Cap. 39 - 8° mês

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- Como foi lá? - Maraisa perguntou assim que a namorada entrou em casa.

- Cansativo, mas sai antes mesmo da cobra me puxar para poder conversar. - a loira rolou os olhos retirando os sapatos dos pés, se aproximou da namorada e lhe selou os lábios. - Como ficou no tempo em que estive fora?

- Foi bem tedioso não fazer nada, aproveitei e ajudei Carlota em algumas coisas. - justificou-se dando ombros.

- Aposto que você ficou babando no quartinho do Léo. De novo... - Marília sorriu segurando a mão direita da amada, que mordeu os lábios em vergonha, As duas subiram as escadas.

- Não é como se eu pudesse controlar, estou animada.! - Maraisa resmungou ao abraçar a namorada por trás e caminhar devagar até o quarto principal.

- Eu sei disso, meu bem, vou tomar um banho. - Marília selou novamente os lábios, assim se afastando, indo até o banheiro.

***

Trinta e quatro semanas, oito meses, duzentos e quarenta e três dias, cinco mil oitocentos e quarenta horas. Esse era o tempo em que Léo permanecia na barriga de sua mãe.

Marília estava tão animada quanto o resto da família, agora só faltavam mais algumas semanas e logo seu pacotinho estaria em seus braços.

Ela havia parado de trabalhar, com muito custo, ficava em casa o dia inteiro. Quando Maraisa estava de folga elas saiam e compravam várias coisinhas para o bebê, e também para Isabella, Alice, Guilherme, Yasmin e João Gustavo. A família era grande, bem grande. Quando a morena trabalhava, a loira passava os dias brincando com Isabella, ou até mesmo recebia visitas de sua sogra e mãe, sim. Ruth começava a engolir aos poucos o novo relacionamento da filha, ela não poderia estar mais feliz por finalmente receber um neto, então , passaria por cima do seu próprio orgulho. Ou talvez a mais velha apenas estava começando a ser afetada pelas verdades ditas por Maraisa, naquela noite.

A barriga de Marília parece que cresceu de uma só vez. Estava grande, redonda e já começava a pesar bastante. Lhe dava algumas pequenas pontadas nas costas , dores nos pés e nas pernas, mas ela sabia que todo o esforço seria válido para quando finalmente o bebê estivesse em seu colo.

Luísa havia dito na última ultrassom, que agora, Léo estava com dois quilos e oitocentos, quarenta e sete centímetros, e como médica, não pode deixar de citar os possíveis riscos para ele se apressar e nascer antes do tempo previsto, mas que para segurança de ambos, era melhor o pequeno aguentar até a trigésima sexta semana, dentro da barriga.

Ele seria um bebê grande e gordo, se aguentasse mais seis semanas.

***

Marília usava um vestido em véu transparente, com um top traçado nos seios na cor branca, seus pés estavam descalços e os cabelos completamente soltos, com uma coroa de rosas em sua cabeça.

Maraisa estava de bermuda branca com um camisete branco, também descalças e com os cabelos presos em um lindo coque acima da cabeça.

Elas estavam na praia, na casa de praia onde tinha sido o chá de bebê. Lá, aproveitariam para fazer o ensaio fotográfico do pequeno.

As mãos de Maraisa, estavam em volta da barriga de Marília, a mais velha se colocou atrás da amada, e ambas sorriram juntas para a fotógrafa, que capturou o momento único.

- Perfeito. - Larissa sorriu ao bater a foto. - Agora Maraisa, venha a frente de Marília, e ajoelhe-se. - Maraisa fez o que a moça havia lhe pedido. - Agora beije. - pediu, e mais uma vez a morena obedeceu. - Estão ficando lindas.

- Lari, será que depois podemos fazer um ensaio embaixo d'água? - Marília perguntou com muita esperança, fazendo a mulher pensar por alguns segundos.

- Olha Marília, sorte sua que eu trouxe, sem querer, todo o meu equipamento. - Larissa sorriu pra loira, que bateu palmas em comemoração.

- Deus, Marília me dá muito trabalho! - as três riram, voltando a tirar as fotos.

Fizeram o ensaio na praia, e depois entraram na piscina. Foram necessárias algumas horas para que tudo ficasse pronto e para que pudessem se sentirem satisfeitas pelas fotografias.

Larissa levaria consigo todo o material, e depois mandaria as fotos. Maraisa deixou bem claro que queria todas as fotos, independente do preço.

O casal foi embora na mesma tarde, passando apenas no barzinho da praia para jantarem, escolheram uma porção de filé de peixe com muito limão e cerveja para Maraisa, e sem limão com um suco natural para Marília.

***

Já se aproximava das três horas da tarde de uma quinta feira, Marília se espreguiçava no sofá enquanto assistia um canal aleatório na TV. Maraisa estava trabalhando, e como Marília ficava sozinha, na maioria das vezes, se afundava em canais de TV para que o tempo passasse mais rápido.

Já havia perdido as contas de quantas coisas havia comido durante todo o tempo em que estava ali.

- Minha querida? - Chamou Carlota, vindo da direção da porta principal, Marília bocejou erguendo a cabeça para olhar até a mulher. - O senhor Huff está aqui. - Marília engasgou nos próprios pensamentos assim que ouviu claramente aquelas palavras da boca de Carlotta.

- Senhor Huff?! - perguntou ainda desacreditada.

- Sim pequena, Raul.

- Ele está sozinho? O que ele quer?

- Acalme-se Marília, por favor. - pediu a mulher mais velha. - Ele está sozinho, disse que não sai dali enquanto não conversar com você. - Marília mordeu o lábio.

- Deixe ele entrar. - pediu e a mulher assentiu, se retirando, indo em direção a porta novamente. Em minutos, Raul estava quase a frente de Marília, e só os dois permaneciam no ambiente. - Olá Raul, como tem passado? - Perguntou Marília ao se levantar do sofá, indo em direção ao homem.

- Boa tarde, Marília, me desculpe incômodo. - pediu ao segurar a mão direita da mulher, beijando o local, Marília sorriu.

- De maneira alguma. Aceita algo? - o homem negou. - Sente-se por favor. - pediu mostrando o sofá, ele logo sentou, e ela ficou na poltrona.

- Vejo que as decorações não chegam perto das que estavam na antiga casa.

- Com certeza não, essa foi Maraisa e eu quem escolhemos, a outra tinha sido total tarefa de sua esposa. - Marília afiou um pouco a língua, respondendo o homem.

- Calma Marília, não vim lhe causar atrito ou algo do tipo, sei que não se dão bem.

- Quem bom que sabes. - o homem respirou fundo. - Em que posso lhe ajudar?

- Bom... Vim pedir para que por favor, não crie o meu neto longe de mim.

Um caminho para o destino | Malila Adapt.Onde histórias criam vida. Descubra agora