Cap. 30 - Que palhaçada é essa?

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- Não acha melhor pegar todo seu guarda-roupas e se mudar de vez? - Almira resmungou ao aparecer na porta do quarto da filha.

- Ai, mãe! Tem que aprender a parar de aparecer assim de repente. - Maraisa colocou a mão no peito respirando fundo.

- Você que tem que parar de aparecer só quando precisa de certas roupas ou documentos, Maraisa. - pontuou entrando no quarto. - Veja bem, não estou lhe expulsando de casa, longe de mim. - Maraisa riu, voltando a dobrar mais roupas dentro da mala vermelha. - Mas é que você agora vai ser mãe, tem uma namorada linda, e já vai fazer trinta anos, né filha.

- Não está me expulsando mãe? Tem certeza? - Maraisa riu ao ver que a mãe deu ombros. - Eu só me sinto meio invasiva de ter que pedir pra Marília para morar logo com ela.

- Isso é só um rótulo. - virou os olhos. - Vocês moram juntas, praticamente, ou com certeza, já parou pra contar quantas semanas você não dorme em casa? - perguntou e Maraisa ponderou. - Não se preocupa, Yasmin não vai morrer sem você.

- Tudo bem. - suspirou. - Eu falo com ela, okay? - fechou as malas, caminhou até sua estante, buscando sua pasta de documentos. Aproximou da mãe e lhe beijou o rosto. - Escolhemos o nome do bebê.

- Ah sim, Marília já me disse.

- Estão tão íntimas assim? - perguntou surpresa.

- Oh mas é claro, ainda mais porque mandei bordar as fraldas com o nome dele. - respondeu. - Vocês precisam fazer o quarto do menino logo.

- Mês que vem mamãe.

Uma mensagem chegou no celular da mais nova.

Minha Lila ❤ : Mara, estamos com vontade de comer morangos com leite condensado, trás pra gente. Com amor, sua mulher e seu filho.

Maraisa não conseguiu evitar o suspiro deleite que ela soltou, mordeu o lábio sorrindo feito uma imbecil, logo em seguida.

- Ai como você tá trouxa, Maraisa. - Almira virou os olhos.

- Mãe! Eu sempre soube que no casamento, o papa era o mais carinhoso.

- Foda-se. - Almira foi em direção a mala sobre a cama, pegou e entregou a filha. - Sai da minha casa.

- Mamãe!

***

Maraisa ficou um pouco com o pai e a irmã, e depois partiu em direção ao mercado, onde fez umas comprinhas no hortifruti e na seção de massas, já que ela e Marília amavam comida italiana.

Quando chegou em casa, Carlota estava saindo.

- Menina Maraisa! - cumprimentou a doutora com um grande sorriso.

- Oi Carlota, já está de saída? - sorriu abraçando o corpo da senhora.

- Ah sim, a menina Marília disse que eu poderia ir, que ela não iria mais precisar de mim, espero que a senhora não se importe.

- Imagina Carlota, quem sou eu pra dizer alguma coisa. - riu baixinho.- Marília lhe considera como uma mãe.

- Eu amo aquela menina Maraisa, como minha filha ou neta. - suspirou. - Mas fico preocupada.

- Com o que?

-Desde que chiquito faleceu, ela veio a ficar diferente, procurava a mãe, e Ruth nunca estava. - A mulher se referiu a Mário, e Maraisa pode ver o quanto o homem era querido. - Eu percebi que vocês estão tendo algo, e me perdoe pela informalidade e por observar demais, porém desde que a senhorita chegou, Marília está mais feliz, nunca a vi assim, nem com o senhor Huff. - Maraisa engoliu seco, mas logo sorriu para a mulher.

Um caminho para o destino | Malila Adapt.Onde histórias criam vida. Descubra agora