Cap. 20 - 3° Mês de gestação

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Chegaram as doze semanas, último mês do primeiro trimestre da gestação, finalmente. Marília era a mais animada durante o tempo todo, sua euforia animava qualquer pessoa que estivesse perto dela. A mulher finalmente estava vivendo seu grande sonho, e logo seu pedacinho de amor estaria em seus braços.

O sono continuava. Geralmente, ela despertava pela manhã, tomava banho, tomava café, trabalhava um pouco, e quando Maraisa estava de plantão, ela simplesmente voltava a dormir.

Ela pensava se daria um grande jantar para anunciar para todos os amigos de uma vez que estava grávida. Agora que os riscos de perder o bebê diminuíram, ela finalmente podia respirar.

Logo Marília voltaria ao seu escritório para trabalhar normalmente, ela só esperaria a próxima consulta com Luísa para poder confirmar.

Enquanto Maraisa dividia seu tempo entre trabalho, Marília e Isabella, a loira estava indo até a casa dos Pereira's, quando teve o primeiro desejo.

Flashback on.

- Não precisa ficar acanhada, tudo bem? - Maraisa perguntou enquanto entrava com o carro, na mansão.

- Acanhada, eu, Mara? Por favor, eu amo teus pais. - Marília disse animada com um sorriso no rosto.

Após deixar o carro na garagem, as duas caminharam calmamente até estarem dentro da casa, no hall de entrada e Maraisa avisou a família.

- Cheguei! - Marília riu baixinho, e logo os dois adultos vieram ao encontro.

- Marília, querida! - Almira exclamou contente ao ver a morena e se aproximou abraçando o corpo da garota. - Como vai meu bem? Quanto tempo!

- Oi dona Almira, saudades também. - Marília se permitiu apertar-se no corpo da mais velha.

- Seja bem vinda de volta, Lila. - Marco afastou a esposa gentilmente de Marília, que sorrindo abraçou o senhor.

- Obrigada, Marco - sorriu terna.

- Oi, família! - Maraisa murmurou.

- Fique quieta, Maraisa. - Ralhou Maraisa. A morena levantou as mãos em rendição e Marília riu.- Queira nos desculpar querida, mas Marco e eu temos que sair para uma reunião com os outros médicos do hospital. - Almira fez uma cara de triste e Marília formou um bico nos lábios. - Prometo que outro dia nós combinamos com mais tempo.

- Tudo bem Almira, podem ir em paz, Maraisa cuida de mim. - Marco, Almira e Maraisa sorriram ao comentário da garota, que ao perceber o que tinha dito, suas bochechas coraram.

- Temos certeza que sim, Lila. - Mike apertou suas bochechas. - Fique à vontade okay? Isabella está lá no quarto de brinquedos, louca pra te ver.

- Tudo bem.

- Cuidado com a estrada, está previsto chuva. - Maraisa disse aos pais.

- Tomaremos, meu amor.

***

Nesse momento, Isabella estava sentada no grande tapete felpudo branco da sala, juntamente a Marília. As duas brincavam de Barbie, Marília era a sereia que se transformava em humana, e Isabella era a fada protetora de todos os seres vivos da terra. Maraisa sorria observando as garotas, enquanto deitada no grande sofá, fingia que assistia um filme qualquer, para não deixar Marília sem graça.

- Oh, mas eu não posso ficar por muito tempo aqui na terra Luna. - Marília imitou uma voz fina, se dirigindo à boneca de Isabella.

- Mas eu te protejo, Ariel. - Marília riu, pois não era o nome que tinha dado a boneca, mas ela se sentia segura ao lado das duas.

- Eu estou com fome. - Maraisa disse interrompendo a brincadeira das duas.

- Mara! Pede licença para falar. - Isabella disse brava com a irmã. Marília sorriu puxando a pequena para sentar-se no meio de suas pernas, e lhe beijou os cabelos louros escuros.

- Tudo bem Bella, nós já brincamos bastante, e precisamos comer. - Marília disse e a garotinha sorriu.

- Tia Marília, o bebê já te pediu algo para comer? - Maraisa levantou e pegou Isabella no colo, ajudando Marília a se levantar.

- Só um ovo de páscoa super cheio de calorias. - Maraisa respondeu e Marília riu

- Eu gosto de ovo de páscoa! - Isabella disse sentindo sua boca salivar.

- Eu não gosto muito. - Maraisa respondeu e logo estavam na cozinha.

- Mas você é fresca, Mara! - Isabella respondeu a irmã, Marília sorriu ficando quieta em um canto.

- Vamos comer, a mãe deixou nossas comidas reservadas. - Maraisa disse apertando os botões do microondas. - Lila, você está bem? - perguntou.

- Mara.. - Maraisa olhou pra loira, Isabella já havia se distraído com a Barbie nas suas mãos. - Eu estou com vontade de comer queijo derretido puro. - mordeu o lábio

- Vai te doer a barriga depois Lila.

- Não importa, estou com desejo.

Flashback off.

Depois de comer o queijo abundantemente, as três foram assistir um desenho, mas não por inteiro, já que Marília começou a passar mal e Maraisa teve de segurar-lhe os cabelos para ela.

Marília tinha vários pensamentos em sua cabeça, que lhe atormentavam e às vezes não a deixavam dormir, tais como:

Esse sono vai durar a gestação inteira?

Será que o bebê tem alguma má formação?

Será que eu consigo mesmo gerar um bebê?!

E em todos os momentos, Maraisa e Luísa estavam ao seu lado para fortalecê-la e dizer que ela era capaz de tudo.

Oscilações de humor eram o pivô da gravidez da loira.

Flashback on.

Acordou de manhã, foi até o banheiro e banhou-se demoradamente, ao terminar, apenas pegou a toalha e enrolou no seu corpo. Caminhou até o closet, pendurou a toalha sempre onde deixava , e nua virou ao espelho.

Marília percebeu uma protuberância em sua barriga, com os olhos castanhos brilhando aproximou-se do espelho, suas mãos foram até a pequena curva que sua barriga fazia na ponta, seus dedos acariciaram o local com calma e cuidado. Seus olhos já deixavam escorrer algumas lágrimas.

Era seu bebê que estava ali, quietinho e seguro em seu útero.

Flashback off.

E depois desse lindo momento, ela ligou para todas as mulheres próximas de si, dizendo que estava gorda e havia engordado mais um kilo, que estava feia e ninguém mais a olharia como ela já foi vista antes.

Mas Maraisa estava ali, sempre dizendo que estava tudo em perfeito estado, inclusive Marília.

Luísa liberou a amiga para poder trabalhar, disse que já dava para saber o sexo do feto, mas Marília negou, dizendo que preferia fazer um chá revelação para toda a família, o que deixou Maraisa louca, claro. Ela tinha esperanças de que seria uma menina, e já até se imaginava colocando laços cor de rosa ou lilás na cabeça da garota.

Ela nem se tocava que já era mais mãe do bebê, do que Murilo era "pai"

Nem as ligações de Maraisa ele atendia.

O bebê agora já não se parecia mais um girino, ele tinha pés e mãos, minúsculos.

It's a baby!

Um caminho para o destino | Malila Adapt.Onde histórias criam vida. Descubra agora