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"Confusão que não acaba
Paredes fechadas e tic-tac de relógios
Vou voltar e te levar para casa..."
•••
Emilly Spellman

Eu não tinha mais como fugir, e teria que enfrentar a realidade. A única coisa que impedia fora feita, e agora estava "desimpedida". Durante os primeiros dias eram uma tortura, mas as coisas foram ficando menos piores... ainda sim odiava meu trabalho.

Dez dias que vi Henry pela última vez, e decidi que não o procuraria mais. Ele já havia me ajudado muito! Não podia continuar pedindo favores a ele.

Queria me jogar do mais alto prédio de Londres em mais uma noite. Era um inferno ter que se ferir em um banho escaldante na tentativa de tirar os resquícios dos homens que me tocavam durante a noite. E o pior de tudo, é conseguir dormir somente depois de fazer esse meu "ato de purificação".

Estava na boate após mais uma noite, tinha que prestar contas com Peter. Era um tortura está ali naquele ambiente, com aquelas pessoas. Gostava apenas de uma ali: Monicke. Ela estava quase na mesma situação que eu, perdeu os pais muito nova e também não teve para onde fugir, e acabou também sendo enganada por Peter. Eu já tinha visto a mesma chorar algumas vezes, assim como ela também já me viu assim, e ambas nos consolamos.

Saí de meus pensamentos ao ver Peter adentrar o ambiente com um sorriso diabólico, que me deu o habitual nojo.

— Ótimo, meninas! — ele disse. — Vamos ao que interessa. — ele sorriu e olhou para cada uma ali.

Ele começou a passar por cada uma, e o sorriso dele se alargava ao ver os bolos de dinheiro que dávamos. Antes de passar por mim, ele foi até Anna que estava há poucos passos de onde eu estava.

— Como foi lá com o Superman? — ele perguntou com um sorriso vitorioso, sabendo que eu estava escutando, revirei os olhos e mirei meu olhar em outro lugar ainda sim escutando a conversa.

— Foi incrível! Ele sabe como fazer... — Anna disse e deu sua risada discarada logo em seguida. — O Henry é incrível na cama. — ela falou um pouco mais alto e riu em seguida. — Ele tem uma pegada, um cheiro... nossa!

— Me poupe dos detalhes, querida. — Peter disse e ambos riram.

— Estou com um plano, se é que me entende... — ela falou e então desviei minha atenção à eles.

— Está pensando em virar fixa dele? — Peter perguntou e Anna assentiu logo em seguida. — Essa é minha garota! Tente virar fixa dele, ele tem muito dinheiro e sabemos que podemos tirar isso dele. — Peter deu uma piscada para Anna que logo saiu dali rebolando.

Nada falei, apenas engoli a seco e entreguei a quantia recebida para Peter. Saí dali pensando o quão canalha Henry Cavill foi, deu todo aquele discurso quando pedi sua ajuda, na primeira oportunidade saiu com a primeira puta que viu!

Como se eu também não fosse uma puta. — pensei e ri sem graça.

Eu lembrei de que na nossa primeira e única noite, eu tentei desligar a parte da minha mente que dizia que ele queria apenas se aproveitar de mim. Idiota! Sempre querendo enxergar o melhor nas pessoas... pura ilusão, uma fantasia!

Cheguei em casa e agradeci aos céus ao ver que minha menstruação havia descido: não tinha que comparecer ao inferno do meu "trabalho", livre por pelo menos alguns dias. Tratei logo de avisar Peter que deu-me um ralho no telefone dizendo que quando meu ciclo terminasse, eu teria de tomar um remédio que cortasse minhas regras.

desirée - henry cavillOnde histórias criam vida. Descubra agora