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"Quando ela era apenas uma garota
Ela esperava conquistar o mundo..."

Emilly Spellman

Perdi meus pais quando tinha dezoito anos, o avião deles caiu enquanto eles estavam chegando no destino de férias deles. Infelizmente fiquei sozinha, não tinha irmãos, sequer parentes por perto visto, e os que haviam aqui fizeram vista grossa para com a minha situação.

Tinha que dá um jeito em minha vida, o emprego que eu tinha em minha cidade não daria conta de me sustentar e manter a casa. Foi então que decidi vender a casa dos meus pais, onde tenho boas lembranças da infância. Com o dinheiro que consegui da venda, mudei-me para Londres, capital do país... comprei uma casinha no subúrbio da cidade, e com o resto da grana consegui me manter enquanto não conseguia um emprego de verdade.

Com dois meses ali as contas foram chegando, o dinheiro acabando e tudo complicando. Estava em total desespero, até que fui chamada para trabalhar em uma cafeteria no centro da cidade, era longe de casa, porém era a única coisa que eu consegui.

Clientes passavam por aquele lugar todos os dias, outras voltavam, outros só estavam ali de passagem. Mas tinha um que estava todos os dias ali, sem exceção, algumas pessoas chegaram a dizer que seus olhos não saíam de mim, mas ele dizia que gostava do cappuccino do local.

— Ei, moça! — ele disse enquanto eu colocava um bolo na vitrine, e em seguida levantei a cabeça.

— Pois não, senhor? Quer mais alguma coisa? — perguntei e sorri simpática.

— Não, eu estou satisfeito. — ele sorriu e me encarou.

— Ok, irei providenciar sua conta. — sorri e fui até a registradora do caixa, e o mesmo me seguiu.

— Eu quero falar uma coisa... — ele riu. — Não me interprete mal.

— É alguma reclamação, senhor? — respirei fundo. — Posso chamar o gerente.

— Ah, não... — ele riu mais uma vez. — Eu sou um caça-talentos, e bom... sua beleza me chamou atenção. Gostaria de fazer algumas fotos? Sei que você poderia se sair muito bem na carreira de modelo.

— Wow... — ri nervosa. — Agradeço, mas isso não é pra mim. — ri mais uma vez e puxei a conta dele da registradora. — Aqui está.

— Eu tenho muitas agenciadas que tinham o mesmo pensamento que você e hoje fazem muito sucesso no meio artístico. — ele disse entregando-me o dinheiro e um cartão. — Pode ficar com o troco, e pensa bem na minha proposta.

— Obrigada pela preferência em nosso estabelecimento, senhor. Volte sempre. — forcei um sorriso e voltei a fazer as minhas coisas.

Aquele sujeito voltou a aparecer no estabelecimento como já era de costume: todos os dias, no mesmo horário. Mas nunca mais voltou a trocar palavra comigo, e eu mesma evitava atendê-lo.

As semanas foram se passando, e parecia piada: as minhas contas apertavam cada vez mais. E voltei a entrar em desespero, não tinha tempo de ter dois empregos, mas procurava vagas com salários melhores na internet.

Mas as coisas pareciam que iriam piorar cada vez mais, foi quando eu tive a ideia mais louca, absurda e que me arrependo até hoje. Em mais um dia de trabalho sentei-me de frente para o cliente de semanas atrás e falei que toparia fazer as fotos. O sorriso dele se acendeu como se tivesse encontrado ouro!

Ele me presenteou com roupas novas, me levou ao cabelereiro, à manicure... e por fim fiz as fotos. Me encantei por cada uma, e parecia realmente que eu havia nascido para isso.

Mas o pesadelo estava apenas começando.

Ele disse que mostraria as fotos para seus agentes, e que daria respostas. Os dias que se seguiram ele não voltou mais à cafeteria, o que era estranho. Até que um dia ele reapareceu com a cara mais sínica do mundo, e o meu coração se encheu de esperanças.

— E aí? — perguntei esperançosa.

— Você está me devendo, querida Emilly... — ele disse com um sorriso malicioso.

Continua...

desirée - henry cavillOnde histórias criam vida. Descubra agora