Capítulo 12

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• Maiara •

Quando estava pronta, Fernando me pediu uma voltinha, assobiou e bateu palmas. Descemos com Stefano, que encontramos no elevador com um brilho no olhar e um sorriso enorme. Não quis pensar onde aquela língua enorme havia passado. Só de imaginar, acabei tremendo e me encolhendo no canto. Stefano não era bonito, mas também não era feio. Sua aparência era comum. Um homem de cabelos pretos e olhos castanhos, mas algo sobre ele não me atraía nem um pouco.

Fernando percebeu meu olhar e riu, parecendo saber o que eu estava pensando. Nós saímos de mãos dadas, pela primeira vez desde o beijo no mar e isso pareceu certo. Mesmo apenas ficando com ele, ainda era uma mulher que precisava de segurança. Estranhamente, sabia que Fernando não ficaria com ninguém, mesmo com o nosso acordo de não relacionamento complicado. Seu jeito de abrir a porta, me deixar passar primeiro, puxar a cadeira e sempre estar me acariciando era como se fosse única, não um casinho à beira-mar afrodisíaco.

A Lapa era um bairro estranho. Ficamos em uma rua fechada, cheia de gente, com vários bares e mesinhas nas ruas. Havia música em cada um deles, pessoas falando, conversando, sambando ou dançando outros ritmos. Era interessante e muito curioso. Fernando chamou atenção logo de cara. Ele e Peter estavam andando distraídos e conversando quando foram cercados por um grupo de mulheres, deixando ambos com os egos na lua. Lory espantou todas por mim. Não senti ciúmes, ele não me passava nenhum tipo de insegurança, só achei engraçada a reação dele.

Como se não soubesse que era bonito demais para o próprio bem.

Sentamos em um barzinho com uma música amena e tranquila que um cara cantava ao vivo. Como um casal antipático, aproveitei para sentar em seu colo e trocar beijos, aquecendo o clima já ardente entre nós dois para mais tarde. Eu nunca tinha feito sexo casual com nenhum homem. Com ele parecia tão certo que não conseguia encontrar motivos para manter minhas pernas fechadas perto dele.

Todos os toques e movimentos de Fernando me deixavam louca de excitação. Apenas uma brincadeira com a sua língua na minha boca me fez imaginar o estrago que ela poderia fazer em outro lugar.

Fernando: Você está arrepiada. O que está pensando? — Ele beijou meu pescoço e, meio alegre pela bebida, decidi dizer a verdade. Inclinei minha boca em seu ouvido.

Maiara: No que a sua língua pode fazer comigo — cochichei, com as bochechas pegando fogo pela minha ousadia. Fernando abriu o maior sorriso safado que já tinha visto na vida. Seus olhos chegaram a brilhar.

Fernando: Ah, minha doce Maiara. — Ele acariciou meu rosto. — Assim você faz com que todos os ensinamentos que minha mãe tanto lutou para colocar na minha cabeça sobre como tratar uma mulher sejam jogados no lixo. Minha vontade é de te colocar nessa mesa e chupar sua buceta até te ver perdendo a cabeça de tanto prazer — falou baixinho com o olhar hipnotizador.

Sério. Na frente de todo mundo? Nessa mesa de bar suja? Por que eu estava tão maravilhada e excitada com a hipótese?

Maiara: Pelo amor de Deus! — Escondi meu rosto em seu pescoço.

Fernando: Você quer ir embora para que eu te pegue de jeito?

Maiara: Pare de falar essas coisas! Eu vou enlouquecer!

Fernando: Que coisas? — Ele bancou o sonso. — Que eu pretendo te pegar sem parar no momento em que pisarmos no meu ou no seu quarto? Que coisas você quer que eu pare de dizer, linda? — provocou, falando baixinho.

Eu lembrei de tudo que fizemos na cama à tarde e o quanto poderíamos fazer mais, sem impedimentos e pudores. Meu centro pulsou e quis mesmo ir embora. Fiz um pequeno beicinho por estar dominada por tanto tesão, sem me reconhecer. Sempre fui contida, talvez, sempre me fizeram ser contida e eu não sabia ao certo que podia ser livre na cama.

Por acaso: Mãe Onde histórias criam vida. Descubra agora