Amor proibido

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Tito

Entro no carro puto e bolado, ajeito o boné na cabeça e olho pra Nandin que está do outro lado me encarando esperando o meu sinal com o fuzil dele na mão. Confirmo com a cabeça e ele faz um jae, indo chamar Pezinho, Sabão e Paçoca, eles vão atrás fazendo minha contenção de moto, por mais que Lorena não esteja muito longe não posso sair sem os caras, por mais que eu odeie ficar cheio de gente atrás de mim me sufocante.

Ligo o carro e antes de sair lanço um olhar pra RD, que faz um sinal com a cabeça, o cara não tá entendo nada, mas não me questionou do porque eu ter mudado os planos, ele tá ligado que não faria essa porra se não fosse por um bom motivo. Fora que a missão vai ser tranquila, ele só vai buscar Rayssa e trazer Farias pra mim, já que eu pedi que não matasse nem ele nem o filho da putinha do filho dele. Eu e RD voltamos a se falar do nada, foi depois da descoberta da gravidez da Rayssa.

Ele tinha voltado pra boca e nós não tava se falando, ele mandava recado por Nandin, até que a gente se esbarrou no bar do Mei, era aniversário do BG e geral foi comemorar lá. Eu esperei o álcool chegar no sangue dele pra ir conversar com o cara, nós conversamos, nos entendemos, e eu pedi desculpas pro cara, mas deixei claro que não me arrependia de ter me evolvido com a filha dele, apenas de não ter contado pra ele.

Acho que ele só viu que não teria saída mais, que não tinha mais como impedir eu e a filha dele de ficar juntos, ainda mais depois que ela engravidou, aí não teve jeito mesmo. Ele não aceitou 100% ainda, mas tá bem melhor, pelo menos agora a gente consegue conversar e zoar um com o outro, ele me conta tudo que Rayssa faz e tá doido que a gente volte pra falar mal dela pra mim. Tem dado certo por enquanto.

Saio com o carro em rumo a Niterói, mas especialmente no Ingá, já que a piranha da Lorena foi tão burra ao ponto de se esconder em um dos meus apartamentos, o apartamento que eu ia com Rayssa ainda quando nós ficava no sigilo. Garota não sabe nem fazer as coisas, nem pra ser bandida serve, mas o que esperar de uma puta que mentiu pra um traficante sobre a paternidade do filho? Porque tem que ser muito burra pra enganar traficante mesmo.

Chego pelos acessos de Niterói rapidinho, a rua tá limpa e por incrível que pareça não peguei engarrafamento. Estaciono o carro um pouco mais à frente da rua do prédio, não sei quem tá lá dentro com a garota, deixei dois dos meus na contenção do prédio e o porteiro também, desligo o carro e abro a porta saindo, Nandin aparece do meu lado com o fuzil na mão e Pezinho do outro, os outros dois fazem a contenção das costas e da frente. Avisto Kikito e Feijão lá na frente do prédio já no meu aguardo e faço toque com eles quando chego por lá.

Tito: Vizao, ela saiu pra algum lugar desde que chegou?- Olho pra frente do prédio, vendo o porteiro lá dentro, ele já é um senhor de idade, deve ter uns 70 anos.

Kikito: Saiu não chefe, desde que chegou não botou as caras ainda, tá intocada lá dentro escondida.- O garoto pretinho com cabelo vermelho é o primeiro falar, ele segura a ak-47 com firmeza, já que é tão magro que nem deve ter força direito. Se o garoto tiver uns 19 é muito, mas é eficiente e melhor que muitos bombado por aí. Inteligente pra caralho e tem uma das melhores miras que já vi.

Feijão: É patrão, a única coisa que ela fez foi pedir iFood, mas mandou entregar lá em cima.- Arqueio uma sobrancelha e levo minha atenção até o garoto branquinho na minha frente, garoto tem uma barba rosa feia pra caralho que ficou ridícula nele.

Tito: Pediu IFood é?- Solto uma risada negando.

Kikito: Pediu mermo.- Confirma e eu nego com a cabeça, ajeitando o boné.

Tito: É uma puta mermo.- Olho mais uma vez pro porteiro lá dentro.- Ela tá sozinha lá dentro? Ou subiu mais alguém?

Kikito: Sozinha, desde que chegou não tem ninguém lá, e o único que subiu foi o entregador, mas o porteiro viu pelas câmeras e ele nem entrou no apartamento, só entregou o lanche e meteu o pé. Mas nós não é burro, quando o garoto chegou nós conferiu tudo pra ver se não tinha nada dentro mermo.