do bebê, não somos?

- É claro que sim Almira! Céus!

- Então queremos pagar os móveis do quarto dele, todos, literalmente todos. Por favor Marília, é nosso primeiro neto, e nunca achamos que Maraisa pudesse ter um filho algum dia... - Marília suspirou.

- Tudo bem. Mas o cartão não é de Maraisa?

- Sim, é dela, mas desconta o dinheiro diretamente da nossa poupança. Marília por favor, não hesite em gastar, dinheiro nunca foi problema para nós, e queremos o melhor pro garoto.

- Tudo bem, Almira. Até o jantar!

Marília negou com a cabeça, dirigindo o carro até a sua casa. Ao chegar, Maraisa estava pronta, esperando-a na sala. Não enrolou muito e logo subiu para o quarto, tomou seu banho e minutos depois, ambas iam até o shopping center da cidade ao lado.

- Que cor você acha que devemos fazer o quarto? - questionou Marília enquanto andava pelas passarelas de mãos dadas com a namorada, e tomava um sorvete expresso.

- Eu gosto de chevron. - argumentou Maraisa puxando a loira para a mais bela loja de móveis de bebê do shopping.

- É uma bela escolha, amor. - pontuou. - Eu escolho a outra.

Vagaram por ali alguns minutos, até que por fim decidiram. Marília havia escolhido a cor amarela para complementar, compraram os papéis de parede e as tintas. Alguns quadrinhos, bichinhos de pelúcia e depois partiram para outra loja.

Compraram algumas roupinhas, todas muito fofas. Bolsas para maternidade, para passeio, compraram roupa suficiente para o garoto usar até os três meses de idade. Fralda era o que mais tinha no quarto vazio. Maraisa praticamente escolheu tudo, Marília agora via que seu sonho não era ser mãe, era ser mãe de um filho de Maraisa Pereirai.

Dirigiam até a casa dos Pereira's agora, ambas estavam cansadas demais, porém, não fariam desfeita aos anfitriões.

- Amor, aproveita e já diz que vai se mudar de vez total pra casa. - Marília falou apoiando a cabeça no ombro da mulher enquanto ela dirigia.

- Tudo bem amor, minha mãe estava quase me tocando mesmo. - as duas riram e logo pararam na frente da mansão. - Chegamos.

Os portões se abriram, Maraisa dirigiu até perto da porta, quando chegaram lá, ela entregou as chaves para algum empregado, e logo ele foi estacionar. Deram as mãos e caminharam para a porta da casa.

Maraisa nem bateu, ela simplesmente abriu.

- Sem educação. - Marília carcou-a

- Ué amor, eu sou de casa.

- Você é da família Maraisa, não de casa, já não mora mais aqui faz meses, para de gracinha. - Marília ia brigar mais com ela, mas Almira apareceu gritando.

- Aahhhhh vocês chegaram! - a matriarca agarrou Marília a abraçando forte. - Olha como sua barriga tá linda e grande! Benza Deus! - alisou a barriga de Marília, extremamente marcada pelo vestido.

- Hey, tô aqui. - Maraisa ergueu a mão.

- Eu vi Maraisa, cala boca. - Marília riu.- Como você está Marília? Vem aqui, fiz um doce de banana pra você!

***

Almira bajulou a nora o quanto pode, Yasmin não conseguia esconder o ciúmes da irmã, mas estava feliz que seria tia e logo teria um bebê para brincar. Marco, como sempre, muito carinhoso. O casal comeu até não aguentarem mais e logo estavam indo de volta para a casa.

Pela manhã, os móveis e as roupinhas chegaram, Carlota já foi correndo lavar tudo com sabão de coco, Maraisa estava coberta de tinta e cola, enquanto tentava arrumar o quarto da melhor forma.

- Mais pra esquerda amor. - pediu Marília ao ver onde Maraisa estava pondo a cômoda. - Perfeito.

Marília terminou de por o último quadro na parede, e depois ambas se afastaram sorrindo para ver o resultado.

- Pode vim, meu bebê. - Maraisa disse alisando a barriga.

- Não pode, ainda faltam três meses! - Marília riu selando Maraisa, e o menino chutou.

- Oh! Eu senti! - Maraisa exclamou divertida, se ajoelhando de frente para a barriga, beijando a região.- Oi meu amor, sou sua outra mamãe meu amor... - o menino chutou várias vezes, fazendo as duas chorarem como bebê.

Um caminho para o destino | Malila Adapt.Onde histórias criam vida. Descubra agora