Capítulo 18

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Notas do autor:

Boa leitura! 🌹








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— Deidara! Você vai esconder do seu alfa que está esperando um filho dele? – exasperou-se Rin, incrédula demais para conseguir manter a calma.

— Eu não quero contar. Não sei como fazer isto, e... Ainda estamos sem nos falar. – o ômega abaixou a cabeça, fitando os próprios pés.

— Porque você tá dificultando, Deidara. Você ao menos parou para ouvir o que ele tem a dizer, e com isso decidir se quer ou não voltar as pazes.

O garoto comprimiu os lábios, sem argumento. Estava deixando o orgulho falar mais alto que os outros sentimentos e isso, consequentemente, estava atrapalhando seu relacionamento.

— Só... Vamos voltar para casa. – pediu baixo, sem olhar nos olhos da amiga.

Depois que a Nohara sugeriu o teste para saber se estava ou não grávido, eles foram ao consultório da mesma médica que havia examinado-o há um ano atrás, quando estava prestes a completar 18 anos e seu corpo passava por mudanças.

O teste só confirmou o que Rin já suspeitava, mas Deidara ficou surpreso e até um pouco em choque pela descoberta. Não estava em seus planos ter um filho agora.

Eles retornaram a casa e, para a sorte do loiro, Obito havia saído. Isso evitaria de perguntas sobre aonde foram e o que foram fazer.

Ele entrou no quarto, segurando os papéis do hospital e se jogou na cama, afundando o rosto no travesseiro do alfa. Parecia fazer um ano que não sentia seu namorado. O cheiro, o toque...

Estava com saudades de tudo nele... Com saudades dele!

Deidara decidiu esconder os papéis num móvel pouco utilizado do quarto. Sabia que não poderia esconder a gravidez por muito tempo, mas no momento tudo o que ele menos queria era pensar nisso.

Rin preparou-lhe um chá e levou no quarto. Ao contrário do que o ômega pensou, ela não veio insistir para que falasse com Obito, apenas pediu-lhe para que se mantesse bem pela criança.

E mais uma noite Deidara fingia dormir para não conversar com Obito. E mais uma noite também que o alfa lhe pedia desculpas baixinho e o beijava no ombro. Era torturante para o moreno, vê-lo daquela forma. Mas o que podia fazer? Forçá-lo a uma conversa da qual claramente não queria? Magoá-lo novamente por agir impulsivamente e desesperado? Não... Ele tinha que dar um tempo, ainda que não quisesse. Ainda que seu interior gritasse pela saudade de tê-lo em seus braços.

Aquela situação se extendeu por mais duas semanas, onde Obito não suportava mais o silêncio de seu ômega quando o encontrava pela casa, e a ausência dele na cama, mesmo quando estava lá fisicamente.

Aquilo o corroía, mas manteve-se displicente, como se nada disso o tivesse afetado.

Naquele dia em questão, Deidara passou em frente ao seu escritório, segurando uma revista sobre cuidados na maternidade. A porta estava entreaberta, então foi inevitável não ouvir o que se dizia lá dentro.

Obito parecia estar com alguém e eles conversavam baixo. Movido pela curiosidade, Deidara apurou os ouvidos à porta para ouvir melhor.

— ...Eu errei com ele. Mesmo assim, eu... – Obito suspirou alto, demorando a prosseguir com sua fala. — Me arrependo mais disso do que todos os crimes que cometi até agora.

— Ele continua não querendo te ouvir? – perguntou uma voz masculina, desconhecida por Deidara.

Obito pareceu assentir mudo, pois o homem recomeçou a falar partindo de outro ponto. Outra pergunta, exatamente.

— Por que fez aquilo então? – perguntou o homem tranquilamente. Não parecia condenar o Uchiha pelo o que fez, apenas parecia curioso.

Outro suspiro alto.

— Eu tive medo.

— Medo? – perguntou o homem outra vez.

— Tive medo dele querer voltar para os pais e esquecer de mim. Eu não consigo mais me imaginar sem o Deidara, por isso que me desesperei e... Tratei ele daquela forma estúpida!

— É difícil aceitar que ele provavelmente sente vontade de ter contato com os pais de novo, não é?

Outra vez silêncio, indicando que o alfa respondeu com um aceno de cabeça. Fosse sim ou não, Deidara sabia a resposta.

Ele não ficou mais tempo para ouvir a conversa, saiu em direção a sala e se sentou no sofá, agarrando a revista entre o peito.

Tudo ficou mais claro depois de ouvir a conversa do alfa. Ele não tinha um sentimento de posse por si... Tinha medo! Medo de perdê-lo como um dia seus pais o perderam. Óbvio que um caso não se comparava ao outro, mas tinha um sentido de igual.

— Dei?

Ele ergueu a cabeça, vendo Rin parada à sua frente.

— Está tudo bem? – perguntou ela com o tom preocupado.

— S-sim, está! Eu só estava pensando um pouco.

— Ah. Eu vim te chamar. Sasori já preparou o carro. Você disse que queria fazer mais alguns exames, lembra?

Ele assentiu.

— Estarei esperando lá fora com ele. – avisou Rin, se afastando.

Deidara foi até o quarto, trocar de roupa e saiu em perfeito silêncio. Queria checar se Obito continuava conversando com sabe-se lá quem, mas não quis correr o risco de ser pego e ter que explicar para aonde iria.

Rin acompanhou-o numa bateria de exames no mesmo hospital em que foi confirmada a gravidez.

Deidara queria o bem-estar de sua criança, então para isso teria que checar o próprio bem-estar. Aquilo demorou quase a tarde toda, deixando um ômega bem cansado no trajeto de volta para casa.

— Rin. – chamou ele.

A garota olhou-o na hora, preocupada.

— O que foi? Tá tudo bem?

— Sim, está. Eu só queria dizer que... Vou conversar com o Obito.

— Vai dizer a ele que está...

— Sim. Eu vou.

A Nohara sorriu pequeno. Era muito bom saber que ele tentaria reconciliação com o Uchiha.

— Tem algo estranho.

Sasori se pronunciou pela primeira vez desde que saíram.

— O que foi? – Rin perguntou a ele, notando a desaceleração do carro até pararem.

— Damon e Edric nunca deixam os portões. – respondeu olhando para o lugar.

— Vai ver saíram para alguma coisa.

Sasori negou com a cabeça.

— Não. Eles são estritamente proibidos de largar o posto durante o turno. Há algo acontecendo!

Rin suspirou pesadamente antes de direcionar o olhar para Deidara. Mas no momento em que fez isso, o loiro abriu a porta do carro e saiu.

— Aonde você vai? Deidara!! – gritou ela tentando chamar sua atenção, o que foi em vão, já que ele saiu correndo em direção à casa sem lhe dar a mínima atenção.

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