Capítulo 39

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• Maiara •

Cecí começou a bocejar e Fernando pegou a dica para começar a niná-la lentamente, sussurrando coisas boas até ela adormecer. Observá-la dormir era meu passatempo favorito.

Maiara: Nossos maiores tesouros — murmurei, ajeitando Lorenzo no meu colo. — Isso é muito bom, não é? Ter a nossa família.

Fernando: Maior presente que você poderia ter me dado. Obrigado. Eu te amo — sussurrou, me dando um beijo de leve e ficamos olhando nossas crias como dois babões.

Meus pais passaram uns dias em nossa casa, mas infelizmente, já haviam retornado. Maraisa tirou um mês inteiro para ficar conosco. Maria Cecília foi muito paparicada, eu tinha certeza de que minha filha seria muito mimada. Fernando dava a desculpa do significado do nome dela para ficar o tempo todo em cima, beijando, conversando e sendo um egoísta ciumento que não deixava ninguém pegá-la sem que ficasse querendo pegar de volta.

Beto era o único que realmente se irritava e quando segurava Cecí, fazia questão de não devolver e ainda sumia com ela pela casa só para ficar longe de Fernando.

Voltei a trabalhar poucas semanas depois do parto, por vontade própria. Consegui uma ótima babá para as crianças e ainda tinha a ajuda da minha sogra. Tati mudou-se para Rondônia e com planos de aumentar a família, também fazia parte da minha rede de apoio maravilhosa.

Felizmente, meu resguardo chegou ao fim com uma consulta cheia de elogios. Cecí era saudável e cresceu perfeitamente bem, assim como eu me recuperei bem em minha quarentena. Como mulher, estava estranha com meu próprio corpo, detestava algumas coisas e amava outras. A maternidade era uma novidade um pouco esquisita de lidar, no mais, levava tudo do jeito que Fernando me ensinou: um dia de cada vez.

E por ter um homem compreensivo ao meu lado, enviei nosso filho mais velho em uma viagem de fim de semana com os avós para a fazenda dos tios. Uma criança a menos em casa.

Cecí estava linda com seu vestidinho, ficou quieta por uns momentos e tirei algumas fotos enquanto Fernando guardava nossas coisas. Era irritante ter que carregar mil bolsas na rua, principalmente que, com um bebê pequeno, eu sempre precisava de algo que esquecia em casa.

Observei meu bonito namorado tirar sua roupa e entrar no chuveiro, enquanto fiquei na cama, amamentando e tentando fazê-la dormir, porque eu sinceramente precisava que ela entrasse em um sono profundo. Seus lindos olhos estavam me fitando com interesse enquanto dividia minha atenção entre ela e Fernando nu e molhado.

Filha, era um jogo difícil, sabia?

Assim que ela adormeceu pesado, deixei-a deitada em seu berço no quarto ao lado e quando retornei, encontrei Fernando roncando. Não deu para ficar puta, porque ele logo começou a rir. Fiquei tão surpresa que precisei bater nele com o travesseiro.

Fernando: Eu jamais iria dormir no dia em que a mágica vai acontecer. Vamos tirar essas roupas...

Afinal, não tínhamos muito tempo. Ela acordaria novamente.

Fernando tirou peça por peça, com o mesmo sorriso safado que me conquistou enquanto tocava minha música favorita naquele hotel no Rio de Janeiro e depois, ao me beijar pela primeira vez no mar com um sussurro sobre o quanto eu era linda, com aquela voz de desfalecer calcinhas. Uma das coisas que fez com que eu me apaixonasse por ele foi sua habilidade com a língua. Beijou-me dos meus pés até minha virilha, e me remexi na cama ansiosa, nervosa porque seu toque estava enviando ondas de calor por todo o meu corpo, concentrando principalmente no meu ventre, que estava precisando muito de seu toque.

Gentilmente, começou a massagear-me com seus dedos, logo senti sua língua me invadir e eu estava deliciosamente perdida no frenesi de emoções que corriam em minhas veias. Sua maneira de me levar à loucura foi construindo um imenso prazer. Minha buceta ficou molhada, escorregadia e eu gemi alto. Cobri a boca, rindo, sem querer acordar o bebê.

Fernando: Eu amo os seus gemidos, mas hoje, contenha-se. — Ele deu um tapa estalado entre minhas coxas que foi delicioso.

Eu queria retribuir o favor, mas dane-se, precisava dele dentro de mim porque não estava nem um pouco satisfeita. Seu beijo frenético foi erótico, principalmente porque tinha meu gosto ali.

Maiara: Não seja gentil. Me fode — pedi em seu ouvido e ele riu, xingando um palavrão, estocando repetidamente em um ritmo perfeito. Meus seios doíam e a cama batendo sutilmente contra a parede era como uma música aos meus ouvidos, somando com nossos gemidos baixos e respirações ofegantes.

Nenhum dos dois estava pronto para acabar, então trocamos de posição. Com ele ali, grunhindo sobre o quanto estava gostosa, qualquer insegurança sobre meu corpo correu para longe. Arranhei a parede, precisando de um lugar real para me apoiar. Gozei, afundando o rosto no travesseiro e ele se perdeu em seguida, abraçando-me apertado.

Caímos na cama com sorrisos de ofuscar o sol.

Fernando: Eu te amo pra caralho, gostosa. — Fernando mordeu a junção entre meu ombro e o pescoço. Fiquei toda arrepiada.

Nós nos conectamos novamente durante todo o final de semana, abusando dos sonos longos da nossa princesinha. Parecia que eu estava vivendo um conto de fadas de tanta perfeição. Cuidando da minha casa, dos meus filhos, do meu marido e tudo o mais. O caso da emissora estava indo para a reta final. Fernando tinha tudo pronto para encerrar.

Algumas semanas se passaram e eu estava satisfeita com as notas do Lorenzo e os elogios dos seus professores. Era como se ele fosse outra criança. Claro que a fase que estava vivendo era de aprontar e fazer arte perigosa, me deixando várias vezes com o coração na boca. Não conseguia me esquecer do dia que ligaram avisando que precisava buscá-lo por ter andando de patins na escola sem capacete e proteção dos braços e pernas. Óbvio que caiu e se cortou.

Eu quase chorei ao ver sangue em sua perna, precisei de Filomena ao meu lado para sobreviver ao primeiro corte profundo da minha criança, que achou o máximo levar pontos. Suas tendências radicais me dariam cabelos brancos. O único jeito de deixá-lo calmo era pedir que tomasse conta de Cecí, mesmo sem necessidade, mas era o momento em que minha cabeça ganhava um descanso. Essa história dele ser o Batman provocava muitas ideias em sua cabecinha.

Fernando: Amor!

Maiara: Já vou!

Deixei Maria Cecília no berço. Lorenzo estava dormindo e eu desci as escadas à procura do Fernando. Ele não estava na sala de televisão e muito menos no escritório, passei na cozinha e vi que a porta dos fundos estava aberta. Lá, havia uma casinha que ele guardava besteiras, que não cabiam na garagem, como ferramentas, brinquedos grandes do Lorenzo.

Atravessei o gramado e fui até lá, abrindo a porta. Ele estava encostado contra a parede, as mãos enfiadas no bolso.

Maiara: O que é isso?

Fernando: Feche a porta e apague a luz — ele pediu e eu fiz, curiosa, achando graça de sua expressão.

Ficou tudo escuro, ele moveu a mão e apertou um pequeno controle. Reparei que havia um pequeno projetor acima da minha cabeça e ao meu redor, surgiram imagens de ondas com o som do mar, mas ao fundo, também parecia ser a batida de um coração.

Fernando: Foi assim que meu coração ficou quando te vi pela primeira vez. Acelerado, encantado e bastou um sorriso para me apaixonar. — Ele deu um passo à frente. — Eu te amei no Rio de Janeiro, em Paris, em São Paulo, aqui em Rondônia e vou te amar em qualquer lugar do mundo. Eu te amo por ser minha mulher, mãe dos meus filhos, minha melhor amiga, companheira, dona dos melhores abraços, do melhor senso de organização, do sexo incrível e do beijo que anseio a cada segundo do dia. Maiara Carla, eu quero ser seu marido.

Maiara: Ai, meu Deus! — Cobri minha boca ao vê-lo ajoelhar na minha frente. Fernando tirou uma aliança do bolso, estava um pouco escuro, mas as luzes que provinham das imagens de ondas fizeram com que o anel brilhasse, assim como os olhos dele, cheios de lágrimas. Eu comecei a chorar.

Fernando: Aceita se casar comigo?

Maiara: Claro que sim, meu amor! Eu aceito!

Ficando de pé, deslizou o anel em meu dedo. Olhei em seus olhos e o abracei, ouvindo o seu coração quase no mesmo ritmo da representação colocada ali para exemplificar sua paixão por mim.

FIM

Por acaso: Mãe Onde histórias criam vida. Descubra agora